Concessionária do aeroporto comemorou o sucesso do pouso-teste do Boeing 747-8F
Atlas Air fez um pouso-teste nesta terça-feira em Viracopos. Foi o primeiro pouso no Brasil e o segundo na América do Sul - a operação já está homologada em Bogotá, na Colômbia (Érica Dezonne/AAN)
A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos fez as adaptações exigidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para garantir a segurança operacional de pousos e decolagens e espera obter a homologação até terça-feira (4/6), para poder ter início a operação comercial do gigante 747-8F.
A empresa de cargas Atlas Air, que opera em Viracopos com o 747- 400, pretende substituir essa aeronave por aviões da categoria F que, segundo a Boeing, oferece uma redução de 16% nos custos da tonelagem por milha e transporta 16% a mais de volume de carga do que o 747-400.
A Atlas Air fez um pouso-teste nesta terça-feira (28) em Viracopos. Foi o primeiro pouso no Brasil e o segundo na América do Sul - a operação já está homologada em Bogotá, na Colômbia.
De acordo com o gerente para o Brasil da Atlas Air, Luís Fernando Del Valle, outros aeroportos brasileiros, com o Galeão, no Rio, Cumbica em São Paulo e Brasília têm condições também de receber os 747-8F, mas a opção pela homologação em Viracopos foi porque a empresa já tem operações em Campinas.
"Queremos operar toda terça-feira com esse avião, entre Miami, Campinas e Quito e nossa ideia é mixar com voos que operamos na Africa do Sul, Argentina e Peru", afirmou. A Atlas opera sete desses aviões, dentro de um total de 48 aeronaves de sua frota. Os demais são 747-400.
O presidente da concessionária, Luiz Alberto Kürsten, informou foram realizadas uma série de adaptações em Viracopos para receber o Boeing. Na pista principal foi necessário o afastamento das caixas nas laterais da pista, onde estão estão os cabos de eletricidade; a pista de taxiamento, cuja largura variava de 21 metros a 23 metros, foi alinhada para 23 metros. Além disso houve reforço na sinalização e readequação de equipamentos de navegação aérea e aumento da capacidade do reservatório elevado de água para 32,3 mil litros, atingindo a categoria 10 de capacidade de combate a incêndio.
Esse é um momento histórico para Viracopos", disse Kürsten, ao lado do prefeito Jonas Donizette (PSB), durante o pouso da aeronave. O setor de cargas do aeroporto parou para ver a chegada do avião, que teve direito a visita dentro do cargueiro, fotos para guardar de recordação e visite à cabine de comando.
Segundo a Boeing, o 747-8F oferece os menores custos operacionais e as maiores vantagens econômicas entre as aeronaves de sua classe, com melhor desempenho ambiental.
Segundo a empresa, a nova aeronave tem alcance de 8,1 mil quilômetros e capacidade de carga de 857,7 m³, envergadura de 68,4 m com comprimento de 76,3 m e 19,4m de cauda.
Existem apenas duas aeronaves no mundio que se enquadram na categoria F: o Boeing 747-8 e o Airbus A-380. O Boeing, segundo o fabricante, vem passando por melhoria de desempenho, dentro de um pacote para aumentar a eficiência energética que já resultou em um ganho de eficiência em mais 1,8%, o que, segundo a empresa, permite que as companhias aéreas economizem cerca de U$ 1 milhão anuais em combustíveis, por aeronave, e reduza sua pegada de carbono.
Concebido como avião de carga, a ideia inicial da empresa era que o 747-8 entrasse no mercado no final de 2010, mas ela teve que atrasar seus planos, em um momento em que as companhias aéreas brigam para se recuperar do maior déficit desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O avião foi homologado em 2011 e a empresa aposta nas inovações tecnológicas do 747-8 para atrair clientes.
A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos informou que, em duas semanas, vai protocolar o pedido de licença de instalação na Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para ter o aval ambiental e poder começar a construir, no ano que vem, a segunda pista do Aeroporto Internacional de Viracopos.
A concessionária decidiu antecipar o início da operação da segunda pista do aeroporto de Campinas de 2023 para 2017 para dar conta da crescente demanda e dotar o terminal de capacidade para ser hub internacional e com isso atrair novas empresas aéreas. O plano é começar a construção logo após a conclusão do novo terminal de passageiros. A obra vai permitir ao aeroporto se tornar, de acordo com a concessionária, o primeiro da América Latina com operações simultâneas de pouso e de decolagem.
Os investimentos necessários para a implantação da pista de 3,6 mil metros de extensão, além das estruturas de taxiamento, serão de R$ 500 milhões. A segunda pista será paralela a atual pista e estará a uma distância de 2,5 mil metros da atual área de pouso e decolagem.
O contrato de concessão estipula a obrigação de construção da segunda pista, quando o aeroporto atingir 178 mil movimentos anuais. Nos primeiros sete meses deste ano, Viracopos teve a movimentação de 67,2 mil aeronaves.
Viracopos hoje está na categoria 2 e as obras elevarão o terminal campineiro para a categoria 1, criando condições para aumentar a exploração comercial, e investimentos que gerem mais receitas, com free shop, áreas comerciais, restaurantes, hotéis, centros de convenções.
Atualmente, 60% das receitas (R$ 400 milhões) do aeroporto vem das tarifas de carga e o plano da concessionária é equiparar as receitas de carga, de passageiros e comerciais. Viracopos está atualmente no primeiro ciclo de investimento. O segundo será em 2017, quando o aeroporto atingir 22 milhões de passageiros anuais e começar a funcionar a segunda pista.
O terceiro ciclo ocorrerá quando chegar a 45 milhões de passageiros (em 2024) e haverá necessidade da terceira pista. O quarto ciclo está previsto para 2033, com 65 milhões de passageiros e construção da quarta pista e o quinto, em 2038, com 80 milhões de passageiros.
Segundo a concessionária, as datas previstas para os ciclos de investimentos levam em consideração uma projeção da demanda de passageiros, podendo ser antecipadas para manter o nível de qualidade e conforto necessários à operação do aeroporto.