RETOMADA GRADUAL

Mata de Santa Genebra flexibiliza restrições adotadas por risco de incêndio

Passeio no Laguinho da Sanã volta a ser permitido hoje; visitas autoguiadas em trechos permitidos serão liberadas na quinta-feira

Luiz Felipe Leite/luiz.leite@rac.com.br
24/09/2024 às 10:37.
Atualizado em 24/09/2024 às 10:46

Flexibilização gradual foi definida após análise das atuais condições climáticas e dos riscos de incêndios; nova avaliação será feita no dia 30 (Alessandro Torres)

A restrição da visitação pública na Mata de Santa Genebra, localizada no Distrito de Barão Geraldo, será flexibilizada gradualmente a partir de hoje, dia 24. A decisão da direção da Fundação José Pedro de Oliveira, autarquia municipal responsável pela Área de Preservação Permanente, foi tomada em reunião realizada ontem, dia 23.

O cronograma de flexibilização vai funcionar da seguinte forma:o roteiro do Laguinho da Sanã vai reabrir hoje, enquanto as visitas autoguiadas, realizadas de maneira autônoma pelos visitantes nos trechos permitidos, vão ser liberadas a partir da próxima quinta-feira, dia 26. Desde o dia 3 de setembro, as visitas permitidas foram limitadas a percursos menores, monitorados e próximos à sede da fundação.

Os percursos da Trilha do Jatobá, do Borboletário e do Viveiro de Mudas, a menos de 800 metros da sede, continuam acessíveis, enquanto os passeios da Trilha dos Canxins (5 km) e do Contorno da Floresta (8 km), considerados mais distantes, seguirão restritos até segunda-feira da semana que vem, dia 30, quando uma nova avaliação será feita pela direção da Fundação José Pedro de Oliveira para definir se esses trajetos serão liberados.

A decisão por flexibilizar gradualmente a visitação na Mata de Santa Genebra foi tomada, segundo a direção da fundação, após uma análise das atuais condições climáticas e dos riscos de incêndios no local. Quando houve a ordem de restringir as atividades, no começo do mês, a previsão era que a média semanal de visitantes no local, que possui mais de 250 hectares, cairia de 250 para 150 pessoas. O encontro em 2 de setembro discutiu ainda a possibilidade de fechar totalmente o acesso público à mata, similar ao que ocorreu nas unidades de conservação geridas pela Fundação Florestal em todo o Estado de São Paulo. A decisão da Fundação Florestal permanece em vigor, a princípio, até o próximo domingo, dia 29.

PREVENÇÃO

Em entrevista concedida ao Correio Popular em 3 de setembro, o biólogo da Fundação José Pedro de Oliveira, Cristiano Krepsky, explicou que as medidas restritivas foram adotadas devido à previsão de altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, elementos que aumentam os riscos de incêndios florestais. "Os percursos menores ficam em áreas sombreadas e próximas da nossa sede, que é um ponto de hidratação. São trajetos que podem ser feitos com mais segurança em relação aos demais. Caso seja necessária uma evacuação, os visitantes que ali estiverem poderão sair com mais rapidez do que nos trajetos mais distantes, como a Trilha dos Canxins."

Ainda de acordo com Krepsky, as rondas feitas pelas equipes de técnicos, biólogos e brigadistas seriam ampliadas para ocorrerem de hora em hora. "As demais atividades, como manutenção da floresta, manejo, limpeza e pesquisa, continuarão normalmente, mas avaliaremos a situação diariamente para fornecer à direção da Fundação José Pedro de Oliveira as informações necessárias sobre como conduzir esse momento de crise."

O geógrafo Fabrício Camillo Sperandio, especialista em gestão ambiental com mestrado e doutorado em Ciências Ambientais, afirmou na época que a decisão da administração da Mata de Santa Genebra e da Fundação Florestal de restringir a visitação presencial nas unidades de conservação de Campinas e do Estado era correta. "Todo o efetivo deve estar voltado ao combate aos incêndios. As unidades de conservação são refúgios de determinados ecossistemas, alguns deles únicos. Pelo menos nesse período severo de seca e com tantas queimadas no Estado, acho que essa restrição de visitas é a mais adequada para protegermos as pessoas e o meio ambiente." 

CRIME

Em Campinas, é proibido por lei usar fogo para limpar terrenos. Se for constatada a queimada no terreno, o proprietário pode ser multado. A multa para queimadas em terrenos é de 200 UFICs (Unidades Fiscais de Campinas), equivalente a R$ 932. A lei 16024/20 proíbe o uso do fogo para limpeza e preparo do solo em Campinas, inclusive para o preparo do plantio ou colheita, exceto a queima controlada e o cultivo da cana-de-açúcar. A multa é de 5.000 UFICs por hectare ou fração, cerca de R$ 23 mil. Também está proibida a queima de lixo, mato e qualquer outro material orgânico ou inorgânico na zona urbana de Campinas. Nesse caso, a multa varia de 200 a 1.000 UFICs, entre R$ 930 e R$ 4.660.

Ao avistar uma queimada, os moradores da cidade devem entrar em contato com o Corpo de Bombeiros pelo 193. Em caso de soltura de balões, por ser crime, a Polícia Militar deve ser acionada pelo 190 ou a Guarda Municipal pelo 153.

  

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