CAMPINAS

Monumento da Revolução de 32 é saqueado

Ladrões levaram as fotografias em louça e as 16 placas de bronze que identificavam os campineiros mortos

Maria Teresa Costa
teresa@rac.com.br
12/05/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 14:00

Associação tentará recuperar repor as placas e fotos, mas considera que as imagens serão difíceis de obter ( Janaína Ribeiro/ Especial a AAN )

O monumento aos heróis da Revolução Constitucionalista de 1932, em frente ao Cemitério da Saudade, em Campinas, foi saqueado. As fotografias em louça e as 16 placas de bronze que identificavam os campineiros que pegaram em armas para combater a ditadura de Getúlio Vargas, e que estão sepultados no local, desapareceram. O furto ocorreu há três semanas, mas os ladrões não foram identificados. As câmeras de vigilância existentes na frente do cemitério não alcançam o monumento, informou o presidente da Serviços Gerais (Setec), autarquia que administra o Saudade, Sebastião Sérgio Buani dos Santos. Ele informou que está em contato com a Sociedade Veteranos de 32 - MMDC, entidade que cuida do monumento, e que as placas serão repostas. Reposição O diretor da entidade, Antônio José Soares, disse que os associados irão se reunir para ver como repor as fotos e as placas. "Eram fotos antigas e não sabemos se conseguiremos cópias. Além disso, não vai ficar barato repor esse material e vamos ver como conseguiremos verba", disse. A intenção é que, em 9 de julho, fotos e placas voltem ao monumento, mas Soares acha que será difícil, especialmente pelas fotos. "Esse furto nos pegou de surpresa. Quem poderia imaginar que o monumento seria alvo de saque desse jeito", afirmou. O monumento foi restaurado em 2013 e o trabalho consistiu na limpeza e eliminação da infiltração de água que foi manchando as pedras ao longo dos anos. Também foi retirada a tinta verde que recobria o busto ali existente para que a pátina natural pudesse retornar à obra. O monumento recebeu uma cera especial para impermeabilizá-lo. Antes do restauro era difícil identificar os nomes dos 16 campineiros homenageados por causa da falta das letras que caíram com o tempo. Os recursos para o restauro vieram de emenda parlamentar ao orçamento federal, apresentada há quatro anos pelo então deputado federal Guilherme Campos Filho (PSD), mas cuja liberação estava travada. Uma força-tarefa permitiu que os recursos fossem liberados pelo Ministério do Turismo no final de 2013. Inaugurado há 81 anos De autoria de Marcelino Velez, o mausoléu foi inaugurado em 9 julho de 1934 e abriga os restos mortais de voluntários campineiros que morreram em decorrência do movimento constitucionalista de 1932. A construção foi financiada na época pela iniciativa privada. A inauguração contou com a presença do poeta da revolução, Guilherme de Almeida, que fez o discurso inaugural. Entre os 830 paulistas mortos, 16 eram campineiros e estão homenageados no monumento. Foi necessário um grande esforço de guerra e, em Campinas, antigas fábricas passaram a ser depósito de balas, capacetes, granadas, enfim, materiais fundamentais em um combate. A Casa de Saúde transformou-se em hospital de guerra e Campinas foi uma das primeiras cidades a ser bombardeada, levando à morte do menino Aldo Chioratto, escoteiro atingido por uma série de estilhaços

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