TRANSPORTES

Lançamento do edital do VLT regional terá atraso de 1 ano

O prazo estimado para a entrega do serviço é de oito anos

Bruno Luporini/[email protected]
29/04/2025 às 12:03.
Atualizado em 29/04/2025 às 12:44
O edital engloba os projetos que farão a interligação entre a Estação Cultura, em Campinas, e o Aeroporto de Viracopos, e também aos municípios vizinhos de Hortolândia e Sumaré (Kamá Ribeiro)

O edital engloba os projetos que farão a interligação entre a Estação Cultura, em Campinas, e o Aeroporto de Viracopos, e também aos municípios vizinhos de Hortolândia e Sumaré (Kamá Ribeiro)

O Governo do Estado de São Paulo adiou em um ano o lançamento do edital para a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) Regional, do primeiro semestre de 2026 para o mesmo período de 2027. O edital engloba os projetos de VLT que farão a interligação entre a Estação Cultura, em Campinas, e o Aeroporto de Viracopos, e aos municípios vizinhos de Hortolândia e Sumaré. De acordo com a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), a alteração ocorreu ainda na fase de estudos de viabilidade, sob a alegação de que durante esse período o cronograma pode ser ajustado pela equipe técnica para atender às necessidades do projeto, sem dar maiores detalhes sobre a decisão.

Em janeiro, o Correio Popular, publicou que a publicação do edital de concorrência pública para a construção do VLT Regional estava previsto para o início de 2026, através do modelo de parceria público-privada (PPP). Com a alteração, a SPI informou que as audiências públicas devem ocorrer no segundo semestre de 2026, com o lançamento do edital previsto para o primeiro semestre de 2027 e a assinatura do contrato para o segundo semestre do mesmo ano. O órgão estadual também informou que a expectativa, após a assinatura do contrato, é de que as obras sejam iniciadas em 2028. O prazo estimado para a entrega do serviço é de oito anos. As obras devem gerar cerca de 3 mil empregos. 

O projeto para a construção do VLT de Campinas foi aprovado em 2024. Ele terá duas linhas com cerca de 22 quilômetros de extensão cada e 18 estações de parada no total. O projeto fará integração com o Trem Intercidades (TIC) São Paulo-Campinas (Eixo Norte), a partir da Estação Cultura. As linhas sairão do centro da metrópole, uma em direção ao Aeroporto Internacional de Viracopos e a outra ligando às cidades de Hortolândia e Sumaré. O investimento estimado é de R$ 4,5 bilhões.

As linhas do VLT terão o principal ponto de embarque e desembarque na Estação Cultura (antiga Fepasa). O serviço com destino a Viracopos seguirá pela Avenida Lix da Cunha, passando pela linha desativada da antiga Companhia Mogiana de Estrada de Ferro e cortando os distritos de Campo Grande e Ouro Verde. Ele será uma nova opção de transporte para essas regiões, que concentram cerca de 240 mil habitantes, o equivalente a 21% do total de Campinas - 1,13 milhão de pessoas.

Já o VLT para Hortolândia e Sumaré deverá ser construído dentro da faixa de domínio da linha férrea já existente usada para transporte de carga. Essa rota integrará três dos cinco maiores municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Juntos, somam 1,65 milhão de habitantes, pouco mais da metade da Grande Campinas - 52,07% do total de 3,17 milhões, de acordo com o Censo 2022. 

As futuras linhas serão uma opção para aliviar o fluxo diário entre as cidades. Atualmente, o deslocamento é restrito ao sistema rodoviário e, tanto a Rodovia Santos Dumont (SP-75), que liga ao Aeroporto de Viracopos, quanto a Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101), de acesso a Sumaré e Hortolândia, apresentam congestionamentos nos horários de pico. O VLT de Campinas, quando concluído, será o terceiro maior do país, ficando atrás de Natal (RN), com 84 quilômetros e Fortaleza (CE), com 60,2 quilômetros. As outras cidades e regiões do Brasil com VLT são Rio de Janeiro, Teresina (PI), Recife (PE), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Cariri (CE), Sobral (CE) e Baixada Santista (SP).

O projeto faz parte do programa SP nos Trilhos, que pretende expandir a malha ferroviária do Estado por meio de mais de 40 projetos de trens urbanos, a construção dos Trens Intercidades (TICs) e VLTs. Ao todo, as iniciativas estão estimadas em mais de R$ 190 bilhões, somando mais de mil quilômetros de trilhos na Grande São Paulo, interior e litoral. Além de Campinas, Sorocaba também terá o serviço que contará com 25 quilômetros. A Região Metropolitana de São Paulo também deverá ter uma linha de 31,7 quilômetros, ligando as cidades de Santo André e Guarulhos, além da Baixada Santista, com a ampliação do VLT já existente, que deve passar de 15 para 26,1 quilômetros. 

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