CRIME BÁRBARO

Latrocínio de empresário leva comoção a Bebedouro

Empresário vítima da onda de violência em Campinas era personalidade querida no município

Felipe Tonon
felipe.tonon@rac.com.br
22/02/2013 às 07:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 03:46

Notícia do crime repercute em jornal de Bebedouro (Capa do jornal)

A onda de violência que assusta os campineiros repercutiu na pequena cidade de Bebedouro, após a morte do empresário Romário de Freitas Borges, de 76 anos, vítima de latrocínio na manhã de quarta-feira (20), na Vila Castelo Branco.

Borges estava de passagem por Campinas para assinar o contrato de aluguel de um imóvel onde o neto de 20 anos iria morar. O jovem havia acabado de fazer a matrícula para o curso de Odontologia, na PUC-Campinas. O município de 80 mil habitantes localizado ao Norte do Estado recebeu a notícia com tristeza. A imprensa local também noticiou o fato do bebedourense que entrou para a estatística da violência em Campinas.

A edição desta quinta (21) do jornal Gazeta de Bebedouro trazia na capa a morte do empresário, personalidade conhecida e querida na cidade.

O jornalista da rádio Iguatemi FM, de Bebedouro, Roberto Oliveira, de 57 anos, lamentou a morte. “O senhor Romário era uma pessoa queridíssima na cidade, de uma tradição incrível, homem do bem. Foi uma comoção muito grande”, disse o apresentador do programa Módulo de Notícias, que acompanhou as últimas notícias sobre a violência em Campinas. “Parabéns pela campanha contra a violência que o Correio Popular tem feito. Vivemos um momento crítico.”

Oliveira disse que muitos bebedourenses têm ligação com a cidade de Campinas. “Muitos jovens de Bebedouro estudam nas universidades de Campinas, o meu filho mesmo iria estudar na cidade, mas acabou escolhendo Franca.”

Nem mesmo a experiência do locutor Hely Simões, de 90 anos, foi capaz de ajudar a compreender tamanha violência. Jornalista há 64 anos e amigo pessoal de Borges, ele noticiou o crime em seu radiojornal diário, o Rotativa Matinal. “Estávamos no ar quando a notícia chegou e foi um constrangimento geral. Foi uma surpresa enorme. Ele saiu daqui para fazer um mimo para o neto, que passou na faculdade, e acabou perdendo a vida barbaramente”, lamentou o comunicador, que lembrou com carinho do amigo. “Uma pessoa boníssima, um homem direito, que começou de baixo, dono de um caminhão, acabou comprando um hotel e ganhou a simpatia e amizade não só dos bebedourenses em geral como de todos os viajantes que se hospedam naquele hotel.”

Simões ainda fez uma crítica ao fato de os cidadãos estarem se tornando reféns do crime. “Tenho lido e acompanhado pela imprensa um pouco do que está acontecendo em Campinas, que é algo bárbaro, e tem se repetido em todo País. A violência sempre esteve presente, mas da forma como está hoje é preocupante.”

Simões informou que, além da morte de Borges, a cidade de Bebedouro registrou na quarta-feira o primeiro homicídio do ano, o de um caminhoneiro que prestava serviços a diversos comerciantes locais. “Isso mexeu muito com a cidade. Todos estão chocados.” Os funcionários do Hotel Rio Branco, abalados, não quiseram dar entrevista. O corpo de Borges foi velado na Igreja Batista da cidade e enterrado na tarde de ontem no cemitério São João Batista. De acordo com a imprensa, uma multidão acompanhou o sepultamento.

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