Campinas é recordista, com 85 notificações e oito mortes de janeiro a julho, segundo o DataSus
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) registrou, em média, uma morte de meningite a cada duas semanas de janeiro a julho deste ano. Ao todo, 16 pessoas morreram. No mesmo período, 155 casos da doença foram notificados. As informações são do DataSus, serviço do Ministério da Saúde, que também aponta a RMC como a sétima região metropolitana do Brasil em número de óbitos, empatada com a Baixada Santista e Curitiba.O levantamento foi feito em 37 regiões do País. De acordo com as estatísticas do DataSus, as cidades recordistas este ano são Campinas, com 85 notificações e oito mortes; Americana, com 29 registros positivos e três óbitos; e Valinhos, com seis casos positivos, sendo dois fatais. Dos casos graves, que resultaram na morte do paciente infectado, seis tinham idade entre 20 e 29 anos; três menos de 1 ano; três da faixa etária de 40 a 59 anos. Uma vítima foi uma criança de 2 anos e a outra um adolescente de 17. Ainda foram registradas duas vítimas fatais com idades entre 60 e 79 anos.Rodrigo Angerami, médico infectologista do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, afirmou que, apesar dos números, não é possível saber a causa exata das mortes. Isso porque, a meningite, processo inflamatório da membrana que envolve o cérebro, pode ser causada por vírus, bactérias e até fungos. “Meningite é um termo muito genérico, difícil de fazer uma comparação com anos anteriores, ou de cidade a cidade, isso porquê suas causas são múltiplas e em muitos casos não é possível saber nem mesmo o tipo de vírus ou bactéria que causou a doença”, disse.Segundo Angerami, as meningites bacterianas são as mais graves, e podem deixar sequelas, mas se diagnosticadas precocemente têm cura. Já a meningite viral é menos grave, entretanto, mais comum. Pode ser causado pelo vírus do sarampo, da caxumba e até do herpes comum. Geralmente nas meningites virais a evolução é benigna, havendo melhora do quadro. As pessoas em contato íntimo com pacientes portadores da meningite viral não precisam fazer uso de antibióticos para a prevenção, mas devem lavar as mãos com frequência, com água e sabão.Na semana passada, a adolescente Giovanna Victorio Leal morreu em Campinas com meningite bacteriana. A jovem morava em Nova Odessa. Ela passou mal no dia 14 de setembro e foi levada a um hospital com vômito e dor de cabeça. Seu estado de saúde se agravou dois dias depois e deu entrada no Centro Médico de Campinas com febre alta. Giovanna ficou um dia internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu.Em Indaiatuba, a morte de uma mulher de 61 anos ainda é investigada. A paciente foi internada no Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc) com diarreia na quarta-feira da semana passada e morreu menos de 24 horas depois. A Vigilância em Saúde do município realizou bloqueio com antibióticos em 14 pessoas que tiveram contato com a mulher.