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Justiça libera entrada de alimentos no Hopi Hari

Quem for ao Hopi Hari pode agora levar bebida não alcoólica e algo para se alimentar sem restrição

Beatriz Maineti/Especial para a AAN
02/02/2018 às 21:43.
Atualizado em 22/04/2022 às 09:43
Segundo a decisão judicial, se manteve a proibição da entrada de bebidas alcoólicas no parquer
 (Dominique Torquato/AAN)

Segundo a decisão judicial, se manteve a proibição da entrada de bebidas alcoólicas no parquer (Dominique Torquato/AAN)

A Justiça determinou na última terça-feira que o parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, libere a entrada de visitantes com bebidas não alcoólicas e alimentos nas suas dependências sem qualquer restrição ou custo adicional. Na determinação, publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE), o juiz Fábio Marcelo Holanda, da 1ª Vara da Comarca de Vinhedo, acata o pedido feito pelo Ministério Público (MP) de São Paulo, que vê abuso na proibição imposta pelo parque e estabeleceu multa de R$ 100 mil por dia em que a medida não for cumprida. Os visitantes do Hopi Hari acreditam que essa medida irá melhorar o tempo de permanência no parque, porém com os cuidados necessários. O parque tem 15 dias, a partir da publicação, para começar a impor a decisão judicial. A publicação que inibe a proibição afirma que essa medida do parque “equivale a compeli-los a adquirir os mesmos produtos no referido estabelecimento, local de longa permanência e de grande frequência de crianças e adolescentes que não se hidratam e nem se alimentam somente com o consumo da água disponível no local”. De acordo com a medida tomada pela Justiça, a proibição é “abusiva”, pois, dessa forma, o estabelecimento priva injustificadamente os direitos garantidos do consumidor na relação de consumo, na qual o parque se prevalece. Entretanto, o juiz manteve a proibição da entrada de bebidas alcoólicas no parque, pois, segundo o magistrado, “o consumo tende a rebaixar o nível de segurança do local frequentado por grande número de pessoas, notadamente por crianças e adolescentes”. Durante o processo, o Hopi Hari se posicionou alegando que age em prol da higiene e da saúde de seus visitantes, e que permite aos visitantes que saiam das dependências do parque para consumir seus alimentos. Em relação a esta atitude, o juiz Fabio Marcelo Holanda afirma que, ainda assim, existe proibição. “Permitir que os consumidores saiam do parque para consumir outros produtos não é favor, porque os consumidores têm liberdade de ir e vir”, afirma o magistrado. Segundo o juiz, a permissão mencionada pelo parque confirma a proibição, e é eficaz ao estabelecimento porque, como é um lugar com várias atrações, fazer com que o visitante saia do local para consumir outros alimentos semelhantes aos vendidos dentro do parque pode significar limitar seu tempo de frequência às atrações. Para os visitantes, a medida pode atrair mais pessoas para o local. Ana Carolina Machado, estudante de 19 anos, afirma que frequentava o Hopi Hari numa época em que a proibição não existia. “Quando eles começaram a proibir a entrada com alimentos e bebidas, também aumentaram o preço do ingresso, ou seja, além de pagar caro para entrar, ainda pagaríamos um preço absurdo para consumir lá dentro. Foi um dos motivos para eu não ter mais voltado ao parque”, afirma Ana Carolina. Amambia Ferreira Sampaio, estudante de 21 anos, e Marianna Paschoalotte, também estudante de 19 anos, afirmam que foram ao parque de diversões no final de 2017, e dizem que os preços estão muito altos para uma qualidade baixa. “A comida vendida no parque não é tão boa, e não tem muitas opções, principalmente para quem, por exemplo, é vegetariano ou precisa seguir alguma dieta”, contou Marianna. Porém, a estudante entende o porquê da proibição: “As pessoas podem colocar drogas nas embalagens de comida, ou até mesmo bebidas alcoólicas nas garrafas de água e refrigerante, por isso talvez seja um pouco perigoso”. Amambia, que é vegetariana, conta que o desafio para quem foge dos cardápios tradicionais é ainda maior. “Quase não tem opções de alimentos para mim, além de ser muito caro. Se é para eles respeitarem a liberdade de cada um, não tem que proibir”, afirmou. Entretanto, segundo ela, a proibição tem um ponto de razão. “Se for em caso de segurança, como latas ou garrafas que contenham algum objeto que possa cortar, a proibição faz sentido”, conclui. O lado do parque Em nota enviada à imprensa, o Hopi Hari informou que desde a reabertura do parque, em 5 de agosto de 2017, a “gestão reformulou a política de entrada de alimentos, sendo permitidos bebidas não alcoólicas e alimentos industrializados, sempre lacrados”. Entretanto, Amambia e Marianna foram ao parque após a reabertura, e afirmaram terem sido revistadas em busca de alimentos por funcionários do parque. “Nos revistaram, e perguntaram se tínhamos alimentos ou alguma lata de spray”, conta Marianna. Procurado para dar esclarecimentos sobre a afirmação, o parque reiterou sua nota oficial, alegando que as revistas para alimentos não são mais feitas desde a reabertura, em agosto. Ainda em nota, o Hopi Hari afirma que, em relação a alimentos manipulados, o protocolo tem como principal e único intuito preservar a segurança e saúde dos visitantes. Segundo a nota, o protocolo foi criado considerando a localização do parque, numa região de clima predominantemente quente, para evitar possíveis intoxicações. A nota afirma que o Hopi Hari trabalha para oferecer a melhor experiência com segurança e comodidade, sempre visando o bem-estar dos visitantes do parque.

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