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Micros lideram o empreendedorismo

O Microempreendedor Individual (MEI) foi o grande responsável pela criação de novas empresas na Região Metropolitana de Campinas (RMC)

Daniel de Camargo
08/08/2019 às 07:28.
Atualizado em 30/03/2022 às 22:22

O Microempreendedor Individual (MEI) foi o grande responsável pela criação de novas empresas na Região Metropolitana de Campinas (RMC) no primeiro semestre de 2019. Segundo dados do Departamento de Economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) divulgados ontem, cerca de 98% dos 32.520 novos negócios, ou seja, 32.068, utilizam esse enquadramento empresarial. As microempresas, empresas de pequeno porte e normais — aquelas que, diferentemente das outras categorias, não têm limite de faturamento ou têm receita bruta anual acima de R$ 4,8 milhões e, por essa razão, não podem optar pelo Simples Nacional — aparecem na sequência, com 416, 27 e 9 novas firmas, respectivamente.  Para Laerte Martins, economista da Acic, o grande número de MEIs abertas retrata a busca de trabalhadores informais pela legalidade. Em resumo, ele comenta que um simples ambulante pode se tornar um empresário da noite para o dia. Isso, entende, melhora inclusive a autoestima da pessoa. Martins analisa ainda que o governo federal incentiva esse enquadramento empresarial. Deste modo, regularizando atividades trabalhistas, combate indiretamente o desemprego. "Se a economia estivesse em ordem, provavelmente, as outras categorias (EPP, ME e Normal) teriam puxado o resultado para cima", disse. O estudo informou ainda que atualmente existem 159.639 microempresas na RMC, sendo que 40% delas, ou seja, 65.457, estão instaladas em Campinas. As microempresas, empresas de pequeno porte e normais registram, na RMC, 5.287, 1.170 e 817, respectivamente. Em Campinas, os números de referentes formas jurídicas são 2.074, 488 e 344, pela ordem. Em alta Os dados da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) evidenciaram também o aumento e maior representatividade de prestadores de serviço e estabelecimentos comerciais. No primeiro semestre de 2019, os segmentos representaram 40,32% e 20,99% das novas empresas da RMC, respectivamente. Se comparado ao mesmo período de 2018, quanto os setores equivaleram à 39,96% e 20,80%, houve uma ligeira alta de 0,19% e 0,36%, respectivamente. Em Campinas, a expansão foi maior — 0,68% e 0,47%. Nos primeiros seis meses deste ano, 53,52% dos negócios criados na cidade estão relacionados à prestação de serviços e 22,93% à venda de produtos. As indústrias, por sua vez, perderam espaço na RMC. No primeiro semestre de 2019, o segmento representou 29,75% das novas empresas, contra 30,26% se comparado ao mesmo período de 2018, ou seja, houve uma queda de 0,51%. Em Campinas, a retração foi ainda maior, caindo de 18,37% no ano passado para 15,57% neste ano. No caso, um recuo de 0,80%. Outro setor que encolheu foi o agropecuário, tendo diminuído 0,04% na RMC e 0,35% em Campinas. Martins esclarece que os setores de serviços e comércio requerem, geralmente, investimentos menores e têm melhor rentabilidade, ou seja, o capital inicial para a criação do negócio retorna mais rapidamente. "Trata-se de investimentos mais seguros e, por isso, mais procurados", afirmou. Sobre as indústrias, o economista projeta que haverá melhora quando a economia reagir. Novos negócios A Região Metropolitana de Campinas (RMC) registrou a criação de 32.520 novas empresas no primeiro semestre de 2019. Se comparado ao mesmo período de 2018, quando foram abertas pouco mais de 24,6 mil, o resultado é 24,2% superior. Maior cidade da RMC, Campinas acompanhou o crescimento assinalado. Nos primeiros seis meses deste ano, o município contabilizou 13.459 novos estabelecimentos, ante aproximadamente 10 mil no mesmo período do ano passado. No caso, uma expansão de 24,51%. "O número tem que ser avaliado como positivo, devido a economia nacional ainda estar estagnada. O resultado poderia ter sido pior", ponderou o economista Laerte Martins. Procedimento é fácil e de baixo custo De acordo com o Portal do Empreendedor do governo federal, as vantagens de ser um microempreendedor são: ter Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e alvará de funcionamento sem custo ou burocracia, possibilidade de emissão de nota fiscal, acesso a produtos e serviços bancários como crédito, baixo custo mensal com tributos (INSS, ISS ou ICMS) em valores fixos, acesso a apoio técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e chance de vender para o governo. Além disso, dispõem também de direitos e benefícios previdenciários: aposentadoria por idade ou invalidez, auxílio-doença, salário-maternidade, pensão por morte (para a família).

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