Hospital Ouro Verde

Médicos manterão greve por tempo indeterminado

Os profissionais reclamam da falta de pagamento de salários e insumos para trabalho

Alenita Ramirez
23/02/2018 às 17:30.
Atualizado em 22/04/2022 às 14:22
Além de reivindicar o pagamento dos salários em atraso, a categoria quer garantia de que os insumos de materiais e medicamentos usados na unidade sejam regularizados (Divulgação)

Além de reivindicar o pagamento dos salários em atraso, a categoria quer garantia de que os insumos de materiais e medicamentos usados na unidade sejam regularizados (Divulgação)

Os médicos do Hospital Ouro Verde, em Campinas, confirmaram em assembleia na manhã desta sexta-feira que vão manter a greve por tempo indeterminado, mas afirmaram que manterão o atendimento garantido nos setores de urgência/emergência, internação, ambulatorial e pós-operatório. Apenas as cirurgias e consultas eletivas estarão suspensas. Os médicos reclamam da falta de pagamento de salários, de insumos para trabalho e também pedem garantias de emprego com a rescisão de contrato com a OS Vitale e transparência no projeto da Rede Mário Gatti, que será votado pelo Legislativo na próxima quarta-feira, dia 28. De acordo com o presidente do Sindimed, sindicato dos médicos, Casemiro Reis, o hospital conta com 350 especialistas entre celetistas e PJ (Pessoa Jurídica) e a maioria não recebe desde dezembro do ano passado. Também há ainda profissionais que não receberam os salários desde agosto. Além de reivindicar o pagamento imediato de todos os salários em atraso, a categoria quer uma garantia da Prefeitura de que os insumos de materiais e medicamentos usados na unidade sejam regularizados no hospital. Segundo o Sindimed, há uma oscilação muito grande no fornecimento destes produtos o que coloca em risco segurança do trabalhador e também da população atendida no hospital. A categoria também quer a garantia de que os 1,5 mil funcionários, que correm risco de uma demissão em massa com o término do contrato entre Prefeitura com a OS Vitale, prevista para os próximos 90 dias, terão seus trabalhos mantidos na troca da empresa. "Não aceitamos a demissão coletiva. Não aceitamos que 1,5 mil funcionários serão demitidos em um momento de profunda crise por qual passa o país. Exigimos que todos os funcionários que quiserem permanecer trabalhando no hospital sejam absorvidos da maneira que for. Temos que ter essa garantia", disse Reis. Outra exigência é a imediata suspensão da aprovação em tramitação do projeto da Rede Mário Gatti. "Falta transparência. Não sabemos o que é esse projeto. Queremos que todos os pontos que temos dúvidas sobre ele sejam esclarecidos. O projeto foi apresentado de maneira atabalhoado, sem discussão nenhuma, sem uma única audiência na Câmara. Ele tem que ser suspenso na Câmara e que seja aberto um debate público que envolve a população e todas as entidades da categoria. Falta transparência", disse. No último dia 19, foi realizada uma audiência pública na Câmara sobre o projeto e, segundo o Legislativo, teve a presença mínima de funcionários do Ouro Verde e do Conselho de Saúde. O projeto tem duas votações, sendo a primeira nesta quarta-feira e a definitiva prevista para o dia 7 de março. Casemiro disse que a entidade espera que a Prefeitura abra o mais breve possível uma negociação com a categoria, mas que já solicitou junto ao Ministério Público do Trabalho e do Estado intermediação para conversas. Também na próxima terça-feira, a categoria dos médicos se juntará com os trabalhadores do hospital, que ameaçam entrar em greve para contestar a demissão em massa. Por dia, segundo o Sindimed são atendidas aos menos 1,2 mil pessoas. O diretor-presidente do Hospital Mário Gatti e presidente provisório do Hospital Ouro Verde, Marcos Pimenta, nega a falta de pagamento e de insumos. Segundo ele, as faltas são pontuais. No caso do pagamento, há situações que faltam comprovantes de PJ´s e os pedidos estão em análise. Quanto aos insumo, Pimenta voltou a salientar que existem cerca de 120 mil itens e admite faltas pontuais que já foram feitas compras. "Essa greve nos pegou de surpresa. Não entendemos o motivo da greve. Houve audiência sobre o projeto Rede Mário Gatti. Já explicamos sobre a rescisão do contrato. Vamos avaliar o que aconteceu e tomar as medidas cabíveis. As cirurgias eletivas serão remarcadas. Para o atendimento de urgência e emergência, reformamos uma equipe no Mário Gatti para dar assistência" , frisou Pimenta.

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