pandemia

Médico alerta mães com Covid sobre amamentação

Segundo ele, para as mães que testaram positivo para a Covid-19, o uso de máscara é essencial, assim como o distanciamento

Da Agência Anhanguera
06/08/2020 às 15:06.
Atualizado em 28/03/2022 às 19:29
Médico alerta mães com Covid sobre amamentação (Divulgação)

Médico alerta mães com Covid sobre amamentação (Divulgação)

A Semana Mundial do Aleitamento Materno, comemorada de 1º a 7 de agosto desde 1992, reforça uma importante reflexão sobre o tema. Segundo levantamento da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), apenas quatro em cada dez bebês no mundo são alimentados, exclusivamente, nos primeiros seis meses de vida, como é recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Neste ano, no entanto, a amamentação despertou novos questionamentos entre gestantes e mães que estão passando por essa fase em plena pandemia de Covid-19. O médico Francisco Mezzacappa Filho, neonatologista do Vera Cruz Hospital, de Campinas, explica que, como se trata de um vírus novo, ainda existem poucos estudos e literatura, mas é possível afirmar, até o momento, que a transmissão não ocorre durante a amamentação. “O leite é seguro, mas a contaminação pode se dar através de gotículas de saliva no caso das mães positivadas”, explica. Por isso, segundo ele, para as mães que testaram positivo para a Covid-19, o uso de máscara é essencial, assim como o distanciamento. Já para as outras, a amamentação ocorre normalmente, claro, com a intensificação da higiene das mãos e do local onde o bebê irá se alimentar. “Sabemos o quanto é difícil o isolamento entre a mãe e o recém-nascido, mas esse distanciamento é necessário se comprovado que está com o vírus, assim como uma maior higienização para manuseio na amamentação”, adiciona. Ainda segundo o especialista, visitas devem permanecer suspensas, até pelos avós dos bebês. “Se trata de um momento especial e que todos querem participar. Mas, até que tenhamos uma vacina comprovada e uma situação segura, o ideal é não receber ninguém em casa”, alerta. Adesão “Ainda não temos a adesão desejada, mesmo diante de tantos benefícios que o aleitamento possui, afinal, não existe alimento mais perfeito para o crescimento saudável do que o leite materno. O que acontece é que se trata de um processo que precisa de persistência e ajuda profissional, e muitas mães se frustram antes de esgotar todas as tentativas, muitas vezes por falta de instrução”, detalha o especialista, que atua há duas décadas na estimulação da amamentação. “Não existe maior satisfação do que ver uma mãe que teve dificuldades sair do hospital amamentando, nem que para isso sua internação tenha que ser estendida”, afirma Mezzacappa Filho. Além de criar defesas no organismo, o leite materno diminui os riscos de problemas alérgicos, digestivos e respiratórios. Mas, os benefícios não são somente para o bebê. As mamães que amamentam têm, segundo o médico, menor risco de lesões malignas na mama, recuperação pós parto mais rápida e até perda de peso. “As inseguranças emocionais das mães são o maior impedimento para o aleitamento materno. Tem que persistir e, se precisar, procurar ajuda profissional”, afirma. Ainda segundo o neonatologista, mesmo em meio à pandemia, é recomendado que a mãe só saia do hospital quando estiver segura sobre como amamentar. “Não existem riscos quando todas as medidas de isolamento são tomadas, como temos feito no Vera Cruz Hospital”, completa.

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