Política

Márcio França se 'blinda' da disputa nacional

Daniel de Camargo
13/10/2018 às 18:26.
Atualizado em 06/04/2022 às 16:31

Candidato à reeleição, Márcio França (PSB) esteve em Campinas na tarde de ontem. O governador do Estado de São Paulo realizou uma visita técnica ao Ambulatório Médico de Especialidades (AME), que está sendo construído no Parque Itália, ao lado Hospital Mário Gatti. França rebateu as considerações do candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), que afirmou que o PSB tem apoio velado do PT. “Nacionalmente, meu partido fez uma declaração e liberou aqui em São Paulo”, relembrou, mantendo o discurso de neutralidade no que diz respeito ao pleito presidencial. França aproveitou o ensejo para alfinetar João Doria (PSBD), que anteontem, tentou, sem sucesso, se reunir com Bolsonaro no Rio de Janeiro. Na ocasião, o capitão reformado do Exército não compareceu à casa do empresário Paulo Marinho, onde iria gravar seu programa eleitoral. “Eu fiquei com aquela vergonha alheia: ele (Doria) foi para lá e passou o dia inteiro mendigando que o Bolsonaro desse a mão para ele”, satirizou França. O governador disse ainda que conviveu muito tempo com Bolsonaro em Brasília. Em sua concepção, o candidato do PSL é extremamente autêntico, característica que não combina com a sofisticação do concorrente tucano. A exemplo de Bolsonaro, França também deseja boa sorte a Doria, mas fora do governo. “O melhor que o Doria pode fazer para a vida dele é perder”, enfatizou, recordando que questionou o peesedebista durante os debates sobre o número atual de funcionários e o valor da dívida do Estado, tendo ficado sem resposta para ambas as perguntas, segundo França. “Ele não sabia”, destacou, afirmando que o ex-prefeito não faz isso por mal, mas porque é “despreparado”. França ressaltou a importância de São Paulo para o País, explicando que qualquer político com experiência sabe que governar esse estado é também se responsabilizar por animar o Brasil. Segundo o candidato do PSB, São Paulo orienta o caminhar da nação, que vai continuar a existir depois das eleições, independentemente de quem seja eleito. “(...) ganhando ou não o Bolsonaro, o mundo vai girar. Qualquer um que ganhe tem que governar para todos”, contextualizou. Para ele, a divisão no País vai acabar a partir de 2019. França mencionou também que a economia paulista voltou a crescer. “Eu sei que todo mundo está contaminado com esse clima nacional de pessimismo”, comentou, completando que as projeções para o Estado são boas. “Mais uma vez nós vamos alavancar o Brasil”, assegurou. Jonas analisa 1º turno No 1º turno, o candidato João Doria (PSDB) ficou em primeiro lugar em Campinas, com 31,70%, ou seja, pouco mais de 164 mil votos. Paulo Skaf (MDB) terminou na segunda posição com 19,16%, cerca de 100 mil votos, enquanto Márcio França (PSB) foi o terceiro, com 17,39%, tendo recebido em torno de 90 mil votos. Coordenador em nível estadual da campanha de França, o prefeito Jonas Donizette (PSB) foi extremamente participativo nos atos, lembrando inclusive seus tempos de radialista, ao fazer discursos acalorados em favor do aliado. Para ele, o resultado obtido na cidade foi satisfatório, uma vez que França iniciou a disputa com apenas 2% das intenções de voto no município, fato que fazia muitos afirmarem que o peessebista seria menos votado que Luiz Marinho, candidato do PT. Sobre o 2º turno, o chefe do Executivo pede que a população compreenda que as eleições estaduais e federais são distintas. “Nosso adversário (Doria) quer ficar na sombra do Bolsonaro, porque ele sabe que se viermos para o âmbito de debate de ideias, ele é muito superficial”, encerrou Jonas. Na visita, França afirmou que um segundo AME será aberto em Campinas, em um prédio que já está pronto no Jardim Carlos Lourenço.

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