DESCASO

Moradores esperam corte de árvores há mais de 16 anos

Além dos problemas estruturais nas casas, os pedestres não conseguem utilizar a calçada no trecho

Felipe Tonon
04/07/2013 às 08:20.
Atualizado em 25/04/2022 às 09:55

Três árvores plantadas há mais de 20 anos em um trecho da Avenida Diogo Alvares, no São Quirino, em Campinas, estão criando polêmica entre os moradores. As raízes da espécie Ficus causaram rachaduras em casas e danificaram a calçada e até o asfalto. A rede elétrica também foi atingida e um poste de energia da rua está inclinado. Segundo a advogada Maria Bernadette Sigrist, que mora no local desde quando as árvores foram plantadas, o problema começou em 1997. Desde então, ela afirma que já efetuou diversos contatos com a Prefeitura, mas até hoje, não obteve sucesso. “Em abril de 1997 foi a primeira vez que contatei a Prefeitura. Daí em diante foram constantes os contatos e protocolos no 156. Perdi as contas de quantas vezes liguei”, disse. Em 2001, após uma nova reclamação, o Correio publicou reportagem em que a Prefeitura afirmava a necessidade de cortar as árvores, uma vez que o plantio desse tipo de espécie não é indicado em calçadas. “Muita gente já veio aqui. Pessoas dizendo serem agrônomas, fiscais, e todos eles foram unânimes que tem que retirar.”

Além dos problemas estruturais nas casas, os pedestres não conseguem utilizar a calçada no trecho das árvores. A última vez que uma pessoa da Prefeitura esteve no local foi no dia 2 de fevereiro deste ano, informou Bernadette. Segundo a moradora, um fiscal disse que o corte estava autorizado, mas iria demorar cerca de 20 dias para a extração e o plantio de novas árvores no local. “Mas até hoje, nada foi feito. Eu estou tentando uma solução há quatro governos. Vamos ver se este resolve.” Nilton Donadelli Junior, de 50 anos, é filho do morador que plantou as árvores nos anos 90. “Meu pai não imaginava que isso pudesse acontecer. Na época até falaram para ele que as árvores cresciam muito, mas acho que ele não acreditou. Isso causou várias rachaduras na casa e trincas na piscina”, disse. Atualmente, ele tenta vender o imóvel e disse que uma das condições do comprador é a retirada das espécies de Ficus. O diretor do Departamento de Parques e Jardins (DPJ) Luis Claudio Mollo informou, por meio da assessoria de imprensa, que será feito um levantamento para encontrar o relatório sobre o caso. Se já houver recomendação para extração das árvores, o corte será feito. Do contrário, ele afirmou que irá ao local “o mais rápido possível” para fazer nova vistoria.

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