DENÚNCIA DE CORRUPÇÃO

Justiça libera acesso a áudios que comprometem Zé Carlos

Advogados do presidente da Câmara e do assessor vão estudar as acusações

Thiago Rovêdo/ thiago.rovedo@rac.com.br
25/08/2022 às 08:57.
Atualizado em 25/08/2022 às 08:57

Vereadores participam de sessão ordinária no Teatro Bento Quirino (Kamá Ribeiro)

O vereador e presidente da Câmara de Campinas, Zé Carlos (PSB), e o subsecretário de relações institucionais da Casa, Rafael Creato, tiveram, no final da tarde de quarta-feira (25), a autorização da Justiça para acessar os autos das denúncias realizadas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) na semana passada. A dupla é acusada de pedir propina a empresas terceirizadas que atuam na Casa de Leis em troca de renovação dos contratos.

Com o acesso, as defesas de Zé Carlos e de Creato poderão conhecer os conteúdos gravados por empresários e que provariam o pedido de propina. Um dos abordados foi o dono do Grupo Mais (Mais Comunicação Integrada e Marketing), empresa que, em 2019, ganhou a licitação de R$ 4,6 milhões para a gestão da TV Câmara. Ele é uma das testemunhas do MPSP e gravou os supostos pedidos de propina que foram feitos pela dupla.

"Após determinação judicial da magistrada da 5ª Vara Criminal, tivemos acesso aos autos. A partir de agora iremos analisar os documentos encartados para esclarecimentos ao Ministério Público quando intimado a prestá-lo", afirmou Haroldo Cardella, responsável pela defesa de Creato.

O advogado Ralph Tórtima Filho, que representa Zé Carlos, afirmou que o acesso foi dado no final da tarde de ontem e que irá se debruçar no conteúdo para entender melhor todas as acusações feitas pelo Ministério Público a partir desta quinta-feira.

O acesso aos autos, e principalmente aos áudios, é também uma demanda dos vereadores da Câmara. Os parlamentares necessitam das gravações para dar andamento em ações no Legislativo, como a instalação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) e até um pedido de afastamento do mandatário da Câmara.

Até agora, o denunciante do caso, Marcelo Silva (PSD), Nelson Hossri (PSD), que propôs a Comissão Especial, e a bancada do PT já procuraram o MP ou a Justiça de forma oficial em busca de acesso aos autos e aos áudios. Por enquanto nenhum deles obteve sucesso. 

A investigação começou a ser realizada no segundo semestre do ano passado, após denúncia feita por Marcelo Silva junto ao MPSP. O vereador recebeu de um funcionário de uma empresa terceirizada três gravações realizadas nas dependências da Câmara que demonstrariam os pedidos de propinas feitos pelos investigados.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por