Hortolândia será contemplada com 500 habitações por meio de programa estadual
Na medida que as famílias assinam o contrato e começam o pagamento das parcelas, a equipe de construtores começa a levantar os muros do novo lar de 15 metros quadrados (Kamá Ribeiro)
A população de Campinas ganhará 616 casas populares. O Governo do Estado de São Paulo anunciou a construção de 500 moradias em Campinas, por meio do Programa Casa Paulista, através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH). A vizinha Hortolândia também receberá 500 habitações por meio do programa estadual. Para completar, a Prefeitura de Campinas está finalizando as obras do novo loteamento Residencial Mandela, no DIC 5, no distrito do Ouro Verde com 116 residências, com prazo de 3 meses para conclusão, por meio da Companhia de Habitação Popular de Campinas (Cohab).
No total, o governo estadual anunciou a construção de 6,2 mil casas no estado de São Paulo. Serão investidos R$ 1 bilhão, em uma parceria entre governo federal, iniciativa privada e o governo de São Paulo. Foram eleitos 21 municípios com mais áreas de risco para receber os conjuntos habitacionais.
"Esta é uma nova etapa do programa Casa Paulista. Nós começamos a cruzar as particularidades das áreas de risco nos municípios. Esse investimento gerado de R$ 1 bilhão para a construção de moradias para pessoas de baixa renda diminui a pressão sobre as moradias existentes nas cidades, ou seja, teremos menos pessoas buscando áreas de risco para se estabelecer quando nós temos uma oferta habitacional de uma forma organizada e a baixo custo", disse o secretário da SDUH, Marcelo Cardinale Branco.
As moradias que serão entregues pela Prefeitura de Campinas no Residencial Mandela, também atenderão famílias que vivem em áreas de risco. A Administração estima que serão beneficiadas 450 pessoas que fazem parte da ocupação Mandela, localizada em um terreno particular nas proximidades de onde estão sendo construídas as casas. O investimento total no empreendimento é de R$ 6 milhões. A Cohab (Companhia de Habitação Popular de Campinas) está investindo R$ 2, 6 milhões, por meio do Fundap (Fundo de Apoio à População de Sub-Habitação Urbana) para disponibilizar os lotes e executar a construção dos 116 'embriões', que são imóveis de 15 metros quadrados.
A Secretaria de Serviços Públicos executou a obra de pavimentação e drenagem. O Mandela recebeu 1,3 quilômetro de extensão de pavimentação asfáltica e 635 metros de extensão de galerias pluviais (tubulação embaixo das vias, por onde passa a água da chuva) e 20 bocas de lobo no sistema de drenagem. O investimento nesta obra foi de R$ 1,7 milhão, com recursos próprios. A iluminação foi instalada com 35 luminárias de lâmpadas de vapor de sódio, com investimento de R$ 35 mil.
A Sanasa implementou as redes de água e esgoto. Foram executados 1,3 quilômetro de extensão de rede de água e 1,2 quilômetro de rede de esgoto. Atualmente, o local já conta com ligações individualizadas. O investimento foi de R$ 1.104.382,07. A CPFL instalou cerca de 3 quilômetros de rede de energia elétrica, com investimento de R$ 422.358,54.
Os “embriões”, como as casas estão sendo chamadas, terão 15 metros quadrados, com um cômodo e um banheiro. A Cohab está avaliando a possibilidade de oferecer os desenhos técnicos da planta da casa, de modo que os proprietários possam expandir o imóvel no futuro.
“O trabalho que está sendo feito, de reassentar 116 famílias provenientes do núcleo do Mandela, é uma experiência inovadora, que requereu muita coragem, muita união, de várias secretarias. Isto servirá de exemplo, de que é possível avançar. Marca um compromisso de atender famílias carentes. Creio que em mais três meses concluímos esta importante ação, de grande interesse social. Um trabalho que servirá de referência para Campinas. E não posso deixar de citar que foi decisivo o apoio do secretário de Relações Institucionais e a concordância do prefeito municipal Dário Saadi." disse o presidente da Cohab Campinas e secretário municipal de Habitação, Arly de Lara Romeo.
A área de 23 mil metros quadrados, que abriga o residencial ainda em construção, conta com quatro quadras, sendo que duas já têm casas erguidas, uma está com o solo pronto e a última ainda não recebeu a preparação necessária para a construção das moradias. Os trabalhos estão sendo realizados por demanda. Na medida que as famílias assinam o contrato e começam o pagamento das parcelas, a equipe de construtores começa a levantar os muros do novo lar. Após a assinatura, as famílias terão seis meses para iniciar o pagamento do financiamento. A parcela de menor valor equivale a 10% do salário mínimo, ou seja, R$ 132,00. Os valores variam de acordo com a localização das casas, quanto mais perto das esquinas, mais caro.
A notícia de que finalmente terão uma casa própria foi celebrada pelos moradores da Ocupação Mandela. Jessica Cibele de Campos, 42 anos, disse que o residencial marca o fim de uma luta. “Lá é nosso terreno. Estamos muito felizes e confiantes, porque depois de muita luta, tudo acaba lá. Finalmente conseguimos o que é nosso. Apesar de ser pequeno, mas, pelo menos, temos algo”, comemorou a mulher que vai morar com mais sete pessoas na residência popular.
Clemilda Pinto dos Santos Gonçalves, 43 anos, compartilha do entusiasmo da amiga. “Estou muito feliz mesmo, porque depois de muito sofrimento, nós conseguimos ter nosso cantinho. Aqui, quando chovia, a gente sofria demais”, relatou a moradora que tem o barraco destelhado quando chuvas fortes atingem a região, sendo que ele já chegou a cair. Ela vai morar com três pessoas. A filha de Clemilda, Jaqueline Pinto dos Santos, 26 anos, vai morar em outra casa popular, mas no mesmo residencial, com o marido e o casal de filhos. “Estou muito ansiosa”, disse a jovem.
Maria Dorenice Pereira Viana, 58 anos, disse que a única tristeza é que a casa nova é pequena, apesar de estar indo morar sozinha. “Eu estou feliz de conseguir um lar, só que estou triste que é um cômodo só. É pequeno demais”, lamentou.