Dos 300 playgrounds, apenas 20 estão com brinquedos em ordem na cidade
Criança mostra gangorra sem assentos no parquinho do Largo São Benedito (Janaína Maciel/Especial para a AAN)
Menos de 20 dos 300 parquinhos espalhados pelas praças de Campinas estão em boas condições. A estimativa é do secretário municipal de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, e reflete o abandono a que esses espaços de lazer estão expostos há anos. Alguns dos brinquedos ficaram nas praças há mais de 10 anos sem passar por manutenção. Para evitar a ocorrência de acidentes, a Prefeitura determinou a retirada e reforma dos brinquedos defeituosos das praças. Uma força-tarefa com 22 funcionários do Departamento de Parques e Jardins (DPJ), entre serralheiros, pintores, encarregados e ajudantes, foi montada para fazer os consertos. “É uma alegria saber que o nosso trabalho pode deixar as crianças mais contentes”, disse o pintor Salvador Barbosa. Ele contou que a equipe está trabalhando sem pausa para consertar o maior número de brinquedos no menor prazo possível. A força-tarefa começou o trabalho em julho. “Antes os brinquedos quebrados ficavam no DPJ jogados e não eram reaproveitados. Agora estamos usando a mão de obra que temos para consertá-los. Não precisamos contratar ninguém, é só organizar o trabalho”, afirmou Paulella.O secretário disse que não há prazo para que os equipamentos voltem às suas praças de origem. “É um trabalho para ser feito ao longo dos anos já que tem muito equipamento para reformar. É preciso fazer manutenções preventivas”, afirmou. Um grupo com seis funcionários está fazendo um levantamento dos parques infantis e retira os equipamentos defeituosos. O material é encaminhado para uma oficina na sede do DPJ. Todos os brinquedos são analisados pela equipe de serralheiros. “O que pode ser consertado será reparado e os que não servirem mais serão substituídos”, afirmou Paulella. Depois de reparados, os brinquedos seguem para a sala de pintura. Lá são lixados, pintados e montados. Só depois serão reencaminhados às praças. “Há todo um cuidado com os brinquedos porque eles são usados por crianças”, disse o serralheiro Rosenaldo do Nascimento. Segurança Por decisão da secretaria, os gira-giras e escorregadores não voltarão aos parques. “São as peças que mais riscos oferecem às crianças. Quebram facilmente e podem provocar quedas e cortes”, explicou o serralheiro Rosenaldo do Nascimento. Apenas gangorras e balanços voltarão aos parques. “Eles oferecem menos risco e têm uma manutenção melhor”, afirmou. A discussão sobre a segurança dos parquinhos veio à tona após a morte da menina Inês Schaller, de 4 anos, no dia 23 de julho do ano passado, quando brincava no playground do Grande Hotel São Pedro, em Águas de São Pedro. Ela foi atingida por uma viga de madeira do balanço. De acordo com o perito criminal Jefferson Willians de Gaspari, que assinou o laudo divulgado pelo Instituto de Criminalística de Piracicaba, a viga de madeira que sustentava o balanço usado pela menina antes do acidente estava podre. Após o caso, ainda no ano passado, a Prefeitura de Campinas passou a retirar brinquedos quebrados dos parques, que não passavam por manutenção há muitos anos. A reposição dos brinquedos, no entanto, não foi feita. Balanços, escorregadores, gangorras e giras-giras ficaram acumulados no pátio do DPJ.