Medida atinge Rosely, Demétrio e mais quatro integrantes do 1º escalão, todos réus no Caso Sanasa
Arte do Caso Sanasa (Editoria de Arte)
Dois anos depois do maior escândalo de corrupção da história de Campinas, o Caso Sanasa, o juiz da 3ª Vara Criminal de Campinas, Nelson Augusto Bernardes, determinou, na última quarta-feira, o arresto (bloqueio judicial) dos bens de seis integrantes do primeiro escalão do governo do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT), acusados de terem cometido fraudes em licitação, corrupção e formação de quadrilha.
Com a medida, os bens imóveis e móveis dos réus ficarão indisponíveis até que o magistrado decida se vai haver condenação dos envolvidos.
Não podem negociar seus bens até decisão final do processo a ex-primeira-dama Rosely Nassim Jorge Santos, o vice-prefeito cassado Demétrio Vilagra, o ex-secretário de Comunicação Francisco de Lagos, o ex-secretário de Assuntos Jurídicos Carlos Henrique Pinto, o ex-diretor de Planejamento Ricardo Chimirri Cândia e o ex-diretor técnico da Sanasa Aurélio Cance Júnior. Os acusados podem ingressar com recurso.
São, ao todo, 126 bens apreendidos, entre eles 63 propriedades (imóveis ou terrenos), 55 veículos e oito empresas. Rosely teve 45 bens bloqueados (entre elas veículos e máquinas de uma empresa de transporte) e Cândia, 42.
O arresto dos bens servirá para ressarcir os cofres do Município. O rombo supostamente causado ao erário pelas fraudes no Caso Sanasa, de acordo com levantamento feito pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), chega à cifra de R$ 210 milhões. Desse valor, R$ 20 milhões teriam sido recebidos pelo núcleo do governo Hélio em propina para direcionar contratos. Caso sejam condenados, os bens são transferidos para a União e as Fazendas públicas estadual e federal decidem qual a destinação de cada patrimônio dos acusados.
Defesa
Os advogados de defesa dos réus disseram não ter conhecimento sobre a decisão. O ex-secretário Henrique Pinto também afirmou que não poderia se manifestar sobre o assunto porque não teve acesso ao documento. “Todos os meus bens estão em meu nome e declarados. Não estou tentando vender nada, não sei por que essa medida foi tomada. Tenho minha consciência tranquila”, disse.
Os advogados de Cance Júnior, Demétrio e Cândia informaram que, somente após analisar a decisão poderão dizer se isso influenciará na audiência marcada para hoje e se irão recorrer. O advogado de Lagos, Hugo Leonardo, disse que se manifesta apenas nos autos do processo. O advogado de Rosely não foi encontrado. (Colaborou Bruna Mozer/AAN)
LEIA MAIS NAS EDIÇÕES DOS JORNAIS DO GRUPO RAC DO DIA 01/04/2013