ouro verde

Médicos decidem manter a greve

Não houve acordo com a administração e a paralisação continua pelo menos até sexta-feira

Henrique Hein/AAN
01/03/2018 às 07:42.
Atualizado em 22/04/2022 às 14:54
Ainda parados: sem assembleia realizada quarta-feira, os médicos do Ouro Verde decidiram manter a greve, que deve continuar pelo menos até amanhã (César Rodrigues/AAN)

Ainda parados: sem assembleia realizada quarta-feira, os médicos do Ouro Verde decidiram manter a greve, que deve continuar pelo menos até amanhã (César Rodrigues/AAN)

Os médicos do Hospital Ouro Verde, em Campinas, confirmaram em assembleia realizada quarta-feira que vão manter a greve pelo menos até sexta-feira. Não houve acordo com a administração e a paralisação será mantida, com exceção dos atendimentos aos setores de urgência, internação, ambulatorial e pós-operatório, que vão continuar funcionando. Apenas as cirurgias e consultas eletivas ficarão suspensas. No último dia 23 de fevereiro, os médicos do hospital anunciaram a paralisação das atividades para reivindicar o pagamento imediato de todos os salários atrasados, além da garantia da Prefeitura de que os insumos de materiais e medicamentos usados na unidade e que estão em falta sejam repostos. Segundo o Sindicato dos Médicos de Campinas e Região (Sindimed), existe uma oscilação muito grande no fornecimento destes produtos, o que tem colocado em risco a segurança dos trabalhadores e também da população atendida. A categoria também quer a garantia de que os 1,5 mil funcionários, que correm risco de demissão em massa com o término do contrato entre a Prefeitura com a OS Vitale, previsto para os próximos 90 dias, tenham seus respectivos cargos mantidos. “Cada um dos médicos tem uma história de 10, 12 anos de hospital. Não aceitamos que 1,5 mil funcionários sejam demitidos. Exigimos que todos os que quiserem permanecer trabalhando no hospital sejam mantidos”, disse o presidente do Sindimed, Casemiro Reis. De acordo com ele, o hospital conta hoje com 350 especialistas entre celetistas e PJs (Pessoas Jurídicas), e a maioria não recebe desde dezembro do ano passado. Alguns estão em situação ainda pior - não recebem salário desde agosto. Além dos médicos, enfermeiros e outros funcionários, incluindo técnicos e auxiliares de enfermagem e pessoal da administração, manutenção, cozinha e limpeza do Ouro Verde também estão em estado de greve. Segundo o Sindimed, cerca de 1,2 mil pessoas são atendidas por dia no local. O diretor-presidente do Hospital Mário Gatti e presidente provisório do Ouro Verde, Marcos Pimenta, nega a falta de pagamento e de insumos. Para ele, o motivo da grave são questões políticas e não salariais. “Não entendemos o motivo da greve. Já explicamos sobre as rescisões. Vamos avaliar o que aconteceu antes tomaras medidas cabíveis. As cirurgias eletivas serão remarcadas. Para o atendimento de urgência e emergência, temos uma equipe no Mário Gatti para dar assistência”, frisou. No próximo dia 5 de março, o interventor e os representantes do sindicato devem se reunir para discutir um projeto que prevê como serão realizadas as rescisões. No início dessa semana, o Sindimed solicitou uma audiência no Ministério Público do Trabalho com a presença de representantes da Prefeitura. De acordo com a categoria, a reunião deveria selar um acordo entre as partes. Mas a audiência, marcada para ontem, não aconteceu, porque a administração municipal não compareceu e solicitou uma nova data, que foi fixada para sexta à tarde. De acordo com a Prefeitura, o motivo da ausência foi a falta de horário na agenda dos representes municipais.

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