É a única cidade da Região Metropolitana de Campinas (RMC) que está no chamado de Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa)
Monte Mor é a única cidade da Região Metropolitana de Campinas (RMC) que está no mapa nacional de risco de epidemia de dengue chamado de Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa). Outras três cidades (Jaguariúna, Santa Bárbara d´Oeste e Paulínia) estão elencadas como municípios em estado de alerta na mesma pesquisa. O levantamento foi divulgado nesta quinta-feira (12) pelo Ministério da Saúde. Campinas com 888 casos confirmados e outros 3 mil sob suspeita, não apareceu na lista nacional por não ter feito o levantamento de dados solicitado pelo Ministério. Outra cidade que também não apareceu na lista, por não ter atendido a convocação federal, foi Sumaré que já somou 781 casos e duas mortes pela doença. O levantamento ajuda a identificar os principais focos de proliferação das larvas do mosquito, em áreas e bairros mais afetados pela doença. Porém, a participação no levantamento não é obrigatória. Fica a cargo do município a escolha de fazer a pesquisa e, enviar as informações ao órgão Federal.Além dos dois municípios, na RMC, as cidades de Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Morungaba, Pedreira, Santo Antônio de Posse e Vinhedo também não enviaram os dados e ficaram de fora da lista. As outras cinco cidades (Artur Nogueira, Indaiatuba, Itatiba, Nova Odessa, Valinhos) tiveram índice satisfatório e, por enquanto, estão longe de sofrerem uma epidemia da doença.LIRAa O levantamento identifica os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor da doença e os tipos de recipientes com água parada, caixas d´água, pneus, que servem de criadouros mais comuns. A pesquisa acumula informação para a atuação das prefeituras nas ações de prevenção e controle, permitindo a mobilização de outros setores, além das secretarias de saúde, como os serviços de limpeza urbana e abastecimento de água. Para avaliar cada município o índice utilizado leva em consideração a percentagem de casas visitadas com larvas do mosquito Aedes aegypti. Os municípios classificados como de risco apresentaram larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis pesquisados. Já, as cidades consideradas em estado de alerta foram as que tiveram índice menor que 3,9%; e as de nível satisfatório foram as de índice inferior a 1%. Ao todo 1.844 municípios brasileiros realizaram o levantamento, entre janeiro e fevereiro deste ano. Cidades em destaque No mapa de risco de epidemia, Monte Mor apareceu com o índice 5,7%. O número é considerado alto. Foram 142 casos nos dois primeiros meses do ano. Já, entre as cidades classificadas como "alerta" para epidemia Paulínia foi a que apresentou o maior índice de alerta 2,8% com 391 casos.] Em seguida aparece Jaguariúna com 2,3% e 253 casos e em terceiro Santa Bárbara 2% com 391 casos. Todas as cidades informaram que estão tomando providências para o combate a doença e evitar a epidemia, além de campanhas de conscientização com a população para ajudar na batalha. Entre as cidades da RMC consideradas com nível satisfatório, Artur Nogueira, ficou com o índice 0%. O município somou 131 casos. Indaiatuba e Itatiba tiveram índice 0,5%. A primeira somou 215 casos e a segunda 77. Campinas O secretário de Saúde de Campinas Carmino de Souza afirmou que a não participação da cidade no levantamento foi uma decisão técnica. "O grupo técnico da Vigilância Epidemiológica e da Sanitária julgou desnecessário fazer o levantamento pois tínhamos o conhecimento da área de transmissão. E deslocar equipes para esse mapeamento sendo que já tínhamos feito não era prioridade", explicou. O chefe da pasta ressaltou que, nessa mesma época, essas equipes foram designadas para atuarem já no combate ao mosquito. "Combatemos diretamente no foco, pois já tínhamos o mapa das larvas", finalizou. Já a Prefeitura de Sumaré ressaltou que a população tem sido conscientizada da doença através da entrega de folhetos explicativos e pelas redes sociais. Informou também que os moradores podem ajudar na fiscalização de possíveis focos de criadouros por meio do Disk-Dengue, pelo telefone (19) 3883-6014. Mortes Mogi Mirim confirmou a morte de duas mulheres ocorridas pelo agravamento da dengue. Uma tinha 28 anos e era moradora da zona Leste, a outra, era uma idosa de 69 anos, moradora da zona Norte. As identidades das vítimas foram preservadas pela Prefeitura. Com o registro de 1.339 casos o município decretou estado de emergência. De acordo com levantamento da Prefeitura, a maior parte dos casos da doença concentra-se na região Sul, onde há 372 registros. Na sequência aparecem as áreas Central (318), região Leste (291), área Norte (251), região Leste (88) e área rural (19). "Estamos trabalhando muito a parte assistencial para evitar mortes. É preciso que nos sintomas iniciais, a pessoa comece a se hidratar e procure uma unidade de Saúde. Não há nenhum medicamento específico que mate o vírus da dengue. O próprio organismo cura a doença, por meio de repouso e muita hidratação. Em estado mais grave a UBS encaminha o paciente para o hospital" , afirmou o secretário municipal de Saúde Rossi Junior. O secretário da pasta pediu também que as pessoas colaborem para o combate à doença. "Não é só Mogi Mirim que está com o problema da dengue, mas o Estado todo. Nós estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance para combater e não começamos agora. Desde o início da administração as ações acontecem ininterruptamente" , afirmou. A equipe de Vigilância em Saúde também lembrou que além da responsabilidade do município que vem tomando todas as medidas cabíveis, há também a responsabilidade da população. Durante as visitas, realizadas pelos Agentes Municipais de Saúde, muitos criadouros do mosquito são encontrados, além de larvas e até pupas. Há uma resistência pelo morador em se desfazer desses objetos, além de muitas recusas de abrir os imóveis para os agentes. O secretário lembrou que além do quintal, o mosquito também se adaptou muito bem dentro das residências. Muitas vezes, as larvas são encontradas dentro de casa, nos locais menos prováveis, como geladeira frostfree, por exemplo, pois, possui um reservatório de água; no condicionador de ar, inclusive os portáteis; na canaleta de uma porta; no box; no suporte de detergente e esponja, que fica em cima da pia; no ralo do chuveiro; na bromélia ou até em locais sem muita visibilidade como lajes e calhas, que devem ser vistoriadas ao menos uma vez por semana. "O quintal pode estar limpo, mas o criadouro pode estar na sala, na cozinha, no quarto, no banheiro, entre outros locais. Importante lembrar que nas residências, o mosquito não tem predador", terminou. Além de Mogi Mirim, há confirmação de mortes pela doença nas cidades de Limeira, Amparo, Itapira e Sumaré.