REGIÃO DE CAMPINAS

Março registra queda de produtividade na indústria

Segundo o Ciesp, 41% das empresas da região de Campinas tiveram redução no volume de produção no período

Erick Julio/ Correio Popular
31/03/2021 às 13:59.
Atualizado em 22/03/2022 às 02:20

A indústria da região de Campinas voltou a sentir os impactos econômicos provocados pela pandemia de covid-19. Após 47% das empresas registrarem um aumento no volume de produção nos dois primeiros meses de 2021, em março 41% delas tiveram uma redução na produtividade, segundo levantamento divulgado ontem pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Campinas.

De acordo com a pesquisa do Ciesp, os dados mostram que os custos com matéria-prima, componentes ou peças, seguiram em alta, em março, para 79% das empresas. Nos dois primeiros meses deste ano, o aumento do preço de insumos foi apontado por 82% das indústrias associadas. Para o vice-diretor do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, o crescimento dos casos de covid-19 e a consequente ampliação das restrições durante a pandemia afetaram o mercado consumidor, uma vez que o comércio teve uma redução da sua atividade.

"Apesar do resultado positivo dos dois primeiros meses, decorrentes da melhora do fim do ano passado, acredito que teremos uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre. Isso ocorre pelo agravamento da pandemia de covid-19. As empresas constataram que é preciso desacelerar por conta da diminuição do mercado consumidor. A produção da indústria está sendo feita com base na demanda e o comércio não está podendo estocar diante das restrições", explica Corrêa.

O vice-diretor aponta ainda que o aumento das medidas restritivas, que afetam o comércio, impactou o faturamento da indústria em março. Pelo menos 50% das empresas associadas ao Ciesp tiveram uma diminuição no valor das vendas totais. No levantamento passado, referente aos meses de janeiro e fevereiro deste ano, o cenário era positivo, uma vez que 41% das empresas registram alta no faturamento. Se naquela ocasião Corrêa apontava "perspectivas positivas para o restante do ano", os resultados de março frearam o otimismo da indústria.

"A redução do faturamento das empresas refletiu na capacidade de investimentos do setor. O reflexo da pandemia levou todo mundo a pensar se vai fazer algum investimento na capacidade produtiva nos próximos 12 meses. Pelo levantamento, 43% das indústrias informaram que não vão investir. A nossa avaliação é que o setor vai esperar mais vacinas chegarem e a campanha de imunização avançar mais", aponta o vice-diretor do Ciesp.

Comércio Exterior

O comércio exterior da região de Campinas segue em queda no início de 2021. O levantamento do Ciesp Campinas mostra que o valor exportado pelas empresas da região, em fevereiro deste ano, foi de 187,7 milhões de dólares, cifra 21,6% menor que o mesmo período de 2020, quando foi registrado um valor de 239,5 milhões de dólares. As importações, por sua vez, tiveram um resultado 10,8% maior que fevereiro de 2020, com um valor de 781,5 milhões de dólares, ante os 705,5 milhões alcançados no mesmo mês do ano passado.

Em janeiro, segundo o Ciesp Campinas, o valor exportado pelas empresas da região foi de 191,2 milhões de dólares, montante que também representava uma queda (14,3%) em relação ao mesmo período do ano passado. Para o vice-diretor do Ciesp, os resultados negativos da balança comercial "já eram esperados" diante do agravamento da pandemia de covid-19.

"Os números de fevereiro, que seguem a tendência de queda demonstrada em janeiro, já eram previstos por conta da atividade industrial reduzida. A exportação é essencial para muitas indústrias, mas com a diminuição da produção, o impacto já era esperado". No saldo deste ano, a indústria da região tem um acumulado de menos 1.224 bilhão de dólares, valor 9% menor que o mesmo período do ano passado.

Corrêa destaca que o cenário negativo no comércio exterior é "generalizado em todo o mundo" e mantém a tendência desde 2020 por causa da pandemia. "A balança comercial está afetada em todos os países e só vai haver uma melhora quando a pandemia diminuir. Conforme a vacinação avançar, as perspectivas vão melhorar", prevê.

[INTERTITULO]Contraponto

[/INTERTITULO]O Aeroporto Internacional de Viracopos registrou uma alta de 52,4% na movimentação de carga no mês passado. O resultado, segundo a concessionária Aeroportos Brasil, foi impulsionado pelo aumento de importações, exportações, cargas nacionais e remessas expressas. Em fevereiro, foram movimentadas 24,8 mil toneladas de cargas no terminal, contra as 16,2 mil toneladas do mesmo período de 2020.

Em janeiro deste ano, Viracopos também havia registrado alta na movimentação de cargas: 23,5 mil toneladas processadas, número que representa 56% a mais que o mesmo mês do ano passado, que teve um movimento de 15,1 mil toneladas. Segundo a concessionária, o resultado de fevereiro mantém a tendência de crescimento neste setor.

Os números do mês passado foram influenciados por segmentos como o farmacêutico, químico metal-mecânico, vestuários, autopeças, tecnologia, entres outros. De acordo com a Aeroportos Brasil, a importação teve um impacto maior na movimentação do Terminal de Cargas (TECA) em fevereiro, com 10,9 mil toneladas. O resultado representa uma alta de 34,6% em relação às 8,1 mil toneladas que passaram pelo terminal em fevereiro do ano passado.

O desempenho reforça o posto de maior aeroporto em importação de carga área do Brasil. Segundo a concessionária, Viracopos movimenta cerca de 40% de toda carga área que chega ao Brasil. Em 2020, a participação do aeroporto foi de 38% no volume de cargas importadas pelo país.

As exportações, por sua vez, também contribuíram para a alta na movimentação de cargas do Terminal de Cargas. Em fevereiro, foi registrado um crescimento de 37,7% no volume de cargas exportadas, totalizando 6,5 mil toneladas, contra as 4,7 mil toneladas do mesmo período de 2020.

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