PISO DA ENFERMAGEM

Mário Gatti apura divergência no repasse aos profissionais

Rede repassou aporte do Ministério da Saúde para empresas terceirizadas, mas muitos trabalhadores não foram contemplados

Isadora Stentzler [email protected]
26/10/2023 às 09:48.
Atualizado em 26/10/2023 às 09:48
Na semana passada, funcionários paralisaram parcialmente as atividades para cobrar o pagamento retroativo do Piso Nacional da Enfermagem; Rede Mário Gatti solicitou listagem de trabalhadores ao Ministério da Saúde para comparar com a lista das terceirizadas (Kamá Ribeiro)

Na semana passada, funcionários paralisaram parcialmente as atividades para cobrar o pagamento retroativo do Piso Nacional da Enfermagem; Rede Mário Gatti solicitou listagem de trabalhadores ao Ministério da Saúde para comparar com a lista das terceirizadas (Kamá Ribeiro)

A Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar, de Campinas, encaminhou na terça-feira (24) um ofício ao Ministério da Saúde, às empresas terceirizadas (Cisne e Cejam) e ao Sindicato (Sinsaúde) solicitando as listas dos profissionais, elaborada pelo Ministério da Saúde, que deveriam receber a diferença do Piso Nacional da Enfermagem para comparar com as listas utilizadas pelas empresas prestadoras de serviço.

A Rede apura possíveis divergências na efetivação de repasses de recursos do Ministério da Saúde para o pagamento da diferença salarial dos profissionais da saúde contratados pelas empresas.

O objetivo, segundo nota emitida pela Rede, é obter esclarecimentos sobre como foi efetuado o repasse e os motivos pelos quais não houve a integralização, pelo Ministério da Saúde, do valor total solicitado pelas empresas como necessário para efetivação os pagamentos.

O diretor administrativo da Rede, Rogério Lazzarini, citou o exemplo da Cisne. Dos 259 nomes informados ao sistema InvestSus, apenas 32 receberam algum tipo de complemento.

Na última sexta-feira (20), a Rede Mário Gatti depositou R$ 1,46 milhão na conta das empresas, referentes ao pagamento da diferença salarial dos profissionais de enfermagem de maio a setembro. O valor é correspondente ao total dos recursos que foram repassados pelo Fundo Nacional de Saúde.

Em nota, a Rede Mário Gatti disse que já havia identificado que os recursos repassados pelo Fundo Nacional de Saúde ao Fundo Municipal de Saúde foram efetuados em valores menores do que as empresas prestadoras informaram como necessário.

Nesta quinta-feira (26), o Sinsaúde participará, às 10h, de audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT) para tratar da greve referente ao Piso Nacional de Enfermagem. A Cejam, empresa que atua no Hospital Ouro Verde e UPAs de Campinas, também estará presente. Na quarta-feira (25), diretores do Sindicato se reuniram com trabalhadores do Instituto Cisne, na sede do Sindicato, para tratar do mesmo assunto.

De acordo com o diretor Jurídico do Sinsaúde, Paulo Gonçalves, tanto a reunião quanto a audiência são momentos importantes para tirar dúvidas e coletar informações reais sobre o pagamento do piso.

“Fizemos uma greve vitoriosa, com grande participação dos trabalhadores nas unidades que atuam no SUS, e obtivemos o compromisso de pagamento pela Prefeitura e empresas, o que não foi feito completamente, como denunciam os trabalhadores. Então vamos trabalhar para resolver isso”, afirma.

RELEMBRE

Entre os dias 17 e 20 de outubro, funcionários da saúde de Campinas realizaram uma greve, com cobrança do pagamento retroativo do Piso Nacional da Enfermagem.

Em uma audiência realizada no dia 19, foi acordado entre o Sinsaúde e representantes do hospital, no TRT-15, que o pagamento seria feito no dia seguinte às prestadoras e com isso a greve seria encerrada.

O pagamento foi realizado, mas conforme nota divulgada pela Rede Mario Gatti e Sinsaúde, de forma inconsistente, não sendo possível cobrir todos os funcionários.

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