Vizinho à Estação de Tratamento de Água do Jardim Boa Esperança, incomoda a vizinhança há cerca de um ano e traz prejuízos a comerciantes da região
De acordo com os relatos, o rendimento dos comércios da Rua 3 é até 95% menor do registrado antes de os descartes começarem (Jaqueline Harumi/ AAN )
Um lixão irregular vizinho à Estação de Tratamento de Água do Jardim Boa Esperança, em Hortolândia, incomoda a vizinhança há cerca de um ano e traz prejuízos a comerciantes da região. A situação piorou há três semanas, quando a Prefeitura fechou com defensas metálicas a via entre a área de descarte e o muro na tentativa de impedir novos despejos irregulares. Os proprietários de estabelecimento comerciais da Rua 3, no Jardim Calegari, em Sumaré, endereço que até então era acesso ao Boa Esperança, afirmam que o lixão já havia reduzido o faturamento em até 50%, mas o fechamento da rua aumentou o prejuízo, pois o acesso mais próximo para os motoristas passou a ser a dois quarteirões dali, pelas ruas Maximiano Rita e Alvina Lina Ferreira — que, ironicamente, estão separadas por canteiro tomado por entulho. De acordo com os relatos, o rendimento dos comércios da Rua 3 é até 95% menor do registrado antes de os descartes começarem. O comerciante Marcelo Raimundo do Nascimento, 46 anos, é um dos maiores prejudicados, pois tem uma lanchonete vizinha à área irregular. Há oito anos no endereço, Nascimento pensa até em voltar para sua terra natal, Recife (PE), se nenhuma providência for tomada. “No início do ano dava para passar três carros aqui, as pessoas foram jogando lixo até dar para passar um carro só, daí a Prefeitura fechou o acesso”, lamentou o comerciante, que exibe até cinco jogos de futebol simultaneamente e passou a oferecer internet gratuita na tentativa de atrair clientes. Sem sucesso. “Há duas semanas começou a aparecer ratazana, sem contar uma cascavel que um vizinho viu no mato quando foi atrás de um coelho”, lamentou. Além dos animais, moradores de rua e usuários de drogas vivem atrás da montanha de descartes.Dono de uma loja de presentes, Eudo Roque Rodrigues, de 47 anos, também soma queda na venda na casa dos 95% desde que o lixão começou. “A Prefeitura fechou a rua, alegando que era para as pessoas não descartarem mais, mas continuam jogando lixo, agora com carriola. Daí os clientes param nos comércios de baixo”, desabafou. Há 14 anos com uma agropecuária na via, o comerciante Gentil Gomes da Cruz, de 58 anos, diminuiu o rendimento em 30% e reclama que gasta mais com combustível para realizar entregas. “A maioria dos clientes é do Jardim Boa Esperança”, explicou. Quem mora na Rua Engenheiro Jaime Pinheiro Ulhôa Cintra, que cruza com a Rua 3, também sofreu com a mudança no trânsito. “O lixo era problema. Fechou e piorou. Antes montavam parque de diversão e agora não tem mais conserto”, relatou a autônoma Antonia Teixeira Silva, de 50 anos, que vende sorvete em casa e teve queda na procura de ao menos 80%.