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Legendas estão fora das eleições

São necessárias 500 mil fichas aptas até 4 de abril. Ontem, o Arena não tinha nenhuma enquanto o Partido Cristão (PC) contabilizava apenas 585

Daniel de Camargo
05/03/2020 às 09:37.
Atualizado em 29/03/2022 às 18:55

A um mês do prazo limite para registrar os apoiamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e garantir a criação de um novo partido, duas legendas em formação, lideradas por moradores da Região Metropolitana de Campinas (RMC), estão virtualmente fora das eleições 2020. São necessárias 500 mil fichas aptas até 4 de abril. Ontem, o Aliança Renovadora Nacional (Arena) não tinha nenhuma enquanto o Partido Cristão (PC) contabilizava apenas 585. Atualmente, o TSE registra 76 novos pedidos de formalização de legendas partidárias.  Presidente do Arena, o jornalista Sylvio Pires de Campos Neto, de 61 anos, residente do bairro Chácara da Barra, em Campinas, informou que o objetivo é estar regularizado para as eleições de 2022. Já existe, garante, um plano estratégico para viabilizar a participação. A ausência no pleito deste ano se deu pela falta de dinheiro para arrecadar as assinaturas necessárias. Segundo resolução do TSE de 17 de dezembro de 2015, o requerimento, entre outras especificações, "deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior a 101, com domicílio eleitoral em, no mínimo, um um terço dos estados". "São despesas operacionais: taxas cartorárias, viagens e alimentação", exemplificou. Campos Neto comentou que o partido é gerido, hoje, por um grupo de 10 pessoas, que moram em cidades diferentes, entre elas, Atibaia, Águas de Lindóia e São Paulo, e tocam a empreitada com recursos próprios. De acordo com o seu Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), o Arena foi fundado em setembro de 2013, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Inicialmente, rememora, uma jovem gaúcha com 22 anos, na época, administrava a legenda. Em sua concepção, ela não tinha experiência para o trabalho, condição que resultou em problemas. Mais experiente, o jornalista assumiu a agremiação em 2017. O partido chegou a ficar "parado" por dois anos. "Chegamos a ter 150 mil assinaturas em 2015. Na ocasião, porém, houve uma ruptura entre os participantes e as fichas que estavam prontas no cartório tiveram o processo perdido em meio a esse desentendimento", disse. Campos Neto diz que a legenda segue os princípios do primeiro Aliança Renovadora Nacional, partido de direita que se transformou num dos mais importantes apoios ao regime militar que se instalou no Brasil a partir de 1964. O Arena defende os valores familiares, o amor pela Pátria e os princípios religiosos, sem acepção de crença. "Fui militar. Carregamos o patriotismo no sangue e queremos, assim como o presidente, um País sem corrupção", enfatizou. Como o pedido de criação do partido foi protocolado antes da resolução, garante, não haverá necessidade de reiniciar o processo. Os pedidos feitos a partir da nova norma precisam ser concluídos em até dois anos. Homologação Presidente do Partido Cristão (PC), o publicitário Ronaldo Lúcio Antônio, de 51 anos, popularmente conhecido como Ronaldo Morenno, que reside no Centro, em Americana, disse que, na verdade, o partido já reúne mais de 300 mil apoiamentos. As fichas, entretanto, ainda não foram descarregadas no TSE. No site oficial do PC, detalhou, constam cópias dos despachos judiciais confirmando que a meta mínima foi cumprida em nove estados, como manda a lei. A burocracia, frisou, impediu a legenda de ir às urnas em outubro. "Fichas físicas foram perdidas no processo de conferência", lamentou. Contudo, "com a ajuda de Deus e nosso esforço vamos finalizar tudo ainda no primeiro semestre deste ano". Morenno falou que apoios a candidatos com a ficha limpa serão analisados. A agremiação, encerra, vai defender a "tradicional família brasileira".

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