Conjunto esportivo é datado de 1940; plano do Estado é vender o complexo
O Centro Recreativo e Esportivo de Campinas Doutor Horácio Antônio da Costa (Cerecamp), conhecido como Estádio da Mogiana, é mais novo patrimônio de Campinas. O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) tombou nesta sexta-feira (15) o conjunto esportivo de 1940, após seis anos do pedido de preservação feito por pesquisadores do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas e do Centro de Memória da Unicamp. O tombamento foi decidido em votação apertada, por 10 votos a oito, e três abstenções. A decisão não impedirá que o governo do Estado venda o centro esportivo, mas criará um complicador, uma vez que quem vier adquirir a área terá que manter o estádio. O projeto para a venda está parado na Assembleia Legislativa desde agosto, quando os vereadores Gustavo Petta (PCdoB), Carlão do PT e Fernando Mendes (REPUB), que integram Comissão de Representação da Câmara, e o deputado estadual Rafa Zimbaldi (PSB) conseguiram compromisso do líder de governo na Assembleia, Carlão Pignatari (PSDB), de que o projeto de venda não entrará na pauta de votação até que uma alternativa seja encontrada para o local. Segundo o presidente do Condepacc, Ney Carrasco, os debates entre os conselheiros foi intenso. A discussão começou na semana passada e seguiu ontem, com a deliberação pela preservação. "Encerramos o processo", disse. Foram tombadas as construções e o campo de futebol que integram o conjunto esportivo. A resolução de tombamento será publicada no Diário Oficial. A decisão foi comemorada pelo presidente da Comissão de Representação da Câmara Municipal de Campinas, Gustavo Petta. Ele classificou o tombamento como uma "vitória dos que lutam pelo patrimônio histórico da nossa cidade". Segundo ele, a decisão dificulta a proposta do governo do Estado de venda do local e abre possibilidade para uso do potencial construtivo do imóvel tombado para sua preservação. "Assim que a decisão for publicada, vamos solicitar que ela seja averbada na matrícula do estádio", disse. O presidente do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas, Fernando Abrahão, um dos autores do pedido de tombamento, comemorou a decisão. "Foi uma votação difícil, e saímos vitoriosos. O estádio é um patrimônio importante para a área do esporte e do futebol de Campinas", disse.