coronavírus

Média da RMC é menor que a do País

Campinas tem a segunda maior incidência, com 10,46 casos por 100 mil habitantes e está perto da média nacional divulgada pelo Ministério da Saúde

Maria Teresa Costa
14/04/2020 às 07:58.
Atualizado em 29/03/2022 às 18:06

Com 198 casos de Covid-19 confirmados até ontem, às 17h, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) registra uma incidência de 6,06 infectados por coronavírus a cada 100 mil habitantes, abaixo da média nacional, de 10,44. O coeficiente de incidência da doença é uma métrica adotada pelo Ministério da Saúde para homogeneizar os números por cidades, padronizando o levantamento por 100 mil habitantes. Na RMC, Morungaba é a única cidade que supera a média nacional em casos confirmados de Covid-19, com uma incidência de 14,63. Campinas tem a segunda maior incidência, com 10,46 casos por 100 mil habitantes e está perto da média nacional divulgada pelo Ministério da Saúde. A cidade registrou até ontem 126 casos, um mês após a primeira notificação – média de quatro casos por dia. Na avaliação do secretário de Saúde, Carmino de Souza, a incidência em Campinas ainda é baixa. “Vamos tentar seguir assim”, afirmou. Uma das medidas para evitar o aumento de casos é a manutenção das medidas de isolamento social até 22 de abril, seguindo o definido pelo governo do Estado. “Os números estão crescendo, mas estamos vendo como conseguimos retardar a evolução com o isolamento social”, disse. Segundo o Ministério da Saúde, os locais que apresentarem coeficiente de incidência 50% superior à estimativa nacional devem manter o isolamento social até que o suprimento de equipamentos (leitos, EPI, respiradores e testes laboratoriais) e equipes de saúde estejam disponíveis em quantitativo suficiente, de forma a promover, com segurança, a transição para a estratégia de distanciamento social seletivo — onde apenas alguns grupos ficam isolados. Nenhuma cidade da região registra incidência acima de 50% da media nacional. A incidência de casos na região foi calculada com base na população divulgada para os municípios pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com data de referência em 1° de julho de 2019 — a estimativa para 2020 será divulgada em julho. Já a população do Brasil é a estimada para 2020, utilizada pelo Ministério da Saúde. Entre as 15 cidades da RMC que registram Covid-19, Morungaba é a menor, com 13,6 mil habitantes, e tem dois casos confirmados. Um deles foi o prefeito Marcos de Oliveira (PSD), internado dia 26 de março após apresentar sintomas de Covid-19. No dia 30 de março, depois de medicado e em boas condições de saúde, permaneceu em isolamento domiciliar e no dia 7 abril, voltou a trabalhar na Prefeitura, acreditando que não tinha contraído coronavírus, porque se recuperou bem. Mas no dia seguinte recebeu o exame com resultado positivo. “Tive falta de ar, fiz o teste do Instituto Adolfo Lutz, mas como o resultado estava demorando, decidi fazer por conta própria e testei positivo. Mas estou curado e produzindo anticorpos. Peço, por favor, fiquem em casa, isolados, todos os que tiveram contato comigo foram orientados a ficar em casa e fazer os exames”, afirmou. O distanciamento, disse, é muito importante. “Estendi a quarentena até 22 de abril na cidade, não saiam, fiquem em casa”, pediu. A RMC registra 12 mortes por coronavírus. São cinco em Campinas, duas em Valinhos, uma em Itatiba, uma em Nova Odessa e três em Americana. Ontem Americana confirmou a terceira morte — trata-se de um homem de 48 anos, que estava internado na Unidade Semi-Intensiva do Hospital Municipal “Dr. Waldemar Tebaldi”, destinada exclusivamente para pacientes com Covid-19. Ele pertence ao grupo de risco para a doença por ser hipertenso e diabético. CORONAVÍRUS NA RMC Cidade                          Casos  População  Incidência Morungaba                         2       13.662           14,63 Campinas                       126   1.204.076       10,46 Vinhedo                             8      78.728            10,16 Valinhos                           12     129.193            9,28 Paulínia                              8      109.424            7,31 Holambra                           1      14.930             6,69 Indaiatuba                        14     251.627            5,56 Itatiba                               5      120.858           4,13 Americana                          7      239.597           2,92 Hortolândia                        5       230.851          2,16 Sumaré                             6       282.441          2,12 Artur Nogueira                   1        54.408           1,83 Jaguariúna                         1        57.488           1,73 Nova Odessa                      1        60.174          1,66 Santa Bárbara D’Oeste        1        193.475        0,51 RMC                                198      3.264.915      6,6 *Fonte – Prefeituras *População - estimativa IBGE *Incidência – casos por 100 mil habitantes Controvérsia marca algumas ações A pandemia de coronavírus levou prefeitos a adotarem medidas de isolamento social para frear o avanço da doença, mas isso vem provocando decisões drásticas de alguns gestores. O prefeito de Varginha, no Sul de Minas, Antonio Silva (PTB), renunciou ao mandato, após ter flexibilizado a reabertura do comércio. Pressionado pelo Ministério Público, ele acabou revogando a decisão e renunciou. “Não sou prefeito, apenas estou prefeito, mas, nas atuais circunstâncias e por razões de foro íntimo, reconheço não ter condições de continuar administrando a prefeitura”, afirmou. Uberaba havia flexibilizado a abertura de comércio e serviços não essenciais, mas a Prefeitura teve que voltar atrás, após o Ministério Público Federal ajuizar ação contra a decisão e conseguiu com que o relaxamento das medidas contra a pandemia do novo coronavírus fosse vetado. A Justiça estabeleceu multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento. Em Igarapava (SP), o prefeito José Ricardo Mattar havia baixado decreto que determinava o bloqueio do acesso de veículos de outros municípios à cidade. O MP agiu e conseguiu liminar e o prefeito teve que voltar atrás. A situação, disse o prefeito Jonas Donizette (PSB), é difícil para todos. “Não existe prefeito bonzinho que abre o comércio e nem malvado, que não deixa abrir. Temos que seguir a lei, sob risco de sermos penalizados. O Ministério Público já emitiu nota de que os prefeitos que afrouxarem a quarentena responderão por improbidade administrativa”, afirmou.

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