no 1º semestre

Mercado ilegal cresce 59% em Campinas

Dados do Etco apontam aumento de 13% em relação à igual período de 2016

Maria Teresa Costa
22/08/2018 às 07:47.
Atualizado em 22/04/2022 às 16:14
Eight é a marca mais comercializada de cigarros pelos contrabandistas (Divulgação)

Eight é a marca mais comercializada de cigarros pelos contrabandistas (Divulgação)

A participação do mercado ilegal nas vendas aumentou de 47% na comparação com o primeiro trimestre de 2016 para 59% em igual período de 2018 em Campinas, segundo dados do Movimento Legalidade, coordenado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco). O crescimento, de 13 pontos percentuais, mostra que a cada 100 produtos comercializados, 59 são oriundos de pirataria, falsificação e contrabando. Esse crescimento mostra, segundo o presidente do Etco, Edson Vismona, a necessidade de intensificar as ações de combate ao mercado ilegal na cidade. A segunda fase do movimento, informou, está atuando junto aos órgãos de segurança, nos quais houve crescimento desse mercado, como São Paulo, Campinas, Uberlândia, Recife e Porto Alegre, para intensificar, especialmente com a participação das Guardas Municipais (GMs), o combate à pirataria, falsificação e contrabando. “Queremos ampliar a atuação, com ações coordenadas, identificar alvos preferenciais para termos avanços na repressão a esse comércio que somente no ano passado gerou perdas de R$ 146 bilhões ao País”, afirmou. Além da evasão fiscal, disse, está havendo infiltração do crime organizado nesse mercado. “No Rio de Janeiro a situação é alarmante. Lá, as milícias impedem o comércio legal de cigarros. O contrabando, que não paga impostos, não atende às normas fitossanitárias, domina o mercado. Um maço de cigarro contrabandeado custa R$ 2,50, enquanto no mercado legal, R$ 5,00”, afirmou. Produtos sem qualidade, que causam prejuízos à saúde, além de gerar um grave impacto na economia, impactam também na capacidade de investimento do País, com perda de empregos e afetam fortemente a cadeia produtiva da indústria nacional. “O principal motivador para o avanço do contrabando é a vantagem econômica que essa atividade traz. É um mercado com muita liquidez que financia o crime organizado”, disse. Fumo A marca mais comercializada em Campinas é o cigarro Eight, fabricada pela Tabacalera del Este, de propriedade do ex-presidente do Paraguai, Horácio Cartes. Em Campinas, ela chegou a 55% de participação no mercado no primeiro trimestre. Em Campinas, a venda do Eight cresceu 22 pontos percentuais do primeiro trimestre de 2016 na comparação com 2018. No Estado, o incremento foi de 14 pontos percentuais. A venda de cigarros contrabandeados atingiu 57% de participação no mercado este ano, no Estado. O maior volume do mercado ilegal se concentra no Estado, que comercializa 31% de todo o volume de cigarros ilegais do País, e movimentou, no ano passado, R$ 2,6 bilhões. Dados do Movimento Legalidade informam que de 2015 a 2017, a participação do comércio ilegal no Estado aumentou 6 pontos percentuais. Nesse período, o volume do mercado ilegal aumentou em 11% passando de 13,6 bilhões para 15,1 bilhões de unidades de cigarros. A pirataria, a falsificação e o contrabando provocaram uma evasão fiscal de R$ 850 milhões em Campinas em 2016. Cigarros, perfumes, roupas, equipamentos, bebidas são comercializados na cidade à custa de prejuízos à geração de empregos, à indústria nacional, ao comércio formal e à Prefeitura, que deixa de receber impostos. O secretário de Segurança de Campinas, Luiz Augusto Baggio, está fora do País e a secretaria não designou ninguém para comentar o crescimento do comércio ilegal em Campinas.

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