sem critério

Mistura de coisas descartadas bagunça ecoponto

Moradores dos condomínios afirmam que o material separado para descarte ecológico é recolhido e descartado diretamente no aterro

Henrique Hein/AAN
17/02/2018 às 10:47.
Atualizado em 22/04/2022 às 13:44
Tudo junto: moradores das imediações reclamam que não adianta nada eles separarem os itens antes do descarte se não existe reciclagem no local (Leandro Ferreira/AAN)

Tudo junto: moradores das imediações reclamam que não adianta nada eles separarem os itens antes do descarte se não existe reciclagem no local (Leandro Ferreira/AAN)

Os moradores dos condomínios próximos da Avenida Carlos Grimaldi, na região do Taquaral, em Campinas, estão revoltados com a situação do ecoponto. Eles afirmam que o material separado para descarte ecológico (recicláveis) é recolhido e descartado diretamente no aterro, sem separação alguma. O Correio verificou que as carretas usadas pela Renova Ambiental, empresa terceirizada e contratada para realizar o serviço, estavam lotadas de materiais, todos misturados. Questionado, um dos funcionários disse que o consórcio apenas coleta materiais de construção. Entretanto, a placa de entrada do ecoponto diz que o local é um ponto voltado para reciclagem de materiais, como vidro, plástico e papelão, entre outros. José Pinheiro, de 62 anos, trabalha como síndico de um dos condomínios. Ele afirma que todos os dias separa os objetos recicláveis e os leva ao ecoponto, mas que a situação é revoltante. “Na quinta-feira, observei um veículo recolhendo papelão, e no meu descarte havia, além de papelão, um saco com material plástico, garrafas e latas. Estranhei e perguntei pra esse funcionário se não havia um local para separação dos vidros, latas e papéis. Pra minha surpresa, ele me disse que tudo vai tudo para o ‘lixão’”, comentou o síndico. Pinheiro contou ainda que já enviou e-mails para a Prefeitura e para alguns dos vereadores da cidade, mas que nada foi feito até hoje. Ele questionou a funcionalidade do ecoponto: “Perco meu tempo reciclando os materiais pra uma empresa misturar tudo dentro de um caminhão e ninguém da Prefeitura fiscalizar”. Um dos comerciantes que moram na região, e que não quis se identificar, disse que moradores de rua estão reciclando o lixo depositado no local. "Se você analisar bem, os moradores de rua estão fazendo o que a Prefeitura deveria fazer e não faz”, disse o comerciante. Um dos catadores disse que vai ao local fazer a separação dos materiais recicláveis para depois vendê-los. “O pessoal que cuida da situação mistura tudo no caminhão, ou seja, eles não fazem a reciclagem. Há seis anos, eu e meus colegas entramos aqui, separamos os materiais, recolhemos, vamos embora e vendemos pros locais que os reutilizam. Eu acho isso engraçado, porque eu já mandei currículo pra trabalhar como catador na Prefeitura e ninguém deu bola. Hoje, estou desempregado e faço o serviço que a Prefeitura deveria fazer”, disse um dos catadores que pediu para não ser identificado. Nota Em nota, a Secretaria de Serviços Públicos de Campinas, disse que para que o lixo reciclável seja coletado e destinado às cooperativas, ele deve ser colocado na calçada no dia e até o horário em que o caminhão da coleta seletiva passa. “Nessa região (Taquaral), a coleta seletiva é feita às segundas-feiras, a partir das 8h. Os moradores também podem levar o material reciclável nos ecopontos”, informa o documento. A nota diz ainda, que além dos ecopontos há os chamados pontos verdes, que recebém só resíduos de podas de árvores e de galharia e entulho (de pequeno porte) de construção, e que para mais informações a população pode entrar em contato pelo 156. O Correio ainda tentou entrar em contato com o Consórcio Renova Ambiental, mas nenhuma das ligações foram atendidas até o fechamento desta edição. 

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