VAGAS

Mercadão vai cobrar por estacionamento de moto

Segundo administração do centro de compras e Setec, medida vai evitar que motociclistas continuem a usar o espaço como garagem

Shana Pereira
23/10/2015 às 21:07.
Atualizado em 23/04/2022 às 03:40
Airton Guamair deixou a moto na rua Ernesto Kulman pra fazer compras no mercadão ( Dominique Torquato/ AAN)

Airton Guamair deixou a moto na rua Ernesto Kulman pra fazer compras no mercadão ( Dominique Torquato/ AAN)

Fechado há dois meses para reforma, o estacionamento do Mercado Municipal de Campinas passará a cobrar tarifa também de motociclistas. A medida, sem data para ser implantada, divide opiniões dos frequentadores. De acordo com a administração do Mercadão, uma das razões para a cobrança é que muitos usuários não utilizam o espaço para ir às compras e, sim, transformam o local em garagem particular enquanto vão trabalhar. O valor ainda será definido. “Como é um estacionamento sem tarifa, as pessoas deixavam as motocicletas de manhã, iam trabalhar e só buscavam à tarde”, diz Guilherme, administrador do Mercado. A medida também é avaliada como necessária pela diretoria do Serviços Técnicos Gerais (Setec). De acordo com o diretor da autarquia, Alexandre Polo do Valle, haverá readequações e melhorias. “Vamos aumentar o número de vagas e contratar uma seguradora para incluir as motos, pois hoje em dia, se acontece algum tipo de delito, quem arca com o custo é a Setec”, disse. A proposta também engloba melhorias para o estacionamento de motocicletas. O porteiro Airton Guanair vai ao Mercadão pelo menos duas vezes por semana e diz que está difícil achar local no entorno para estacionar. “Não vou pagar estacionamento para deixar a moto. Quando não acho vaga, vou embora e volto outra hora”, diz. Tadeu Amorim, também frequentador, diz estar inconformado com essa mudança no espaço. “Estão colocando carros no local que utilizava para as motos. Não acho ruim ter que pagar uma tarifa, mas tenho o direito de colocar a minha motocicleta dentro do estacionamento”, afirmou. O diretor da Setec disse que as intervenções que serão feitas, principalmente a cobrança do estacionamento, são para ajudar na rotatividade de veículos do local. “As pessoas que vão até o mercado para fazer compras ficam no máximo duas horas no local. Não é estacionamento diário”, enfatizou. Uma usuária que não quis se identificar, disse que deixar na rua é perigoso, mas, com a cobrança, não sabe o que vai resolver. “Se cobrarem muito caro, ficará inviável. Outra coisa: tem que melhorar a segurança do espaço”, ressaltou. Apenas uma pequena faixa na antiga entrada do estacionamento avisa os motociclistas sobre a proibição de parada devido à reforma. Enquanto a reportagem estava no local, algumas motos entraram no estacionamento e ficaram perdidas. Os guardas têm o papel de avisar os motociclistas para se retirarem. Segundo a administração do Mercado, foi solicitado à Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) instalar uma placa de melhor visualização para os usuários. “Então, onde vamos parar? Não é qualquer rua que podemos estacionar aqui no entorno do Mercado. Estacionamento é muito caro, e não quero levar multa”, queixava-se o frentista Edivaldo Dias Alves. O bolsão mais próximo do centro de compras fica na Rua Ernesto Khulmann. Nesse trecho, há possibilidade de estacionamento para aproximadamente 20 motocicletas. A autônoma Marta Mara critica a dificuldade de achar vaga por lá. “A cada dia fica mais complicado parar a moto”, apontou. Ainda segundo a administração do Mercado, a medida irá refletir também no estacionamento de carros, que já pagam pela permanência. Os automóveis, que hoje entram pela Rua Benjamim Constant, travam frequentemente o trânsito nos finais de semana. “Nossa ideia inicial é trocar a entrada e saída dos veículos, para melhorar o fluxo do trânsito, principalmente aos sábados”, afirmou Guilherme. Com a reformulação do local, o Mercadão quer inovar e colocar cancelas com sistemas de Sem Parar e outros convênios.

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