ROD. MIGUEL MELHADO

Lombada é armadilha para o crime em rodovia

Na região do Campo Belo, criminosos aproveitam que os motoristas reduzem a velocidade para atacar

Lauro Sampaio/AAN
21/07/2015 às 05:00.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:12
Lombada serve como ponto de ação dos marginais, que costumam praticar sequestros relâmpago por ali: muitas pessoas têm desviado o trajeto ( César Rodrigues/ AAN)

Lombada serve como ponto de ação dos marginais, que costumam praticar sequestros relâmpago por ali: muitas pessoas têm desviado o trajeto ( César Rodrigues/ AAN)

O grande número de assaltos às margens da Rodovia Miguel Melhado Campos (Vinhedo-Viracopos) assusta os trabalhadores que necessitam passar pelo trecho diariamente. Os criminosos têm agido entre 6h30 e 7h30, sempre próximos a uma lombada, na altura do Campo Belo. As vítimas costumam ir trabalhar com seus automóveis nas empresas próximas do trecho ou no Distrito Industrial de Vinhedo. Muitos evitam passar pelo local por temerem novos assaltos. Somente nos últimos 50 dias os marginais fizeram cerca de oito abordagens violentas, conforme apurado pela reportagem junto às vítimas. Três motoristas registraram boletim de ocorrência. Uma das vítimas foi um técnico em mecânica, que disse ter sido alvo de um sequestro relâmpago no local há cerca de um mês. “Estava passando pelo local, reduzi a velocidade por causa de uma lombada e notei que um outro veículo, um Saveiro prata, saiu do acostamento, cortou a minha frente e freou bruscamente, fazendo com que eu batesse na traseira. Três adolescentes desceram armados e me renderam, me levando para um matagal”, conta. Ele diz que os marginais roubaram um rádio e cartões bancários, mas dois deles, um de 15 e outro de 16 anos, foram detidos pela Polícia Militar. “Antes de me roubarem, eles tentaram abordar um motorista de uma van, que conseguiu chamar a polícia a tempo de ir até o local e detê-los. Tive sorte”, contou. Outro trabalhador que passou por momentos de terror no local foi um economista, de 60 anos, que trabalha numa empresa em Vinhedo. Ele relatou que há duas semanas, ao frear para passar a lombada, um bandido que fingiu se passar por pedestre parou em sua frente e sacou um revólver, fazendo com que ele passasse para o banco de trás de seu carro. Um comparsa do marginal também entrou no automóvel e assumiu o volante. Meia hora depois da abordagem, o economista foi libertado sem R$ 1,4 mil, documentos e cartões bancários. Seu carro foi encontrado no dia seguinte, em Campinas. “Tive a sensação de nascer de novo, porque eu poderia ter morrido nessa ação. Fui apenas ser cavalheiro ao frear o veículo para um pedestre mas na verdade o rapaz era um bandido que já queria me assaltar. A gente vai confiar em quem agora?”, questiona. Para evitar novos assaltos deste tipo, os dois motoristas ouvidos pelo Correio disseram que não estão passando mais pelo local. “Agora eu uso a Anhanguera, naquele local eu não passo mais, se pela manhã é perigoso imagine a noite?”, comenta o economista. “Percorro agora mais 15km, mas a segurança é melhor”, acredita o técnico em mecânica.AçõesEm nota oficial encaminhada por e-mail, a Polícia Militar Rodoviária esclarece que atua no local mencionado por meio de várias ações e operações policiais, com patrulhamento diuturno. A corporação está realizando policiamento no local para evitar as ocorrências relatadas pela reportagem, inclusive com abordagens a pessoas em condutas suspeitas pela região apontada.

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