Perigo

Moradores da Glicério sofrem com escorpiões

Neste semestre, duas pessoas foram picadas pelo bicho, sendo que uma dessas ocorrências foi nesta terça-feira

Letícia Guimarães/AAN
25/10/2017 às 20:04.
Atualizado em 22/04/2022 às 17:53

Comércios e escritórios na Avenida Francisco Glicério, na região do Largo do Pará, têm sofrido com o aparecimento de escorpiões. Neste semestre, duas pessoas foram picadas pelo bicho, sendo que uma dessas ocorrências foi nesta terça-feira, quando um funcionário de uma loja de piscinas nas imediações que foi picado recebeu atendimento médico e passa bem. De acordo com o contador Luiz Antônio Escorles, que tem um escritório em um edifício no local, na terça-feira, enquanto um pedreiro trabalhava na remoção do reboco da parede nos fundos do prédio, um escorpião amarelo foi encontrado. Eles capturaram o bicho em um pote com água sanitária. O porteiro do prédio, Luiz Carlos Silva, relata que não é a primeira vez que escorpiões aparecem no local. Segundo ele, há pouco mais de seis meses, técnicos de uma empresa de telefonia encontraram dois em uma caixa de fiação em frente ao imóvel. Depois disso, o prédio contratou uma empresa dedetizadora, e após o procedimento, quatro escorpiões apareceram mortos no saguão de entrada. Há cerca de 15 dias, uma nova dedetização foi realizada, entretanto, o escorpião encontrado na terça-feira no local estava vivo. Na terça-feira, um funcionário de uma loja de produtos para piscinas na mesma quadra foi picado. Segundo o gerente do comércio, Rogério Santos, é comum encontrar escorpiões mortos no local. O funcionário que foi picado não teve a identidade revelada, recebeu atendimento médico no Hospital Mário Gatti e passa bem. Pedro Sebastião Ribeiro da Fonseca, que trabalha em uma loja de som automotivo na mesma região, conta que a área "está infestada de escorpiões" . Ele mora em uma pensão perto do estabelecimento, e relata que no final do ano passado, foi picado. "Fui calçar o sapato e não vi que o bicho estava lá dentro." O biólogo da Vigilância em Saúde Leste, que abrange a área do Centro, Ovando Provatti, afirma que não há nenhum tipo de ação em grande escala que possa ser realizado. Segundo ele, o Ministério da Saúde não indica nenhum veneno que seja eficaz para eliminar a população de escorpiões. "O que acontece é que se colocarmos veneno nas galerias de esgoto ou águas, por exemplo, que são locais que servem de abrigo para os escorpiões, as baratas é que vão morrer. Como elas são o alimento principal do escorpião, ele então vai procurar outro lugar, e aí pode entrar nas casas, nos comércios, e aumentar o risco de acidentes." A orientação para afastar os escorpiões é eliminar a combinação abrigo e alimento, não deixando materiais de construção acumulados e evitando juntar lixo que possa atrair baratas. "O Centro acaba sendo um local propício, já que tem imóveis antigos abandonados e restaurantes que descartam lixo com comida." Outras medidas de barreira também podem ser adotadas, segundo o biólogo. As principais são a instalação de soleiras de borracha ans portas que dão acesso às áreas externas dos imóveis, telas nas janelas e manter os ralos fechados sempre que não houver a necessidade de escoamento de água. "O escorpião tem hábitos noturnos, então a chance maior é de encontrá-lo à noite ou no início da manhã. É preciso ter atenção com sapatos antes de ser calçados, manter os brinquedos das crianças sempre em caixas plásticas bem fechadas, verificar as partes de baixo e atrás de móveis e ter cuidado ao manusear cortinas, já que é um bicho que pode subir em superfícies ásperas." Em caso de acidentes com escorpiões, Provatti recomenda que a pessoa busque o serviço de saúde mais próximo para que o quadro seja estabilizado e o paciente fique em observação, principalmente se for crianças com menos de sete anos.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por