PANDEMIA SEM FIM

Mês da morte, março tem 488 vítimas da covid na cidade

Mais que um número, resultado do período expõe a dimensão de uma tragédia ainda em curso

Rodrigo Piomonte
31/03/2021 às 10:51.
Atualizado em 22/03/2022 às 02:20
Mais que um número, resultado do período expõe a dimensão de uma tragédia ainda em curso (Kamá Ribeiro/ Correio Popular)

Mais que um número, resultado do período expõe a dimensão de uma tragédia ainda em curso (Kamá Ribeiro/ Correio Popular)

O mês de março fechou com um triste recorde para a cidade de Campinas. O número de vidas perdidas para a covid-19 chegou a 488, o maior desde o início da pandemia. Para se ter uma ideia do impacto da doença, no período, morreram mais pessoas do que nos meses de janeiro e fevereiro juntos. Apenas nas últimas 24 horas, foram confirmados pela Prefeitura novos 45 óbitos, outro recorde.

Os dados constam no Boletim Epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Campinas, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde e Departamento de Vigilância em Saúde e que acompanha as semanas epidemiológicas desde o surgimento do primeiro caso da doença na cidade, há um ano. Segundo o último balanço divulgado ontem a cidade conta com 80.767 contaminados e 2.360 mortes.

O prefeito Dário Saadi (Republicanos) destacou o triste recorde durante entrevista coletiva transmitida ontem por meio de redes sociais. O prefeito lamentou as mortes e se solidarizou com os familiares das vítimas. "É muito triste essa situação. É muito difícil para o gestor enfrentar uma pandemia. Março foi um mês que a cidade registrou mais mortes, esperamos que isso não mais aconteça", disse.

[INTERTITULO]Mortes de março

[/INTERTITULO]A ação devastadora da doença neste mês na cidade é realmente impactante. Quando contabilizado a média de mortes por covid-19 por dia, somente nas últimas 96 horas, a Prefeitura confirmou 105 novos óbitos (45 nas últimas 24 horas e 60 nas últimas 72 horas anteriores).

Essa quantidade equivale a 1,09 mortes a cada hora, no período. Numa média mensal a cidade perdeu um campineiro a cada uma hora e cinquenta minutos. Em média, morreram 16 pessoas por dia em Campinas em março.

Se somadas as mortes provocadas pela covid-19 em todo o mês de janeiro e fevereiro deste ano, o total ainda fica abaixo do registrado neste mês. Em janeiro morreram 169 pessoas. Em fevereiro, 217. O que dá um total de 386, quase 30% a menos do que o número de mortes que ocorreram em março.

Numa comparação entre o perfil das vítimas que morreram neste mês, os idosos acima de 60 anos ainda são as principais vítimas da covid-19. Em todas as faixas etárias acima dessa idade o percentual de mortes cresceu na comparação com períodos anteriores.

O que chama a atenção, no entanto, são as mortes entre as vítimas mais jovens, em que o percentual de crescimento foi muito grande. Na comparação de março com o mês anterior, as mortes cresceram 39% entre as pessoas com idade entre 40 a 49 anos, 43% entre as vítimas de idades entre 30 a 39 anos, e 39% entre as vítimas de 20 a 29 anos.

Além da tristeza das mortes, a grande maioria das vítimas fatais da covid no mês de março agonizam longos períodos em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) em hospitais.

Segundo a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea Von Zuben, um estudo do departamento apontou que o tempo da internação e o óbito chega a 30 dias na cidade.

De acordo com a diretora, atualmente, cerca de mil pessoas estão internadas pela covid-19 na cidade.

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