em Paulínia

Justiça torna vereador e secretário réus

A Justiça de Paulínia tornou réus o vereador Tiguila Paes (PPS), que está afastado do cargo, Elizaman de Jesus Lopes (o Carioca) e mais 8 pessoas

Francisco Lima Neto
05/06/2019 às 07:52.
Atualizado em 31/03/2022 às 00:42

A Justiça de Paulínia tornou réus o vereador Tiguila Paes (PPS), que está afastado do cargo, Elizaman de Jesus Lopes, conhecido como Carioca, afastado do cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico, e outras oito pessoas ligadas a cooperativas de desempregados de Paulínia e de Cosmópolis. Dos 11 réus, três tiveram a prisão preventiva decretada e eram considerados foragidos até a finalização dessa reportagem. O indiciamento ocorreu com a finalização da segunda parte da Operação Curriculum Vitae. A ação da polícia e do Ministério Público (MP) investiga Carioca em um esquema de cobrança para identificar vagas e oferecer aos trabalhadores uma colocação mediante pagamento de pedágio. MP e a Polícia Civil acusam Carioca e o líder da Cooperativa de Trabalhadores de Cosmópolis, Adriano Luiz de França, de coagirem terceirizadas da Replan para que contratassem só os candidatos indicados pelos dois. Rodrigo Luis Galazzo, delegado de polícia titular da cidade, explica que terminou o inquérito policial com mais pessoas indiciadas pelos crimes de associação criminosa, entre outros. "O inquérito policial foi concluído com 35 indiciamentos, mas o MP, pelo livre convencimento, denunciou 11. Ao todo 11 tiveram representação, três com prisão preventiva decretada", explica. De acordo com o promotor de justiça André Perche Luck, as três pessoas que tiveram a prisão decretada já têm passagem. "São pessoas que já foram presas anteriormente por tumultos, mesmo modo de proceder, por exemplo, em refinaria no Amazonas, em São José dos Campos. Essa era uma forma de atuação dessas pessoas", afirma. De acordo com ele, os envolvidos atuavam buscando vantagens indevidas. "São pessoas que tentavam conseguir dinheiro e outros benefícios de terceirizadas da Replan, por meio de violência, ameaças contra prepostos dessas terceirizadas, buscando prestígio político em Paulínia e Cosmópolis", diz. Segundo o promotor, o caso é investigado há bastante tempo, a partir de denúncia do setor de inteligência da Replan. O grupo estaria atuando pelo menos desde agosto do ano passado. "Uma união de pessoas atuando pra conseguir essas vantagens, ou seja, indicações só de pessoas que elas queriam para o emprego de terceirizadas na Replan, recebiam mensalidades dessas pessoas, em busca de prestígio político. Isso começou com um secretário que era assessor parlamentar de um vereador de Paulínia. Ele buscava colocação de pessoas lá, sempre próximas a ele. Ele conseguiu ser indicado como secretário municipal de Paulínia recentemente", explica o promotor. Sempre sem citar nomes, porque o caso ainda está em segredo de justiça, Lucke afirma que tanto o vereador quanto o secretário foram identificados na investigação como os líderes do esquema. "Apenas pessoas indicadas por ele como secretário junto ao Emprega Paulínia conseguiam facilidades para esse emprego nas terceirizadas. O próprio vereador de quem ele era assessor fazia uma gestão junto às cooperativas e reuniões na própria Replan para conseguir essas vagas. Isso gerava prestígio político que depois podia reverter em votos", define. O Correio tentou, mas não conseguiu contato com Tiguila Paes e Carioca. Carioca foi preso no dia 15 de maio, mesmo dia em que o prefeito interino Antônio Miguel Ferrari, o Loira, o exonerou do cargo. Quatro dias depois, após deixar a prisão, ele reassumiu o posto de secretário. Na última segunda-feira, por decisão judicial, Carioca foi afastado novamente.

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