Justiça mantém preso pai acusado de molestar filha

A Justiça manteve preso o auxiliar de serviços gerais acusado de molestar a filha dentro do cinema do Shopping Valinhos na noite do último sábado. Ontem, o homem de 39 anos, que desde o último domingo estava preso na cadeia anexa ao 2º Distrito Policial na Vila São Bernardo, em Campinas, foi transferido para a Penitenciária 2 de Sorocaba. A ocorrência foi registrada pela Guarda Civil Municipal (GCM) de Valinhos por volta das 21h, quando o pai foi denunciado pela filha, de 18 anos, por agressão física, após tentativa de abuso sexual. A GCM de Valinhos informou que foi acionada pelos seguranças do shopping, que fica no Jardim Paiquere, depois de uma confusão em uma das salas do cinema. Algumas pessoas flagraram o suspeito cometendo o crime. De acordo com as testemunhas, ela tentou conter os avanços do pai. Então, o homem passou a agredir a garota, agarrando-a pelo pescoço. A vítima disse à GCM que vem sofrendo abusos há vários anos e só não formalizou uma denúncia antes porque era ameaçada. Na delegacia, o pai foi indiciado criminalmente em flagrante por violência doméstica, importunação sexual e estupro de vulnerável, uma vez que a jovem era abusada quando ainda menor de idade. Já na cadeia, em Campinas, passou por exame de corpo delito. Segundo os últimos dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) em 25 de outubro, o número de estupros na região de Campinas aumentou em 42,2%. Entre janeiro e setembro de 2019, foram registrados 91 casos nas 38 cidades consideradas, ante 64 no mesmo período de 2018. O Brasil registrou 180 casos de estupro e 720 agressões em contexto de violência doméstica por dia em 2018, segundo dados divulgados em 10 de setembro, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os números de estupro são os maiores desde 2009, ano de início da análise após uma alteração na abrangência da lei. Crianças e adolescentes são a maior parte das vítimas. O anuário do Fórum reúne estatísticas policiais de todos os Estados do País. O relatório mostra que os registros de estupro passaram de 63,1 mil para 66 mil entre 2017 e 2018, crescimento de 4,5%. O maior número de crimes absolutos aconteceu em São Paulo, com 12,8 mil casos. Proporcionalmente, a taxa por 100 mil habitantes é maior no Mato Grosso do Sul (70,4). Os pesquisadores se debruçaram sobre o perfil da vítima desse tipo de crime: 81,8% são do sexo feminino, 51% são vítimas negras e em 63% dos casos foi configurado estupro de vulnerável, configurado quando praticado contra pessoas menores de 14 anos ou se a vítima não tinha o discernimento necessário para a prática do ato, não podendo oferecer resistência.