LIGAÇÕES CLANDESTINAS

Macrorregião de Campinas registra mais de 11 mil ‘gatos’ em 2022

Foram mais de 76 mil inspeções em 33 municípios, informa a CPFL Paulista

Da Redação
01/03/2023 às 09:55.
Atualizado em 01/03/2023 às 10:06
O furto de energia é crime previsto no Código Penal brasileiro (Pixabay)

O furto de energia é crime previsto no Código Penal brasileiro (Pixabay)

A macrorregião de Campinas registrou mais de 11 mil ligações clandestinas - os chamados “gatos” - no ano passado. Campinas lidera o ranking das 10 cidades com mais casos, com 47.7% deles, totalizando 5.247. Os números foram revelados pela empresa de energia elétrica CPFL Paulista. De acordo com a companhia, em 2022 foram mais de 76 mil inspeções em 33 municípios. Algumas cidades, de acordo com a nota divulgada pela empresa, registraram queda no número de “gatos”, entre elas, Piracicaba, que passou de 1.528 casos, em 2021, para 1.453 no ano passado, e Monte Mor, de 481 para 136, respectivamente. 

Apesar de ainda liderar o ranking da CPFL, Campinas também apresentou queda nas ligações clandestinas, passando de 6.214 casos para 5.247. Outros municípios apresentaram alta, como Sumaré, Hortolândia, Americana, Santa Bárbara d’Oeste, São Pedro e Paulínia (veja o quadro).

O furto de energia é crime previsto no Código Penal brasileiro. A pena pode chegar a oito anos de prisão. Toda vez que é constatada uma fraude, a empresa preenche um Termo de Ocorrência de Inspeção (TOI) e, na sequência, calcula a quantidade de energia que deixou de passar pelo medidor do local. Assim, estabelece o valor correspondente, que deverá ser pago à distribuidora, a título de ressarcimento.

"Fizemos mais de 76 mil inspeções em campo. Essas verificações essão cada vez mais assertivas, porque partimos de uma base de dados que nos indica endereços onde, possivelmente, a prática está presente. Além das inspeções, seguiremos trabalhando em tecnologias e sistemas cada vez mais robustos e integrados", afirma Victor Rios Silva, gerente de Recuperação de Energia da CPFL Energia.

Ao realizar uma ligação clandestina, o morador coloca em risco a sua vida, família e vizinhos. Isso porque o “gato” não segue qualquer padrão de segurança em relação à rede elétrica. Em geral, ele é feito com fios, relógios e disjuntores adulterados, sem a certificação do Inmetro. Além disso, o risco de oscilações no fornecimento de energia, curto-circuito e incêndio é constante, visto que as ligações irregulares podem causar sobrecarga na rede elétrica. 

De acordo com a CPFL, o combate às fraudes e ao furto de energia também é importante por seu aspecto comercial. Parte da energia furtada é reconhecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Anel) no cálculo da tarifa, ou seja, os demais clientes, com fornecimento e conta regulares, acabam pagando parte daquele valor que deixou de ser quitado pelos fraudadores.

O contribuinte pode denunciar, de forma sigilosa, as irregularidades na rede elétrica. As denúncias podem ser realizadas pelo aplicativo “CPFL Energia”, disponível para Android e iOS, pelo site www.cpfl.com.br/fraude, ou pelo e-mail [email protected]. As denúncias são anônimas e ajudam a companhia a identificar locais que estejam praticando fraudes na ligação de energia. 

Investimentos

A CPFL energia afirma que investe constantemente em novas tecnologias, a fim de minimizar o impacto da prática de furto de energia. Para instalações residenciais, uma das delas é a instalação de caixas blindadas. Para clientes industriais e comerciais, são utilizados conjuntos de medição. 

Em 2022, na região de Campinas, 32 grandes clientes foram blindados com conjuntos de medição, preventivamente ou por motivo de fraude de energia. Os equipamentos blidam os medidores e permitem o acesso apenas aos técnicos da companhia. Além disso, o consumo é acompanhado em tempo real e a leitura e faturamento são feitos a distância. Assim, a companhia evita a reincidência da irregularidade, reduz o número de inspeções necessárias e, em consequência, de regularização. 

Outro campo que vem recebendo atenção é o da Inteligência Artificial (IA) e sistemas integrados, que tornam as inspeções de campo ainda mais assertivas. "A IA consegue identificar, por exemplo, se um cliente teve uma queda brusca no consumo de energia, além de outras informações que podem indicar uma fraude na ligação. Desse modo, o sistema consegue nos listar endereços onde o alerta de fraude já está ligado", complementa Silva.

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