Segundo documento divulgado pela Polícia Civil, Roberto Salvador Filho "trafegava em velocidade elevada, acima da permitida" e foi quem matou Giovanni Raimundo Buzzo
Mercedes de Roberto Salvador Filho, de 32 anos, após atravessar o sinal vermelho e bater contra a BMW do empresário Giovanni Buzzo (Diego Almeida/8jul2014/AAN)
A Polícia Civil de Campinas divulgou, nesta quinta-feira (19), o último laudo sobre o acidente que matou o empresário Giovanni Raimundo Buzzo, de 50 anos, em julho de 2014, na Avenida Moraes Salles. O carro de Buzzo, um BMW, foi atingido em cheio pela Mercedes-Benz do empresário Roberto Salvador Filho, de 32 anos, que seguia pela avenida sentido Centro e colidiu no semáforo localizado próximo ao Ventura Mall. A conclusão da perícia reforça que Salvador Filho provocou o acidente porque estava em alta velocidade. O inquérito deve seguir agora para o Fórum e o Ministério Público deverá decidir se a denúncia será por homicídio doloso ou culposo. O laudo informa que, por meio da observação do local, das condições do cruzamento, condições e situações dos veículos envolvidos e as posições assumidas após o acidente, além da ausência de vestígios de frenagem, mesmo que segmentadas, sistema ABS, foi possível concluir que "o veículo Mercedes-Benz trafegava em velocidade elevada, acima da permitida". Velocidade A precisão da velocidade, segundo ressalta o laudo, não foi apurada em virtude da ausência de frenagem. "E seu condutor (Roberto Salvador Filho), por motivos subjetivos e escapes aos levantamentos, não atentou à sinalização viária e veio a colidir violentamente contra o veículo BMW, produzindo os danos e consequências observadas no local" , informa o documento.O advogado da família de Giovanni Buzzo, João Raphael Plese de Oliveira Neves, afirmou que o laudo só confirma o que o delegado de plantão já havia apurado. "Todos os elementos constantes nos autos demonstram que a denúncia deve ser por homicídio doloso porque o acidente só ocorreu em decorrência da velocidade excessiva do senhor Roberto Salvador Filho, o qual, inclusive, segundo testemunhas, estava embriagado" , afirma. Próximo passo Segundo Neves, com o término da fase probatória, o delegado responsável pelo caso, José Roberto Soares Filho, deve encaminhar os autos de volta para o Fórum. "Vai ser aberta vista para o Ministério Público, que vai decidir se vai fazer a denúncia por homicídio doloso ou culposo", explicou. O empresário Roberto Salvador Filho já havia sido indiciado por homicídio doloso em julho de 2014, mas o processo retornou à delegacia, a pedido do Ministério Público, para realização de novas diligências. Procurado, o advogado de Salvador Filho, Ralph Tórtima Filho, afirmou que o laudo é pouco conclusivo quando se refere à velocidade, porque não consegue dimensionar com precisão. "Ele apenas afirma que a velocidade é acima da permitida, não chegando a dimensionar com maior precisão. De outro lado, há outros laudos mais precisos que apontam corretamente a dinâmica do acidente e neles se verifica que Roberto Salvador Filho estava numa via preferencial e passava por um semáforo verde quando teve a sua frente cortada abruptamente por um veículo que cruzou um sinal vermelho", disse. Tórtima afirmou que irá aguardar a Manifestação do Ministério Público e, dependendo do posicionamento da promotoria e do juízo, vai discernir sobre a decisão a ser tomada. "Aguardarei uma posição do Ministério Público e do juízo da Segunda Vara do Juri para discernir quanto à tomada de alguma medida judicial ou não" , acrescentou.