Após matar a mulher e deixar a filha, de 8 anos, na casa dos avós, rodando com o veículo da família até parar no Jardim Itatinga onde usou cocaína e bebeu a madrugada toda
Acusado de matar esposa com facada na garganta se diz arrependido ( Janaína Rbieiro/Especial a AAN )
O ajudante de obras Jorge Matos dos Santos, de 33 anos, preso nesta quinta-feira, 18, após decapitar a mulher, a cozinheira Daniele Aparecida de Sá, 32 anos, na casa onde moravam, na Vila Carminha, em Campinas, foi ouvido pela polícia no começo da tarde desta quinta-feira e, em seguida, deu entrevista exclusiva ao Correio. Ele disse que matou a mulher em um momento de fúria, por problemas conjugais e financeiros. O casal estava separado desde o início do ano, mas vivia na mesma casa. Ele afirmou estar arrependido e contou que passou a madrugada, após matar a mulher e deixar a filha de 8 anos na casa dos avós, rodando com o veículo da família até parar no Jardim Itatinga, bairro conhecido como zona de prostituição, onde usou cocaína e bebeu a madrugada toda. "Peguei o carro (um Corsa preto) e saí rodando pela cidade. Liguei para um amigo para me despedir dele. Foi a primeira vez que bebi muito" , relatou. "Me sinto um monstro. Não sou digno de viver, pois minha filha terá vergonha de mim", disse. Leia maisMarido degola a mulher, foge, mas é preso pelo Baep em CampinasSantos contou que na noite de quarta-feira, 17, Daniele havia ido a uma reunião de trabalho e ele, para a igreja. Ela voltou por volta da meia-noite e ele já havia chegado em casa. O casal passou a discutir e a briga durou cerca de uma hora e meia. "Não gritamos. A menina dormia e a gente não queria acordá-la. Estávamos na cozinha e em dado momento ela pegou a faca e eu tomei. Não sei o que aconteceu, mas dei um golpe no pescoço dela. Ela não gritou", contou o acusado.O golpe degolou a jovem. Após matá-la, Santos arrastou o corpo até o quintal, próximo à porta da cozinha, onde a deixou. Depois ele limpou a casa, pegou a filha, sem que ela visse alguma coisa, e a levou até a casa da sogra, que mora no mesmo quintal, mas do lado oposto do terreno. Para eles, disse que a mulher ainda não havia voltado e pediu que a sogra cuidasse da menina. Nem parentes e nem vizinhos ouviram nada.Em seguida o ajudante foi até o Jardim Itatinga. Consumiu cocaína e bebida alcoólica até amanhecer. Por volta das 10h30, passava pelo bairro Monte Alto, quando foi pego por uma equipe do Batalhão de Operações Especias da Polícia Militar (Baep) que fazia patrulhamento no local. "Tínhamos informações do veículo, emplacamento e já tínhamos patrulhado pelo Jardim Itatinga atrás do carro. Ele estava só, não esboçou reação e contou em detalhes como ocorreu o crime" , disse o 2º Sargento do Baep, Anselmo Modesto de Souza. O ajudante foi apresentado no Setor de Homicídios e levado para a cadeia anexa ao 2º Distrito Policial (DP) no bairro São Bernardo. Até o final da tarde desta quinta-feira, ainda não havia sido definidos local e horário de enterro do corpo de Daniele. HistóricoSegundo familiares da cozinheira, Santos era um bom marido, mas era muito ciumento. Eles viviam juntos há 10 anos e ela nunca se queixou de agressão. Ele teria alterado o comportamento a partir do final do ano passado e, no início deste ano, durante uma discussão, a agrediu com pancadas na cabeça. Na época ela chegou a ficar três dias afastada do trabalho. "Daniele não se queixava para ninguém. Ele aparentava ser um homem perfeito, maravilhoso. Esse crime é um golpe para a família", disse um familiar de Daniele. Depois da agressão Danielle queria se separar, mas o casal ainda vivia sob o mesmo teto. Ele não aceitava o fim da relação e tentava reconciliação. A cozinheira foi encontrada pelos seus irmãos, que receberam um telefonema de uma amiga questionando o que havia acontecido com Santos, que estava desaparecido por não ter ido trabalhar.