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Médias de casos e de mortes devem continuar em queda

Estudo aponta para redução na Região Metropolitana de Campinas até meados do mês de dezembro

Daniel de Camargo
12/11/2020 às 07:51.
Atualizado em 27/03/2022 às 16:36
Covid: semana sem novas internações em UTI pública (Cedoc/RAC)

Covid: semana sem novas internações em UTI pública (Cedoc/RAC)

As médias móveis referentes aos casos e às mortes por Covid-19 na Região Metropolitana de Campinas (RMC) devem continuar em queda até meados de dezembro. A projeção é do último boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz. Com base nesse informativo e em outros dados, o Observatório PUC-Campinas apontou que esses índices caíram 44,14% e 27,08% na RMC, respectivamente, se comparado aos 14 dias anteriores à quinta-feira passada, última data em que o governo paulista divulgou as notificações atualizadas da doença - por causa de uma instabilidade no sistema de informática do Ministério da Saúde, alguns estados, entre eles São Paulo, não conseguem atualizar os números desde a última quinta-feira. A análise do Obervatório PUC-Campinas assinala que, até esta data, dois dias antes do encerramento da 45ª Semana Epidemiológica, as médias móveis de casos e óbitos também se apresentaram decrescentes no Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas) e no município de Campinas, epicentro da pandemia na região. As variações foram negativas em 24,18% e 36,20% para o DRS-Campinas; já em Campinas, a diminuição de infecções e mortes, nesta ordem, foi de 39,40% e 37,50%, comparando-se aos 14 dias anteriores. A média móvel de novos casos na RMC, DRS-Campinas e Campinas foi de 139, 217 e 50 casos, respectivamente. Já a de óbitos foi de 5, 5 e 2. De acordo com André Giglio Bueno, infectologista do Hospital PUC-Campinas e docente da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas, os dados disponíveis até o momento dão indícios de manutenção do cenário de estabilidade e queda na região. Ele lembra que a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) permanece abaixo dos 60%. O médico detalhou ainda que estimativas do último boletim InfoGripe indicam tendências consistentes de diminuição das contaminações tanto no curto (3 semanas) como no longo prazo (6 semanas). Mesmo com as reduções nas últimas semanas, o especialista disse que os municípios estão tendo o desafio de conciliar uma retomada das demandas habituais de consultas, internações, exames e cirurgias, dada a constante atenção à situação local da pandemia. "Sendo assim, em tempos de eleições e divulgação de diversas propostas para a área da saúde, é importante que essas questões sejam encaradas como prioridade, visto que muito provavelmente seguiremos convivendo com o vírus pelo menos durante o próximo ano inteiro", avalia. O economista Paulo Oliveira, que coordena as análises referentes à Covid-19 pelo Observatório PUC-Campinas, reforça que a pandemia também tem deixado marcas na economia da região. O fim dos programas de renda, como o auxílio emergencial, trará impactos ainda mais expressivos no consumo das famílias, considerado fundamental para a retomada econômica. O professor extensionista afirma que a recuperação da economia depende da capacidade do consumo das famílias, da retomada da economia internacional e da política de gastos púbicos. "Do ponto de vista do consumo, além da extinção do auxílio emergencial, prevista para janeiro, há expectativa sobre o resultado do fim das reduções de carga horária e salários e da suspensão de contratos. Caso sejam convertidos na manutenção dos postos de trabalho, com recuperação dos rendimentos, a retomada pode ser mais rápida", pondera.

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