educação

Ministro vê Enem 'perfeito' no 1º dia

No campus da Universidade Paulista (Unip), no Swift, a concentração foi grande logo nas primeiras horas da manhã. Muitos estudantes chegaram cedo

Henrique Hein
05/11/2019 às 08:41.
Atualizado em 30/03/2022 às 10:25

No primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019, aproximadamente 21 mil candidatos estavam inscritos para fazer a prova em Campinas, no último domingo, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Temas sociais ligados ao racismo, escravidão, direito das mulheres, minorias e discurso de ódio tiveram grande abordagem nas provas de linguagens e ciências humanas. Já a redação teve como tema a "Democratização do acesso ao cinema no Brasil". Para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, “deu tudo certo, foi tudo perfeito, funcionou tudo bem”. No campus da Universidade Paulista (Unip), no Swift, a concentração foi grande logo nas primeiras horas da manhã. Muitos estudantes chegaram cedo, mas houve quem não se atentou ao horário e perdeu a prova. Leonardo Pereira de Castro, por exemplo, optou por sair de casa faltando menos de uma hora para o fechamento dos portões e não conseguiu chegar a tempo. Morador do bairro DIC I, ele chamou um motorista de transporte por aplicativo pelo celular às 12h15. A entrada ao local de prova era permitida até 13h. Segundo o Google Maps, o trajeto da casa dele até a Unip demora pelo menos 25 minutos. “O aplicativo demorou muito para me localizar. O motorista demorou mais de 15 minutos para me achar e ainda pegamos muito trânsito próximo da faculdade”, comentou. Dificuldade Os candidatos se dividiram em relação à dificuldade da prova. Para Isabel Moreira, de 16 anos, o Enem foi menos trabalhoso do que ela esperava — prestou o exame pela primeira vez como treineira. “As questões de história estavam bem mais difíceis do que as de sociologia e geografia. Eu fiquei bastante confusa em algumas questões, mas saio com o sentimento de que foi muito mais fácil do que estava imaginando”, disse a jovem, que pretende ingressar no curso de psicologia. Já para Pedro Henrique Carmona, de 18 anos, a prova estava difícil. Ele achou o teste do ano passado mais fácil do que o de domingo. Para ele, apenas a redação estava fácil. “Havia algumas questões que me complicaram bastante. Ficava na dúvida entre duas ou três alternativas. Me garanti apenas na redação, mas estou com um pressentimento de que não fui bem”, afirmou o estudante, que quer fazer engenharia. Avaliação Na avaliação de Antunes Rafael dos Santos, professor e diretor do Colégio Oficina do Estudante, a prova do Enem foi surpreendente, conteudista e extremamente positiva. “A gente tinha uma ideia de que não seriam cobrados temas polêmicos relacionados às minorias, tendo em vista que o Ministério da Educação havia anunciado que esse tipo de assunto não seria abordado na prova. Isso foi surpreendente, ainda mais porque o próprio tema da redação toca no assunto das minorias, na medida em que dá voz para uma parcela da população que não tem acesso às salas de cinema”, explicou. Para ele, o aluno que prestou o Enem teve tudo para fazer uma grande prova, já que os assuntos abordados estavam de acordo com a realidade dos estudantes. “Foi uma prova bastante coerente e que reforçou a ideia de cunho social que o Enem costuma abordar nas provas de linguagens. As questões trabalharam temas pertinentes, atuais e que retratam bem a realidade da nossa sociedade”, pontuou o diretor. Foto vazada Fotos do caderno de questões do primeiro dia de provas do Enem foram divulgadas na internet pelo menos 30 minutos antes de os alunos poderem deixar os locais de prova e ao menos três horas antes de os candidatos terem autorização para levar a prova para casa. Pelo Twitter, o ministro da Educação Abraham Weitraub afirmou que a foto é do exame e que a Polícia Federal (PF) abrirá uma investigação para saber quem vazou a imagem sem autorização. Abstenção é a mais baixa da história Cerca de 3,9 milhões de pessoas fizeram ontem o Enem. Os cerca de 1,2 milhão de faltosos representam 23% do total de 5,1 milhões de inscritos. Ao todo, 376 pessoas foram eliminadas por descumprirem as regras do exame. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). “Tivemos a mais baixa abstenção da história”, avaliou o ministro da Educação, Abraham Weintraub. A taxa é mais baixa que a de faltas no primeiro dia de prova do ano passado, quando 24,9% dos inscritos não compareceram ao exame. O índice total de abstenções no Enem 2019 será fechado apenas após o 2º dia de aplicação, no dia 10. Quem não fez a prova neste domingo ainda poderá comparecer ao segundo e último dia do exame, quando o Inep exigirá conhecimentos na área de matemática e ciências da natureza, como física, química e biologia. (Agência Brasil)

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