CASO HÍPICA

Laudo aponta lesão grave e deve alterar penalidade

Resultado será anexado ao processo contra José Pedro Said Filho

Alenita Ramirez
15/02/2020 às 15:01.
Atualizado em 29/03/2022 às 21:38

O resultado do laudo que avaliou a intensidade da fratura sofrida pelo adolescente de 17 anos que foi agredido por três garotos da mesma idade, em emboscada nas proximidades da Sociedade Hípica de Campinas, em setembro do ano passado, apontou que foi grave e pode alterar a responsabilidade do advogado criminalista José Pedro Said Filho. O exame foi realizado pelo Instituto Médico-Legal (IML), ficou pronto no final de dezembro e o Correio Popular teve acesso esta semana com exclusividade. Ele será anexado no processo que tramita na 5ª Vara Criminal e que apura a participação de Said Filho na agressão. O processo corre em segredo de Justiça.Até então, a lesão era considerada leve pela Justiça. O apontamento da perícia, que classificou a lesão como grave, segundo especialistas, pode alterar a penalidade a ser atribuída ao advogado criminalista, caso ele seja condenado no processo. O Código Penal Brasileiro estabelece pena de um a cinco anos em caso de lesão leve, mas eleva para dois a oito anos, se a lesão for grave. Na época em que os três menores foram “julgados” pelo juiz da 3ª Vara Criminal, Nelson Augusto Bernardes, o laudo ainda não estava concluído e o magistrado entendeu que a lesão seria leve. No caso dos adolescentes, como a sentença já foi concedida e também envolve menor de idade, o resultado não terá nenhum reflexo, já que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece uma medida socioeducativa a ser aplicada contra o infrator. No caso dos três agressores, a determinação foi para que os jovens prestassem serviços comunitários de quatro horas semanais por um período de seis meses. Entretanto o Ministério Público (MP), informou que foi postulado a aplicação da medida de liberdade assistida, que já vem sendo feitas, e também “o reconhecimento da lesão grave ou gravíssima e não leve, como foi reconhecido pelo Juiz”.Emboscada A briga aconteceu no dia 2 de setembro do último ano, quando a vítima saía de sua casa para ir na academia que fica na Hípica. O adolescente mora a cerca de 200 metros da portaria do clube e foi abordado pelos três adolescentes no portão social. A briga foi motivada por um beijo, que aconteceu dois dias antes, entre a ex-namorada do filho do advogado e a vítima. A ação foi registrada pelo sistema de monitoramento da Hípica e as imagens, entregues para a polícia. A vítima teve o nariz quebrado e trauma no rosto. Ele chegou a passar por cirurgia, no Hospital Albert Einstein. Em outubro, o Ministério Público (MP) ofereceu denúncia contra o advogado, que também era investigado por participação no crime. Said Filho é investigado porque as imagens apreendidas sugerem que ele levou o filho e os amigos, os deixou na casa da vítima, passou para ver e depois retornou e acompanhou do carro, a briga. Ele nega envolvimento e defende que só voltou ao local por conta do intuito paterno e que ao ver a briga tentou separar. Ele também afirma que tentou ajudar a vítima.

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