Cerca de 30 clientes - inclusive crianças - foram obrigados a se deitarem no chão
A Guarda Municipal de Campinas conseguiu frustrar um assalto a uma lotérica, localizada na Praça da Concórdia, na região do Campo Grande, na manhã desta segunda-feira (5).
Houve troca de tiros. Um bandido, identificado como Élvis Fernandes Meira, 30 anos, foi baleado na virilha e outros dois - identificados como Luciano Eduardo Zanóbio, 39 anos, e M.F.S., 16 anos - foram dominados pelos guardas.
Os três foram pegos ainda dentro da lotérica. Durante a ação houve pânico. Cerca de 30 clientes - inclusive crianças - foram obrigados a se deitarem no chão, amontoados, e oito funcionários foram levados para o banheiro, onde também foram colocados deitados e amontoados. Muitos reféns ficaram nervosos e gritavam.
O dinheiro que era arrecadado dos caixas pelos criminosos - R$ 16 mil - foi recuperado. Com o trio, a GM apreendeu uma pistola ponto 40 - de uso restrito -com numeração raspada e um revólver 38, também sem numeração visível.
Ninguém mais ficou ferido. Os tiros acertaram a parede ao lado da porta da lotérica e o vidro de um carro que estava estacionado na frente do local. Um quarto comparsa que dava cobertura em um Santana azul fugiu.
O assalto ocorreu ao meio-dia. Para atacar a lotérica, dois dos ladrões fingiram ser clientes. O menor ficou na fila e Zanóbio no balcão para preenchimento de volante.
Meira ficou na calçada andando de um lado para o outro e falando ao celular. O trio ficou cerca de 10 minutos na lotérica antes de anunciar o roubo, que ocorreu com a chegada de uma funcionária, que voltava do almoço.
Zanóbio estava armado de revólver 38, correu e atacou a moça que entrava pela porta de acesso aos funcionários.
Minutos antes, um motoboy tinha deixado três marmitex em um dos guichês. "Tudo foi muito rápido. Só ouvi alguém dizendo para todo mundo se deitar no chão", contou a dona de casa Silvânia Mendes da Cruz, 37 anos, que estava na fila, com duas filhas - uma de 16 e outra de 11 anos - para receber o benefício Bolsa Família e pagar uma fatura de cartão de crédito.
Dentro do acesso de funcionários, Zanóbio rendeu uma funcionária pelos cabelos e a levou até a sala onde fica o cofre. Lá ele mandou que a porta fosse aberta, mas a funcionária que estava no local ficou nervosa e não conseguiu abrir.
Meira estava armado com uma pistola ponto 40 e ficou na cobertura, mas de costas para a rua. Uma viatura da GM com dois patrulheiros passava pela rua, em frente a lotérica, e desconfiou.
"Ele não viu a gente chegar. Quando gritamos para ele se entregar, ele virou e atirou", contou um GM que participou da prisão.
Houve revide e Meira foi baleado. Os comparsas se entregaram sem reagir. Meira foi socorrido ao PA do Campo Grande e depois transferido para o Hospital Celso Pierro.
Segundo o dono do local que não quis ser identificado, este é o segundo assalto em um ano na lotérica, que conta com câmeras de segurança. A ação foi registrada tanto pela sistema interno quanto pela câmera da Cimcamp, que fica num poste a 20 metros.
O carro que foi atingido pelo disparo dado pelo bandido é do pedreiro Sebastião Farias Viana, 59 anos, que tinha acabado de estacionar.
"Fazia três minutos que tinha saído do carro para ir a uma loja de material de construção. Ainda bem que não estava no carro", disse aliviado.
O assalto atraiu a atenção de dezenas de curiosos. "Fazia uns cinco minutos que eu tinha deixado a lotérica. Tinha sacado o dinheiro da pensão de minha mãe e como faltou dinheiro, voltei para falar com a caixa e aí vi este monte de policiais", disse uma dona de casa que não quis ser identificada. Apesar do trânsito, não houve congestionamento na rua.