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Licitação de dois piscinões sairá neste início de ano, diz Dário Saadi

Prefeito de Campinas abre temporada 2023 de entrevistas dominicais do Correio

Edimarcio A. Monteiro/ [email protected]
08/01/2023 às 10:16.
Atualizado em 08/01/2023 às 10:16
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, em visita à sede do jornal Correio Popular (Gustavo Tilio)

O prefeito de Campinas, Dário Saadi, em visita à sede do jornal Correio Popular (Gustavo Tilio)

A Prefeitura de Campinas lançará no início deste ano o edital de licitação pública para a construção de dois piscinões para combater as enchentes nas avenidas Princesa d´Oeste e Orosimbo Maia. Os projetos - que incluem a remodelação do reservatório já existente na Via Norte-Sul - estão estimados em R$ 300 milhões. Eles integram a primeira etapa de um conjunto de oito obras para evitar problemas com inundações e alagamentos, cujo custo total é de aproximadamente R$ 600 milhões. Abrindo a temporada 2023 das entrevistas especiais de domingo do Correio Popular, o prefeito Dário Saadi (Republicanos) esteve na última semana na sede do jornal - a convite do seu presidente-executivo Ítalo Hamilton Barioni - onde falou com exclusividade sobre o início das obras este ano, previstas para serem concluídas em até 36 meses.

O anúncio ocorre no momento em que Campinas é castigada por um dos mais intensos períodos de chuvas dos últimos tempos, com enchentes e quedas de árvores, que causaram até uma morte. O prefeito fala ainda sobre projetos para a segunda metade de seu governo, BRT, construção de creches, implantação da telemedicina na rede municipal e outras iniciativas, além da relação que espera manter com os novos governos estadual e federal. Acompanhe os melhores trechos desta entrevista exclusiva.

A chegada do verão e do período de chuvas trouxeram de volta vários transtornos para Campinas, com inundações, alagamentos e até causou uma morte. Há algum tempo a Prefeitura busca recursos para fazer obras para combater esses problemas. Em que estágio está esse processo?

São duas bacias que são as mais complexas, a do Córrego Serafim, na (Avenida) Orosimbo Maia, e o da (Avenida) Princesa d´Oeste. O conjunto de obras contra enchentes corresponde a oito obras avaliadas em torno de R$ 600 milhões, mas esse orçamento é de um ano atrás. A Prefeitura, desde que concluiu esse estudo, saiu atrás de financiamento e recebemos o sinal verde do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a primeira parte, que é em torno R$ 300 milhões. Nós iniciamos, então, a atualização desse orçamento para poder lançar a licitação da obra. No início agora de 2023 nós iremos publicar a licitação.

A primeira etapa prevê quantas obras e em que locais?

Nessa primeira etapa serão três das oito obras. São três piscinões, um na cabeceira da Princesa d´Oeste, outro na Orosimbo Maia e a remodelação de um terceiro no meio da Norte-Sul (Avenida José de Souza Campos), que serão feitos concomitantemente. Essas obras foram definidas por um escritório bem-conceituado e essas três são as primeiras, vamos começar por elas.

Qual o prazo de execução dessas obras, quando devem ter início e elas resolverão o problema de enchentes nesses pontos de Campinas?

Para resolver 100%, tem que fazer as oito obras, mas essas primeiras, segundo os técnicos que fizeram os estudos, têm condições de resolver 90% dos problemas. Também temos que ver que o regime de chuvas está mudando por causa das alterações climáticas e do efeito estufa. No mês de dezembro, nós tivemos a maior média histórica de chuvas dos últimos 30 anos. Nós calculamos o tempo de execução das primeiras obras em 24 meses ou 36 meses, porque são megaobras, não são simples.

Asmedidas paliativas que foram tomadas, como a sinalização dos 38 pontos de risco de alagamento ou enchente, a poda de árvore e criação de uma faixa reversível na Rua Coronel Quirino buscam evitar perigo para a população?

Paralelo com a execução das obras necessárias e serviços de drenagens, nós também fizemos essas intervenções para minimizar os problemas. Agimos principalmente para evitar vítimas fatais, problemas mais sérios e estamos trabalhando no projeto de macrodrenagem. A gente não leva tudo isso para o lado da desculpa, mas o ano de 2021 foi um ano de pandemia (de covid-19). Foi um ano extremamente complexo em que as energias da Prefeitura estavam voltadas para o atendimento da população, mas mesmo assim demos início ao processo de fazer os projetos, os planos de macrodrenagens. Tudo isso iniciamos no meio da pandemia.

A Prefeitura iniciou a poda das árvores do Bosque dos Jequitibás que avançam sobre a Rua General Marcondes Salgado para evitar novas quedas. Inclusive, já houve uma morte nesse local. Porém, esse trabalho foi criticado por ambientalistas porque o trabalho não estaria sendo feito de forma adequada para preservar as árvores? Como o senhor vê isso?

Eu acho natural o questionamento de ambientalistas. Conversei com o secretário responsável e, segundo ele, as podas são feitas dentro das normas para não prejudicar a saúde das árvores. O Bosque (dos Jequitibás) é uma reserva natural fantástica de Campinas e está sendo feita a poda com todo o cuidado possível. Nós estamos tomando a medida rápida de inverter o sentido de uma faixa da Rua Coronel Quirino para bloquear o trânsito na General Marcondes Salgado e a poda emergencial para evitar novos acidentes. Nós encaminhamos raízes da árvore que caiu e causou uma vítima fatal para ser feito um estudo independente do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e do Instituto Biológico. A análise das árvores e condições do solo do Bosque será feita pelo IAC e Instituto Biológico. A árvore que caiu era totalmente saudável. Eu fui lá pessoalmente no dia do acidente e verifiquei que todo os galhos que foram serrados eram saudáveis, verdes. A árvore não tinha um galho seco, aparentemente não tinha nenhuma doença. O problema da árvore que caiu e causou uma vítima é que ela é nativa, nasceu através da semeadura natural feita por pássaros. Com isso, ela não tem raiz profunda, pivotante, tem raiz superficial.

O senhor tocou na questão da impermeabilização do solo. A legislação mudou para que novos empreendimentos tivessem obrigatoriamente áreas para absorção da água. Isso, talvez, teria que ser revisto, ampliado?

Nós estamos fazendo um estudo, analisando a legislação nesse sentido, Mas há regiões na cidade afetadas por alagamentos e inundações que já estão praticamente ocupadas. As regiões do Proença, Ponte Preta, do entorno da Orosimbo Maia, Guanabara, Cambuí, Vila Itapura são áreas consolidadas, impermeabilizadas. O que temos observado é que, por causa do aquecimento global, das mudanças climáticas, as chuvas estão mais intensas e concentradas. Vou repetir: não é desculpa, mas as chuvas de dezembro foram as maiores em 30 anos.

As obras dos piscinões serão as maiores em Campinas das últimas décadas?

Em termos de obra civil, sim. O conjunto total de oito obras é maior do que o BRT (Bus Rapid Transit - Ônibus de Trânsito Rápido, em tradução livre). A primeira parte seria metade do BRT.

Já que o senhor tocou no assunto, o BRT entrará em operação este ano?

Começa a entrar em operação este ano. Já lançamos o edital de licitação do novo serviço de transporte público e a previsão de abertura é no início de março. Mas, claro, um edital complexo como esse pode ser questionado tanto pelo Tribunal de Contas quanto pela Justiça Comum. Mas, o edital já foi publicado em 20 de dezembro. Neste ano de 2023 começará a ocupação parcial, inicialmente pelo corredor da (Avenida) John Boyd Dunlop e, mais para frente um pouco, do corredor Ouro Verde. É que, para ter uma operação com ônibus 100% adequados, os empresários precisam comprar ônibus novos e, para isso, precisam ter um contrato novo que dê a ele 15 anos para ter retorno. Essa equação já resolvemos com a publicação do edital.

O edital também prevê a operação de ônibus elétricos em Campinas. São fatores que estão interligados?

Os ônibus elétricos estão previstos para depois que a licitação estiver concluída. O novo edital prevê em torno de 30% da frota de ônibus elétricos, cerca de 300 veículos, e define o prazo para que possam ser comprados. Isso também está previsto na nova licitação porque o custo de um ônibus elétrico é muito alto, ele é bem mais caro do que o ônibus a diesel.

Em 2023, o senhor entra na metade de seu governo. Qual a avaliação que faz da primeira metade e qual o projeto, a meta que tinha para esse período e não conseguiu concluir?

Eu faço uma avaliação positiva. Acho que a gente acertou muito e errou também. Não tem ninguém dono da verdade. Mas essa primeira metade é dividida em duas partes. O primeiro ano foi de enfrentamento da pandemia, 2021 foi extremamente complexo, o mais agudo da pandemia. Já 2022 foi de preparar os processos para a execução de 2023 e 2024. Em 2022, preparamos a licitação do transporte, lançamos o edital para a construção de 14 novas creches e lançamos agora em janeiro mais duas. São 16 no total, um pacotaço para enfrentar a falta de vagas nas creches. Também lançamos edital para pavimentação de 12 bairros, alguns que esperavam há 40, 50 anos; implantamos o (Hospital) Mário Gattinho, o pronto-socorro totalmente funcionando. Em janeiro ou fevereiro, vem a enfermaria, UTI (Unidade de Teria Intensiva) e o centro cirúrgico. Executamos muitas coisas que eram compromissos e preparamos para a segunda metade do governo um pacote de ações.

O senhor já havia dito em entrevistas anteriores que a segunda metade seria muito voltada para a periferia, principalmente asfaltamento. As obras contra enchente já estavam nesse pacote ou foram incluídas?

Já estavam no pacote como obras de drenagem. Na primeira metade do governo, também tivemos chuvas fortes e alagamento principalmente na Princesa d´Oeste. Não dava para sair do governo sem, pelo menos, iniciar essas obras, dar um passo importante. Na periferia, tem a pavimentação desses 12 bairros, todas as 16 creches são em áreas vulneráveis. Estamos evitando falar em zerar a fila de espera porque é algo muito dinâmico. Teremos as obras dessas creches e também de seis escolas de ensino fundamental, mas o nosso gargalo sempre foi a fila nas creches. Isso é falado desde que eu estou em Campinas, já chegamos a ter 14 mil crianças à espera de vagas. Houve um esforço nos outros governos, mas estacionamos na falta de 4 mil, 5 mil vagas. Uma cidade como Campinas, se não zerar, tem que chegar muito próximo de zerar pois tem 4,5 mil famílias aguardando vagas em creches.

Como o senhor definiria a identidade da segunda metade de seu governo?

Ela será focada na educação, com as creches; no combate às enchentes, com esse pacote de obras; e na melhoria da qualidade de vida geral da cidade. Esse é o nosso objetivo.

Nessa segunda metade, o senhor vai pegar tanto Estado quanto o país com novos governos. Tarcísio de Freitas em São Paulo, que é do seu partido, e Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília? Qual será a sua relação com eles, até porque muitos projetos dependerão desse diálogo, como o Trem Intercidades, o Hospital Metropolitano e a ocupação do Pátio Ferroviário?

Eu acho que teremos um relacionamento muito bom com os dois governos. O novo governador é do meu partido, tenho um bom relacionamento com muitos novos secretários. No governo federal, o vice-prefeito (Wanderley de Almeida) é do mesmo partido do vice-presidente (Geraldo Alckmin, PSB) e também teremos portas abertas. Campinas, por sua importância do ponto de vista de ser a 10ª cidade do país, em alguns aspectos até a 9ª, centro uma região metropolitana de 3,3 milhões de habitantes, uma das mais importantes do país, tem as portas abertas naturalmente. É claro que a política ajuda bastante. Nós temos um cenário político que favorece a interlocução com os dois governos e também temos a importância da cidade. Campinas, diferente de muitas cidades, não depende de tudo dos governos, mas precisa de parceria. Vou citar um exemplo: duas de suas entradas, pela (Rodovia) Santos Dumont e pela (Rodovia Adhemar de Barros), têm, infelizmente, congestionamentos. Elas foram privatizadas 30 anos atrás, tem pedágios entre os mais caros do Estado de São Paulo e quando chega a Campinas, dependendo do horário, tem congestionamento. Essas estradas fazem parte do programa de concessões do governo do Estado e antecipei isso para o governador Tarcísio durante o período de campanha eleitoral: não é possível pagar pedágios de alto valor e chegar a Campinas com congestionamento dependendo do horário. Isso é inadmissível. Por que essas obras não foram contempladas em todas as renegociações das concessões? Não sei.

Como também está a questão da ligação da Rodovia dos Bandeirantes com o distrito do Ouro Verde, que tem uma população em torno de 240 mil habitantes, maior do que muitas cidades?

Tem também uma obra muito complexa que é a ligação da (Rodovia) dos Bandeirantes para o Ouro Verde e Campo Grande, que sempre foi alegada pelo governo do Estado que é muito grande e cara porque a Bandeirantes é uma rodovia de alta velocidade. Mas as marginais da Santos Dumont e da Adhemar de Barros não são obras tão complexas. Do nosso ponto de vista, é preciso ter a ligação entre a Bandeirantes, Ouro Verde e Campo Grande, não tem a menor dúvida.

Ainda na área dos transportes, o senhor considera que o Trem Intercidades, ligando São Paulo e Campinas, se tornará uma realidade?

O governador Tarcísio tem um compromisso muito firme com a reativação do modal ferroviário. Ele assumiu, durante a campanha, o compromisso de implantar o Trem Intercidades. Inclusive, todo o processo de ocupação do Pátio Ferroviário, que nós já estamos fazendo, estamos em contato contínuo com o governo do Estado para respeitar o futuro trajeto do TIC, o Trem Intercidades. Para tudo isso, eu acredito que Campinas precisa de parcerias com o governo do Estado. Na questão dos dois acessos a Campinas, pela Santos Dumont e Adhemar de Barros, e do Trem Intercidades, nós teremos uma cobrança firme do governo do Estado em cima disso.

O projeto de requalificação do Centro começará com as obras de revitalização na Avenida Campos Sales. Quais os outros projetos, etapas que o senhor pretende dar andamento?

Nós já publicamos no final de dezembro, para entrar em vigor este mês, a lei que dá incentivo para reformas de prédio do Centro, que pode chegar a isenção de 10 anos de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), o que não é pouco. Próximo passo em termos de lei, lei de incentivos para a instalação de empresas no Centro. Nós estamos discutindo qual o setor que tem vocação para essa região, porque tem que ser um setor que atraia pessoas para o Centro. Nós estamos discutindo também quais incentivos fiscais, seja de IPTU ou ISS. Agora em janeiro, começará a perfuração da Campos Sales e estamos licitando também a revitalização da (Rua) José Paulino abaixo da (Avenida) Moraes Salles. Já começamos algumas ações de equipamentos públicos levados para o Centro, como o Procon, e levaremos outros serviços. Nós fizemos também a parceria com a Patriani, através de chamamento público, para mudanças estéticas na (Rua) 13 de Maio, que deu muito certo. Vamos continuar com ações nesse sentido, que eu acredito que pode mudar a realidade do Centro.

A lei de incentivos abrangerá a instalação de empresas no Pátio Ferroviário da antiga Fepasa?

Nós estamos estudando. A ideia é que sim, porque a revitalização do Centro passa pela ocupação desse espaço. Nós já conseguimos a cessão provisória dessa área e agora vamos tentar finalizar com o novo governo a cessão definitiva.

Há outras iniciativas ou projetos que podem corroborar com a revitalização do Centro, como o da Santa Casa e da PUC Central. Como o senhor vê isso e em que medida o poder público pode estimular essas ações que não são diretamente vinculas a ele?

Primeiro, é colocar em prática a lei do potencial construtivo. Se for empreender em imóvel tombado, isso pode ser utilizado. Em segundo lugar, o município deve estar sempre atento e buscar facilitar esses empreendimentos, porque isso muda a estrutura da cidade. Nós estamos atentos a esses projetos da Santa Casa e da PUC (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) para que possam ter uma boa vontade da prefeitura nesse sentido.

Como a construção do shopping popular, o shopping dos camelôs, entra nesse processo de revitalização do Centro?

Também faz parte da revitalização, mas é uma questão do Sindicato da Economia Informal que tem a cessão de uma área do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que está separada da área cedida para a Prefeitura pelo governo federal. Nós acreditamos que agora é fazer os ajustes no projeto do sindicato com as normas do Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas) porque é uma área de preservação, uma área tombada pelo Condepacc.

Qual a importância que o senhor vê em relação ao projeto do Hospital Metropolitano?

Ele é fundamental, porque você hoje tem um déficit de leitos e de possibilidade de cirurgias eletivas de média complexidade. O HC da Unicamp (Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas) é direcionado ao atendimento de alta complexidade. Nós tivemos problemas no ano passado no atendimento pediátrico, uma fila de crianças em torno de 30 vagas, que é exatamente o número de leitos que foi fechado pelo governo do Estado em Sumaré. De tanto pressionarmos, o Hospital de Sumaré reabriu esses leitos de pediatria. Eu acredito que o governo do Estado precisa ter mais ações assistenciais.

O Hospital Metropolitano está previsto para ser instalado na área do HIDS da Unicamp (Hub Internacional para Desenvolvimento Sustentável), que, por sua vez, faz parte do PIDS (Polo de Inovação e Desenvolvimento Sustentável de Campinas). O PIDS foi recentemente alvo de críticas de um grupo de moradores de Barão Geraldo que entende que favorecerá a especulação imobiliária no distrito. Como o senhor vê essa questão?

Eu entendo que muitas pessoas de Barão não se atentaram que a legislação hoje vigente para o distrito é mais permissiva do que a proposta para o PIDS. Nós nos propusemos a fazer uma discussão de esclarecimentos sobre o projeto do PIDS, que vem sendo discutida há muitos anos e foi concluído recentemente. Agora está na fase de discussão com a população, que vai opinar. Ainda vai passar pela Câmara Municipal, onde terá mais discussões. É uma proposta que consideramos boa, mas é inicial e se houver necessidades, faremos mudanças no projeto.

Por favor, explique melhor os projetos do HIDS e do PIDS porque muita gente ainda não entendeu o que é e o impacto que pode trazer para Campinas?

O HIDS é uma área de quase 12 milhões de metros quadrados que fica entre a Unicamp, PUC e o Laboratório de Luz Síncrotron. Quando a gente fala em PIDS, acrescenta 5 milhões de metros quadrados. É uma área que foi definida pela Prefeitura, Unicamp, PUC e centro de pesquisas que deve ser vocacionada ao desenvolvimento sustentável e tecnologia. O que a gente quer é que Campinas se consolide como a cidade do futuro, reunindo empresas de tecnologia e o desenvolvimento sustentável, a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. Nós cumprimos a primeira etapa que é proposta da mudança no zoneamento. A segunda etapa, que já vem sendo discutida, é como fazer a governança dessa área, criar regras, incentivos que vão atrair empresas, fundações, institutos que vão gerar conhecimento na área de desenvolvimento sustentável.

A pandemia trouxe uma nova realidade em várias áreas, uma delas na medicina. Como está o projeto da Prefeitura para avançar com a telemedicina?

Nós já estamos implantando. Já avançamos com a experiência da teletriagem em algumas unidades básicas de saúde, que tem funcionando bem. No final do ano passado, finalizamos a licitação para criação de uma plataforma de telemedicina, que será implantada agora no começo deste ano. No meu entender, a telemedicina não serve para tudo, não vai poder ser aplicada em todas as áreas do atendimento médico. Nas consultas de algumas especialidades, por exemplo, a primeira consulta tem que ser presencial, mas a de retorno para o médico ver o resultado do exame talvez não precise. A plataforma vai integrar os dados da consulta com o prontuário eletrônico do paciente que existe no Hospital Mário Gatti e em todos os centros de saúde, o que é mais complexo. Não ficará restrita apenas ao contato do médico com o paciente. A telemedicina vai ampliar o acesso das pessoas ao sistema de saúde.

Os setores de cultura e esportes estavam em marcha lenta e ganharam maior ritmo recentemente. Gostaria que o senhor fizesse uma projeção para essas áreas para os próximos anos.

Os setores de cultura e esportes sofreram muito com a pandemia. O ano de 2022 foi o ano de retomada da cultura, tivemos grandes eventos e o novo maestro (Carlos Prazeres, da Orquestra Sinfônica de Campinas) foi uma surpresa extremamente positiva. Na Virada Cultural, Campinas ganhou o prêmio por ter realizado o melhor evento entre todas as cidades que participaram, foi considerada a Capital Cultural. Em 2023, nós vamos consolidar a retomada da cultura e também do esporte.

Qual é o seu hobby?

O meu hobby tem sido, atualmente, filme, leitura e música.

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