Preços das bebidas, alcoólicas ou não, acumulam altas pesadas este ano, apontam pesquisas
Matar a sede está a cada dia mais caro no Brasil. Cervejas, refrigerantes, águas e vinhos tiveram reajustes pesados em 2013. Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que no acumulado do ano o preço do litro da cerveja, por exemplo, subiu em média 7,76% no País. Os refrigerantes e água tiveram um acréscimo de 6,08%, enquanto os vinhos importados apresentaram uma elevação que chegou a 15%.Com a chegada do calor e as festas de final de ano, o consumo deve crescer mais de 15%, pelas contas dos varejistas. Segundo eles, durante o ano houve uma retração das vendas de bebidas, que só agora vem acabando. Em 2013, a produção de cerveja no Brasil caiu frente ao ano anterior, conforme a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil). Os dados preliminares do Sistema de Controle de Produção de Bebidas da Receita Federal (Sicobe) de outubro mostram que foram produzidos 1,25 bilhão de litros de cerveja no mês passado, 5% menos que em outubro de 2012.Um boletim informativo do mês de setembro mostrou, com base em dados do IPCA do IBGE, que houve alta nos preços da bebida durante este ano - que, no entanto, perdeu força ao longo do período. No acumulado de 12 meses até em março, o reajuste da bebida era de 15,1%, percentual que caiu para 10,7% em setembro.,O diretor-executivo da CervBrasil, Paulo de Tarso Petroni, afirmou que a produção apresenta retração de 2,3% no acumulado do ano na comparação com igual período de 2012. ‘Mas é importante frisar que o setor trabalha com foco no longo prazo, pois avalia que o mercado brasileiro possui grande potencial”, disse. A entidade informou que não comenta preços e nem faz previsões de vendas.VarejoO diretor comercial da rede de supermercados Dalben, Mauro Lima, confirmou a retração nas vendas. “A alta dos preços e também a mudança de hábitos de consumo provocaram uma queda nas vendas de bebidas como cervejas e refrigerantes este ano. Só no mês passado começamos a ver alguma recuperação”, disse.Ele comentou que alterações na cobrança de impostos e estratégias de precificação das indústrias elevaram os preços. Lima afirmou também que há problemas pontuais de abastecimento e que sua empresa corre para fazer estoques que garantam o atendimento da demanda no final de ano. De acordo com Lima, as indústrias não sinalizaram com novos aumentos de preços para o período de festas.O comprador da rede de supermercados Pague Menos, Paulo Roberto Medina Falavigna, comentou que os vinhos importados tiveram um forte reajuste durante o ano. Além da instabilidade do dólar, a elevação de tributos provocou o aumento. “A taxação do vinho importado fez subir os preços no mercado interno”, disse. Ele também confirmou o aumento das outras bebidas, que variou de 7% a 8%. Os espumantes, por exemplo, estão chegando nas prateleiras 6,98% mais caros, segundo Falavigna. A rede aposta em crescimento do consumo de bebidas a partir deste mês.EspumantesA diretora-executiva da Vinícola Salton, Luciana Salton, afirmou que 50% das vendas de espumantes são realizadas nos últimos três meses do ano. “Natal e Ano Novo são épocas de celebração, que pedem um bom espumante”, comentou, estimando um aumento nas vendas entre 15% e 20% no final de ano. A empresa produz mais de 7 milhões de litros da bebida por ano. “O reajuste de preços dos nossos produtos acontecem no meio do ano, logo após a safra de uva. Este ano, ele variou entre 2% e 3%. Para o Natal, não há novos aumentos previstos”, frisou.Os principais espumantes comercializados pela marca terão um custo nas prateleiras de até R$ 29,90. Ela ressaltou que os fabricantes estão otimistas com o Natal. “O cenário do primeiro semestre foi mais recessivo. Mas na segunda metade do ano a economia apresenta um desempenho melhor”, analisou.