Ao todo, o novo espaço ? de 20 mil metros quadrados ? recebeu investimentos na casa dos R$ 900 mil para que pudesse acolher todo o lixo domiciliar e público
Movimentação de lixo no Delta A, no Satélite Íris 3: Prefeitura tenta readequar e reativar o aterro desde 2015 (Leandro Torres)
A Prefeitura de Campinas inaugurou ontem uma estação de transferência de lixo coletado, com o objetivo de evitar a contaminação de resíduos no solo do aterro Delta A, no Satélite Íris 3. A nova instalação promete oferecer melhorias na condição do espaço, além de uma economia de cerca de R$ 40 milhões por ano aos cofres públicos da cidade. Há quatro anos, a área havia sido desativada a pedido da Justiça sob alegação de ter atingido a sua capacidade máxima. Ao todo, o novo espaço — de 20 mil metros quadrados — recebeu investimentos na casa dos R$ 900 mil para que pudesse acolher todo o lixo domiciliar e público acumulado pelas ruas campineiras. Na estação, o chorume é drenado, coletado e encaminhado para as estações de tratamento de esgoto da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa). Desde 2015, o governo municipal vem tentando readequar e reativar o aterro sanitário, já que em Campinas os resíduos são transportados para o aterro Estre, em Paulínia. De acordo com o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, cerca de 1 mil toneladas de lixo são recolhidas, por dia, no Delta A antes de serem levados para o município vizinho. “O que a Prefeitura está pleiteando é voltar a depositar o lixo aqui no Delta, porque com o passar do tempo os resíduos despejados há décadas no local se acomodaram nas encostas Leste pela decomposição. A Prefeitura é obrigada a recompor essas encostas para evitar erosão ou algum dano e essa recomposição pode ser feita com terra ou com o próprio lixo”, explicou o secretário. De acordo com o vereador e presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Campinas, Luiz Carlos Rossini (PV), apenas pendências impedem a reativação do espaço junto à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). “Foi feito um estudo técnico que foi mandado para a Cetesb. Eles autorizaram a Prefeitura a utilizar o Delta para colocar esse lixo. Estamos apenas agora na dependência de uma autorização do juiz para eliminar a necessidade de transportar o lixo para Paulínia”, comentou. Ao todo, a nova área recebeu pavimentação asfáltica, barreira vegetal, muro de arrimo, drenos de captação e reservatórios de chorume. “Essa adequação sanitária, além de evitar a contaminação do aterro, vai trazer melhorias ao meio ambiente e uma economia de R$ 40 milhões por ano para a Prefeitura, já que o custo para levar todos os resíduos para Paulínia é de R$ 50 milhões/ano”, ressaltou Paulella. Atividades no aterro começaram em 1993 O aterro sanitário do Delta A, em Campinas, começou a funcionar em 1993, quando recebia cerca de 500 toneladas de lixo domiciliar por dia. Em 2013, o governo municipal tentou elaborar um projeto com o objetivo de reestruturar o sistema, mas as obras não foram concluídas. Com isso, o espaço acabou sendo interditado pelo Ministério Público após atingir a sua capacidade máxima um ano depois. A Prefeitura, não desistiu e, após isso, optou por realizar um processo licitatório, no qual a empresa Estre foi escolhida para receber todo o lixo produzido em Campinas. A Cetesb então, autorizou o uso da área em 2016, mas o Ministério Público questionou a medida e exigiu que o governo municipal realizasse adequações no local.