Evento homenageia a modalidade, na qual Campinas sempre se destacou
Sabioni: desde o início, Campinas fez parte da base da luta de braço (Dominique Torquato/AAN)
A Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, em parceria com a Federação Brasileira de Luta de Braço, inaugurou na última segunda-feira a exposição “Campinas e a Luta de Braço de Ferro”. A mostra conta com cerca de 50 fotografias do arquivo pessoal de competidores da cidade, além dos troféus e medalhas conquistadas pelos praticantes. Em especial, a mostra busca homenagear o casal Huges Jorge e Paquita, campineiros, que conquistaram seu espaço no esporte. A exposição está instalada no Balneário, portão 7 do Parque Taquaral e fica aberta ao público até o dia 17 de março. Os horários de visitação são das 8h30 às 12h, e das 14h às 16h. A história da Luta de Braço no Brasil se confunde com a de Campinas, já que a cidade é pioneira nas competições. A primeira disputa de título do esporte no Brasil aconteceu em 1949, organizada pelo jornal “Gazeta Esportiva”, de São Paulo - e Campinas já obteve seu primeiro destaque com competidores como Huges Jorge e Nivaldo Félix. Em 1987, foi fundada a Federação Paulista de Luta de Braço, com sede em Campinas, assim como a sede da Federação Brasileira de Luta de Braço, criada em 1994. Segundo o presidente da Federação e diretor de esportes de Campinas, Paulo Rogério Oliveira Sabioni, de 53 anos, a cidade faz parte da base da luta de braço. Por isso, a data da exposição foi marcada em homenagem ao aniversário de 92 anos Huges Jorge e será mantida todos os anos na segunda quinzena de fevereiro. Segundo Sabioni, a intenção é manter a história viva. Sabioni foi, além de presidente da federação, competidor e treinador da seleção brasileira de luta de braço. Conhecido como “Periquito”, ele competiu em 12 campeonatos mundiais e conseguiu o título de vice-campeão em 2004. “O campeonato foi aqui no Brasil e foi o penúltimo da minha carreira. O último foi em 2005, no Japão, e fiquei em terceiro lugar”, conta Paulo Rogério. Segundo ele, a luta de braço no Brasil e especificamente em Campinas, tem muito do que se orgulhar. Gabriela Vasconselos, competidora campineira, por exemplo, é dona do título de melhor bracista do mundo. Nos títulos conquistados pela seleção brasileira de luta de braço, Sabioni destaca o campeonato mundial de 2000, em Vanice Beach, no Estado da Virgínia, nos Estados Unidos, onde a seleção feminina conquistou o título vencendo as americanas. “Além disso, as meninas conquistaram o mundial do Japão contra as russas, o que é ainda mais difícil”. Como treinador, Sabioni aconselha os jovens interessados em praticar o esporte a, primeiro, procurar um profissional de educação física que entenda da modalidade. “Apesar do lado lúdico, a luta de braço é uma modalidade que causa muitas contusões”, alerta. Além disso, Sabioni diz que, tão importante quanto o preparo físico é saber conciliar força, concentração e inteligência . “Às vezes temos atletas extremamente fortes, porém desfocados, uma pessoa que não se concentra e é lento na saída”, disse. Ederson Antônio Pereira, de 55 anos, é competidor da luta de braço há 15 anos, e diz que a exposição é positiva para o esporte. “É uma maneira de alavancar, já que existe pouca divulgação”. Segundo ele, a luta de braço possibilita conhecer outras culturas e nacionalidades. “Muitos praticantes acabam viajando o mundo para competir e conhecem pessoas de todos os lugares. E depois mantém contato pelas redes sociais, por exemplo”. Para os novos competidores, Ederson também aconselha a não praticar sem a orientação de um profissional de educação física. “Entrar nesse mundo só pela aventura ou pela brincadeira pode causar sérias lesões”.