DEMONSTRAÇÃO DE FÉ

Marcha para Jesus movimenta população do distrito do Campo Grande

Evento contou com apresentação de 14 bandas; organizadores esperavam receber até 10mil pessoas na Praça João Amazonas

Da Redação
16/03/2025 às 08:14.
Atualizado em 16/03/2025 às 08:14
As marchas, que são momentos de união, celebração e fé dos cristãos, acontecem em Campinas há mais de 20 anos e atraem um público expressivo (Alessandro Torres)

As marchas, que são momentos de união, celebração e fé dos cristãos, acontecem em Campinas há mais de 20 anos e atraem um público expressivo (Alessandro Torres)

A primeira Marcha para Jesus 2025 movimentou o distrito do Campo Grande ontem à tarde. As apresentações musicais aconteceram na Praça João Amazonas, localizada no Jardim Maracanã, na segunda vez que o evento acontece na região. Mesmo com o forte calor, as pessoas foram chegando como passar da hora para celebrar as 14 bandas que se apresentaram, com início das apresentações às 13h.

De acordo com o organizador do evento, pastor André Zidane,a expectativa era de um público de até 10 mil pessoas. Além disso, ele projetou que devam acontecer 10 Marchas para Jesus em Campinas neste ano, três a mais do que em 2024. “A música cristã tem uma forte demanda na cidade, por isso estamos expandindo as apresentações para vários bairros diferentes”. A ideia é atender a todas as regiões da cidade. André, explicou que mais do que um evento gospel, a Marcha é “um evento cultural”, aberto para todas as pessoas. “Especialmente para os trabalhadores, que depois de uma semana inteira de trabalho tem uma opção de lazer para se divertir e se distrair.”

Giovana Farias, 25, trabalha na produção do evento, “na linha de frente”, recebendo a imprensa e os músicos e dando o apoio necessário dentro do camarim e do palco. Ela trabalha com o evento desde 2023 e contou que o evento é aberto para todos os tipos de fé. “Quem quer adorar Jesus está aqui com a gente, independentemente da igreja. Deus é único.” Giovana enfatizou o lema do evento apontando para a própria camiseta, que continha os dizeres: “Nosso maior prazer é servir”. O trabalho para ela é prazeroso, apesar de cansativo e puxado. “No final da noite estamos com o corpo cansado, mas com a mente boa e com o coração cheio da presença de Deus e de gratidão.” 

A cantora Mel Nascimento, 23 anos, revelou que se apresentar com a banda na marcha “dá sempre um frio na barriga”. Ela e a família cresceram frequentando a igreja. Desde pequena, Mel foi incentivada a participar de projetos musicais. “Eu perdi a timidez e virei vocalista”, contou. Em 2017, Mel Nascimento participou do programa de talentos The Voice Kids. “Depois dessa experiência eu senti que Deus estava apontando o caminho para eu seguir com minha carreira”, afirmou. Atualmente a banda é produzida por um selo musical independente. “Com esse apoio vamos crescer e conseguir alcançar muitas pessoas com nossa música.”

O depoimento de Mel foi endossado pelo Pastor André, que explicou que a inspiração para a Marcha para Jesus veio dos eventos de música gospel que aconteciam nos Estados Unidos no final da década de 1960. “Onde, além de grandes bandas, acontecia a promoção de conjuntos musicais menores”. Por isso, para ele, a marcha é também uma oportunidade para as bandas locais conseguirem um espaço para mostrar o trabalho para o público. “É uma oportunidade de usar uma estrutura como essa para a promoção do trabalho artístico.”

Deize Penedo estava na Marcha trabalhando em uma barraquinha de açaí e pipoca. Ela contou que gosta de comparecer nas marchas que acontecem em Campinas porque o ganho é maior, sem precisar pagar para trabalhar. Deize lavava e cortava morangos quando também mencionou que outro motivo que a faz gostar de trabalhar no evento “é a fé em Deus”.

O vendedor ambulante Reinaldo Cardoso, 43, veio de São Paulo para vender seus produtos no evento. “Aqui no Campo Grande é a primeira vez que venho, mas sempre vendo muito bem nas Marchas de Campinas”, disse. Entre os principais produtos estão as faixas com o nome de Jesus custando R$15 e bonés e óculos ao preço de R$30. Além de Campinas, ele afirmou que sempre comercializa seus produtos nas marchas da capital, Sorocaba e Taboão da Serra. “Vou pela fé em Deus e para buscar meu sustento.”

A família Durlin foi uma das inúmeras presentes no evento. André contou que vai regularmente à igreja com a esposa e os dois filhos, por isso considera que as marchas são uma extensão do culto e uma ótima oportunidade para “celebrar a Deus e desfrutar de um momento de lazer em família”.O filho Davi, de dez anos, aproveitava a apresentação da primeira banda quando André contou que há dois anos as marchas têm uma sensação diferente. “Meu filho Enzo é baixista da segunda banda”, destacou. Dessa forma, a família estava em seu momento de celebração e também prestigiando o filho.

O motorista Marcelo Atauri, 46, mora em frente à praça há dois anos. Ele estava regando as plantas do canteiro na calçada e opinou que gosta quando a praça recebe eventos organizados pela Prefeitura. “Eles são mais organizados. E o principal: tem hora para acabar”, analisou. Atauri reclamou que normalmente aos finais de semana o espaço é ocupado por carros com som alto. “Não é raro passar da meia-noite”. Por isso, ele considera que quando há organização do poder público, é possível saber quanto tempo vai durar e não ter o problema de o evento se prolongar. Sobre o volume de eventos culturais na região do Campo Grande, ele afirmou que “existem bastante atrações”, alegando que, “quando morava no Ouro Verde não tinha nada, mas aqui sempre tem alguma coisa acontecendo”.

As marchas acontecem em Campinas há mais de 20 anos e atraem um público expressivo. “Quando o evento é realizado no Centro conseguimos atrair um público em torno de 40 mil pessoas”, disse o pastor André. No entanto, ele aprecia as apresentações quando são realizadas de maneira descentralizada, nos distritos de Campinas, como a de ontem.

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