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Monte Mor e Nova Odessa sofrem com as inundações

Municípios foram os mais atingidos pelo temporal da última quarta-feira na região; situação ainda é bastante crítica

Do Correio Popular
30/12/2022 às 09:05.
Atualizado em 30/12/2022 às 09:05
O Rio Capivari transbordou em Monte Mor: quem mora em sobrado ainda conseguiu salvar os móveis (Rodrigo Zanotto)

O Rio Capivari transbordou em Monte Mor: quem mora em sobrado ainda conseguiu salvar os móveis (Rodrigo Zanotto)

O temporal que desabou sobre a região de Campinas, na última quarta-feira, provocou o transbordamento de rios, inundando casas e deixando os moradores em situação complicada. As cidades mais atingidas pelas cheias são Nova Odessa e Monte Mor, onde a situação permanece crítica. Na tarde de quinta-feira (29), muitos moradores ainda estavam limpando suas residências, como no Jardim Capuavinha, Moreira e Progresso. Apesar do Rio Capivari não ter baixado aos níveis normais, os moradores desses bairros de Monte Mor também tiraram a quinta-feira para limpar as suas casas. 

No jardim Progresso, uma das áreas mais atingidas, os moradores da Rua Francisco Olivato tiveram que lavar as suas residências após a água do Rio Capivari baixar. O aposentado Osmar de Andrade mostrou a situação em que ficou a sua casa: sofás, guarda-roupas e geladeiras foram perdidos com a enxurrada. Ele conta que até chegou a colocar a geladeira sobre um móvel, mas que a água subiu e alcançou o eletrodoméstico. "Tinha uma correnteza aqui dentro de casa. Coloquei a geladeira em cima de um móvel, mas a força da água a derrubou", relata.

Ele relata que em sua casa, onde moram cinco pessoas, o dia foi de tirar os móveis molhados e danificados para coloca-los na rua. Ele lamenta o ocorrido e diz que terá que comprar novos móveis apesar de ganhar apenas um salário mínimo de aposentadoria. "Imagina agora que terei que comprar uma geladeira? O que faço? Ninguém da Prefeitura veio aqui. Ninguém nos deu uma ajuda", desabafa o aposentado. 

No Jardim Moreira, 18 famílias tiveram as suas casas atingidas pela força das águas do Rio Capivari. Na Rua 29, as moradias ainda guardavam as marcas do nível da água nas paredes. Os proprietários de sobrados puderam salvar os seus imóveis, colocando-os no andar superior. Mas, infelizmente, não é o caso da dona de casa Zenilda Ferreira Matos, que tentou salvar os seus móveis na garagem - o local mais alto da casa. Mas, ainda assim, não foi suficiente para evitar o prejuízo. "Eu perdi colchão, guarda-roupas e o berço de minha neta. Hoje eu consegui cobertores, mas ainda muito pouco para tentar recuperar o que perdi. É muito triste o que aconteceu aqui", mostra a dona de casa apontando que a água passou de um metro de altura. 

Paola Florêncio da Silva, presidente da Associação de Moradores do Jardim Moreira, auxiliou os moradores em situação de risco. Uma cozinha foi montada em uma escola municipal, no bairro, onde eram feitas marmitas para serem distribuídas às famílias. Paola relata que as famílias não tiveram apoio da Prefeitura de Monte Mor. Ela disse que em um espaço do poder público há colchões que não foram distribuídos nem nesta enchente e nem na primeira deste ano, em janeiro de 2022. 

Nova Odessa

Após sofrer com o transbordamento do Ribeirão Quilombo e alagamento de áreas e vias públicas em cinco bairros da cidade (Jardim Conceição, Jardim São Jorge, Jardim Flórida, Vila Azenha e Jardim Fadel), Nova Odessa ainda sofreu com o aumento das águas que atingiram dez imóveis no período da noite de quarta. 

Com a cheia do rio, que subiu 1,70 metro acima do nível, a cidade precisou de ações imediatas por parte da Prefeitura, que contou com a ajuda de comércios locais e voluntários durante a noite. Eles trabalharam no atendimento às famílias afetadas, limpando as casas, retirando bens danificados e doando cestas básicas, kits de limpeza, higiene e fornecimento de marmitex. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, o prefeito Cláudio Schooder é quem tem coordenado as ações pessoalmente.

Nesta quinta, ainda acontecia a limpeza de vias e áreas públicas por equipes da prefeitura, Coden Ambiental e Associação dos Bombeiros Civis e voluntários, além de cadastramento e monitoramento social das famílias que tenham sido desalojadas. 

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