VACINAÇÃO É ESSENCIAL

Maya, cachorra contaminada com doença grave, luta pela vida

Animal foi contaminado pela cinomose, doença canina que mata cerca de 90% dos infectados

Raquel Valli/ Correio Popular
06/04/2021 às 15:20.
Atualizado em 21/03/2022 às 22:56
A cachorra Maya recebe atendimento em clínica veterinária de Campinas: estado do animal é grave (Kamá Ribeiro/ Correio Popular)

A cachorra Maya recebe atendimento em clínica veterinária de Campinas: estado do animal é grave (Kamá Ribeiro/ Correio Popular)

Uma cachorrinha passou seis dias ganindo de dor em uma rua na região do Ouro Verde, até ser resgatada pela ONG Amor de Bicho, uma das mais tradicionais de Campinas. Ganhou o nome de Maya, e foi levada à Clínica Zello, no Parque Valença 1, onde permanece internada em estado gravíssimo no isolamento. O animal está com cinomose, doença altamente contagiosa que mata em cerca de 90% dos casos. Os animais que sobrevivem normalmente apresentam com sequelas. A cinomose é considerada o pesadelo dos protetores.

Desesperada com a situação da cachorra, uma moradora pediu ajuda nas redes sociais. Ela estava tentando alimentar a cachorrinha, mas sem sucesso. A mulher, que está com uma filha doente, não tinha condições de socorrer o pet de forma apropriada. "A situação da cachorra é muito grave. Provavelmente ela não vai aguentar, porque já atingiu o sistema neurológico. Já está com mioclonia, que são repuxos involuntários", apontou a protetora Carolina Pimenta, fundadora e presidente da Amor de Bicho, ONG que cuida hoje de 140 animais

"Vamos tentar de tudo, mas dificilmente vamos conseguir salvá-la. A vacina é a única prevenção contra essa doença. As pessoas têm que entender que todo ano tem que dar a vacina V-10, que protege contra a cinomose e uma série de outras doenças. Não é a vacina da raiva, aquela da campanha que o governo aplica", advertiu Carolina.

O médico veterinário Leandro Vinícius de Carvalho explicou que a cinomose é altamente letal, levando a óbito cerca de 90% dos animais acometidos. "Alguns se curam sem sequelas. Esses são os animais com a imunidade mais competente ou que tenham tido contato com uma cepa viral mais fraca. Outros se recuperam, mas apresentam sequelas, como movimentos musculares involuntários, convulsões e paralisia de membros posteriores".

A cinomose é o grande terror de todo criador de cães, pois é uma doença altamente contagiosa, que é transmitida por contato, urina e espirros, além de ser facilmente disseminada por veículos como sapatos e panos de limpeza. "Então, se você pegar uma animal com cinomose, o ideal é que você troque de roupa e lave bem as mãos antes de ter contato com outros animais", acrescenta Carvalho.

Ademais, não existe um tratamento específico para a enfermidade. A terapia é paliativa, para evitar que outras doenças acometam o animal enquanto o sistema imunológico dele combate a cinomose. Entretanto, a boa notícia é que existe vacina. "A vacinação é a única forma de evitar que o animal se contamine. Por isso, eles devem ser vacinados todos os anos, e com vacinas de qualidade. A recomendação é que as pessoas não saiam para a rua com seu animal se ele não for vacinado", reforçou o veterinário.

A ONG que está responsável pelos cuidados de Maya, precisa de ajuda neste momento. A entidade cuida no momento de 140 cães que foram resgatados ('salvos') das ruas, encontrados em condições de maus-tratos e abandono. A entidade precisa de ajuda para pagar o tratamento da cachorrinha e os outros cães. Também há muitos cãezinhos, já vacinados, para a adoção

Facebook e Instagram: @amordebichocampinas

Site: http://amordebicho.org.br/ 

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