MOBILIDADE

Moradores questionam rampas em locais inadequados

Eles apontam a colocação de rampas para cadeirantes em trechos sem calçada e em frente à garagens e em locais com declive acentuado; empresa diz que segue ordem de serviço

Gustavo Abdel
20/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 02:58
Rampa para cadeirante é instalado em local que que há mato e não existe calçada ( Janaína Ribeiro/Especial a AAN )

Rampa para cadeirante é instalado em local que que há mato e não existe calçada ( Janaína Ribeiro/Especial a AAN )

Moradores do Jardim Satélite Íris 4, região Noroeste de Campinas, questionam a instalação de rampas para cadeirantes em trechos sem calçada, em frente à garagens e em locais com declive acentuado. A primeira rua a ser contemplada com as obras é a Geraldo Nunes de Castro, que até o momento recebeu quatro rampas. Funcionários da empresa admitem que os acessos de fato estão sendo feitos em locais duvidosos, mas que apenas seguem a planilha de pontos estipulados pela Prefeitura.   Nesta quinta-feria pela manhã (19), oito homens trabalhavam na construção das rampas. Uma delas, a que chama mais a atenção pelo local onde foi construída, dá acesso a um trecho de mato, sem calçamento, totalmente contrário à acessibilidade proposta com a medida.   Locais estranhos   "Não sou contra a construção das rampas, mas desde que atendam a finalidade, que é proporcionar a mobilidade dos cadeirantes. Mas veja essa situação, a pessoa vai usar a rampa e ir para onde?", apontou a comerciante Gladis Aparecida Evans, de 53 anos, para uma rampa que havia acabado de receber concreto, e que dá acesso a um matagal, pois falta calçada.     A comerciante também "ganhou" uma rampa em frente a sua mercearia. "Guardo o carro todas as noites aqui dentro do bar. Agora que colocaram a rampa, vou passar por cima e entrar do mesmo jeito. Não tenho o que fazer", disse.   Dificuldades   Já a aposentada Célia de Jesus Nogueira, de 68 anos, criticou o local onde a calçada foi quebrada para dar espaço à rampa. "Essa rampa devia ser colocada mais próximo da esquina. Mas na baixada do jeito que foi feita o cadeirante vai ter dificuldade de subir a ladeira íngreme" , avaliou a aposentada.   O encarregado de pavimentação, Antônio Golfetti, informou que serão construídas 18 rampas em pelo menos cinco ruas do Satélite Íris 4. Segundo ele, que é funcionário da empresa Presserv - responsável pelas obras de pavimentação e instalação de acesso para cadeirantes nos bairros Satélite -, cada rampa sai a R$ 600.   "A gente observa que a construção está em local estranho, mas ficamos num mato sem cachorro", admitiu, explicando que apenas segue a planilha apresentada pela engenharia da Prefeitura de Campinas. O engenheiro da empresa, Gilberto Meira, confirmou que segue à risca o projeto da Prefeitura, mas que até o momento não teve qualquer problema com a construção das rampas.   "A gente faz a rampa, mas a calçada é de responsabilidade do morador. E caso alguma rampa é feita em frente a uma garagem informamos a fiscalização e o acesso é mudado de lugar", garantiu Meira. De acordo com ele, o projeto existe há um ano e meio na Prefeitura. "Acredito que em meados de maio finalizaremos as 18 rampas", garantiu o engenheiro.   Posição da Prefeitura A Prefeitura de Campinas informou que todos os projetos novos de pavimentação no município incluem a parte de acessibilidade. Nos projetos feitos a partir de planos comunitários de pavimentação, que é o caso do Satélite Íris 2 e 4, a construção da calçada a responsabilidade é do proprietário do imóvel (terreno ou casa). Nesses planos estão inclusos o asfalto, as guias e as rampas.   "Nos projetos feitos com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Pavimentação, além do asfalto e das rampas, a Prefeitura também faz a calçada de concreto" , informou por meio de nota. Nos Satélite Íris 4 a obra está orçada em R$ 2.584.611,81 e será concluída em dois anos. Serão asfaltados 3,8 km de extensão, beneficiando 630 imóveis e cerca de 3 mil pessoas, informou a Administração.

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