Encontro discute, durante dez horas, caminhos, desafios e soluções para as cidades inteligentes
Palestra do co-fundador da empresa Pluvi.ON, Diogo Tolezano, que apresentou uma estação meteorológica (Matheus Pereira)
Compondo uma série de eventos do Joinups, que visa promover a inovação pela troca de conhecimento e do compartilhamento de ideias, aconteceu ontem, com aproximadamente dez horas de conteúdo, o CITiS (Cidades Inteligentes pela Transformação Digital e Social). Gratuito, o encontro foi realizado em uma arena de 200m² no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), que promoveu a conferência no Parque II do Polo de Alta Tecnologia, em Campinas. Vinícius Garcia de Oliveira, gerente de desenvolvimento de negócios em Cidades Inteligentes do CPqD, explica que o conceito de cidade inteligente vai além da mera utilização da tecnologia. “É necessário entender o problema que a cidade está enfrentando e precisa resolver. O primeiro passo é fazer um diagnóstico das necessidades. Em seguida, os objetivos são traçados, os recursos são empregados e, por fim, é feita uma análise se o resultado projetado foi ou não obtido.” Em dois painéis de debates, foram discutidos os temas Tecnologias Habilitadoras para Cidades Inteligentes e os Desafios para a Implantação e A Necessidade da Evolução do Ambiente Urbano no Conceito de Cidades Inteligentes. Ao todo, a conferência contou com oito palestras. Produtos, aplicações e tecnologias já disponíveis - ou em desenvolvimento - para smart cities foram expostas durante o evento. Oliveira comemorou a grande adesão de gestores públicos e ofertas de solução. “Hoje (ontem), está sendo um dia muito rico para o desenvolvimento de cidades inteligentes no Brasil.” Entre as melhores Campinas foi avaliada no ano passado, como a oitava cidade mais inteligente do Brasil, em estudo que apontou a Capital São Paulo como primeira colocada. A análise consta na edição 2017, do ranking Connected Smart Cities, desenvolvido pela Urban Systems. Willian Rigon, geógrafo com MBA em Marketing, que representou a empresa no evento, explica que o estudo é composto por 11 eixos principais (economica, educação, energia, empreendedorismo, governança, meio ambiente, mobilidade, saúde, segurança, tecnologia e informação e urbanismo). Esses, respaldados por 70 indicadores, como média de ônibus por habitante e o valor das despesas municipais com segurança, entre outros. “Utilizamos fontes oficiais, estruturamos e fazemos uma ponderação sobre cada índice. Assim, as cidades podem identificar seus pontos fortes e fracos. O conceito é conectar os dados e por meio do seu cruzamento, tomar decisões mais acertivas. Isso, devido aos índices impactarem comumente em mais de um setor. Um indicador de mobilidade gera reflexo também no meio ambiente e na saúde”, esclarece. Oliveira projeta que Campinas deve melhorar essa classificação, devido às ações em andamento e outras a serem implantadas. “Apesar de não ser uma capital, a cidade se destaca em nível nacional”, afirma. Para ele, Campinas é reconhecida como uma cidade de inovação e empreendedorismo, devido a sua infraestrutura educacional, que conta com grandes universidades públicas e particulares. Essas instituições, fomentam a propagação de soluções diversas, incluindo também as direcionadas ao ambiente urbano. “Evidentemente, como todo município, ela tem pontos a evoluir, mas é fato que vem progredindo nos últimos anos. Um dos cases apresentados hoje (ontem) é a Guarda Municipal local, uma referência para todo o Brasil”, encerra. Monitoramento climático Uma das novidades apresentadas foi a estação meteorológica de baixo custo da Pluvi.On, desenvolvida em parceria com a Unidade EMBRAPII CPqD (com apoio do Sebrae) e com o Grupo Icatel. Co-fundador da empresa, Diogo Tolezano, garante que “falar do tempo pode salvar vidas.” A sócia Mariana Marcilio esclarece que o intuito inicial do projeto foi “minimizar perdas ocasionadas por enchentes.” As estações comercializadas no mercado custam, em média, R$ 20 mil segundo ela, enquanto as da sua companhia, tem preços até oito vezes menores. O valor permite a realização de medições “a cada 2,4 Km, precisando o clima de cada bairro, um fator importante em grandes cidades”, afirma Mariana , completando que as análises oferecidas atualmente, geralmente, são em área separadas por 10km.