DENGUE

Medo do Aedes faz dobrar procura por tela protetora

Aumento de vendas é relatado em todas as regiões de Campinas: tentativa é para evitar a doença

Sarah Brito/AAN
05/05/2014 às 23:27.
Atualizado em 26/04/2022 às 23:17

A pior epidemia de dengue da história de Campinas aqueceu o mercado de venda de telas protetoras de mosquito e, segundo comerciantes do setor, a procura dobrou nos últimos meses. Muitos dos clientes procuram o material para evitar que o mosquito transmissor da dengue entre em casa.Proprietário de uma loja no bairro Jardim do Lago, região Sul, Carlos Roberto Pereira, de 51 anos, afirmou que o pico de vendas da tela costuma ser no Verão, mas este ano foi atípico e o período tem se estendido devido ao grande número de casos da doença.“Este ano foi o contrário. Continuou no mesmo nível do Verão, se estendeu. Aumentou em 50%, pelo menos. Alguns têm casos de dengue na família e chegam aqui com medo, querendo comprar logo a tela”, disse. A tela removível custa em torno de R$ 80,00 e é uma das mais vendidas. “Dá para notar que a procura é grande. Tenho um movimento estendido, isso tem me ajudado. Estou lucrando quase o dobro que o mesmo período do ano passado.”Outro proprietário de uma loja de telas contra mosquitos, cortinas e pisos laminados também afirmou que sentiu que a procura pelo produto quase dobrou nos últimos dois meses, período em que os casos de dengue explodiram na cidade.“Quando chega nessa época, geralmente diminui. Mas com a dengue, aumentou. Os clientes vêm e dizem que querem colocar porque têm criança pequena ou idoso em casa. E a tela elimina a entrada, dá muita segurança”, afirmou o comerciante Gilberto Sposito, de 54 anos.O preço médio de um metro quadrado de uma tela removível custa em torno de R$ 100,00 em uma loja do Cambuí, região central. No preço já vem embutido o custo da mão de obra. Para fechar uma sacada, de tamanho médio, o custo é de R$ 680,00, também já com a mão de obra.Morador do Jardim Chapadão, na região Norte, a mais afetada com a dengue, segundo último balanço, o aposentado Carlos Mizukamir, de 68 anos, afirmou que pretende instalar nas janelas e portas da residências telas de proteção. Ele mora com a família e com o neto de apenas um ano.Segundo Mizukamir, a criança passa boa parte do tempo na sala, onde leva picadas. Com isso, a opção de colocar a proteção. “Temos medo, o menino é pequeno, e ficava exposto. Já temos em algumas janelas, mas quero lacrar a casa toda”, disse. A região Norte concentrou 4.505 casos de um total de 17,1 mil da cidade. O número representa 26%.

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