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Julho é o mais chuvoso desde 2007

Segundo dados do Cepagri, em julho de 2007, o mais chuvoso da série histórica, foram registrados 191mm

Henrique Hein
06/07/2019 às 13:19.
Atualizado em 30/03/2022 às 19:40

Dados da Defesa Civil de Campinas apontam que o volume de chuva registrado entre quinta-feira e ontem na cidade foi suficiente para fazer deste o segundo mês de julho mais chuvoso da história. Segundo dados do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), em julho de 2007, o mais chuvoso da série histórica, foram registrados 191mm. Ao todo, entre a manhã de quinta-feira e a tarde de ontem, choveu o equivalente a 87,3mm — um índice que representa o dobro esperado para o mês inteiro (40,1 mm).  O volume incomum para o período do ano levou o Sistema Cantareira a reduzir o envio de água para a região de Campinas. Além disso, a alta precipitação também provocou estragos na cidade de São Paulo e bloqueou trechos das estradas do Litoral — o que ameaçou a saída dos campineiros para o feriado prolongado — e da Rodovia Anhanguera, na altura de Cajamar. As chuvas também deixaram em alerta a cidade de Nova Odessa, onde o nível do Ribeirão Quilombo subiu aproximadamente 80 centímetros ontem. De acordo com a Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa (Coden), o município acumulou 51,7 milímetros de chuva entre quinta e sexta-feira. “O rio subiu, mas a situação é tranquila. Estamos monitorando de hora em hora, mas não há motivo para preocupação”, avaliou o coordenador da Defesa Civil do município, Paulo Bichof, que acompanha de perto o nível do Rio Quilombo e a situação dos bairros São Jorge, Flórida, Fadel, Conceição e Vila Azenha, desde a noite da última quinta-feira. A Defesa Civil de Campinas, por sua vez, informou ontem que a chuva forte desta quinta-feira não chegou a causar estragos na cidade. O município não registrava chuva há trinta dias, desde 4 de junho. Na época, apenas 10 milímetros (mm) de precipitação foram registrados. Além das chuvas, que devem dar lugar ao sol hoje, o frio é outra novidade para o campineiro neste final de semana. Segundo o Cepagri, a massa de ar frio que atingiu todo o Estado na última quinta-feira promete ser a mais gelada dos últimos três anos. A expectativa é de madrugadas geladas a partir de hoje, que podem chegar aos 5 graus. Segundo a previsão, os termômetros de Campinas não devem passar dos 20 graus durante as tardes de hoje, amanhã e segunda-feira. Frio Apesar do frio previsto para os próximos dias, a tendência é de que as temperaturas voltem a ficar mais altas no final da próxima semana. Isso porque o Brasil sente o efeito do El Niño — um fenômeno de aumento na temperatura das águas do Pacífico Equatorial e, consequentemente, das temperaturas atmosféricas neste Inverno. Segundo o Cepagri, depois desta frente fria, não há possibilidade de outra massa polar atravessar o Estado neste mês. A partir de terça-feira as temperaturas devem voltar a subir gradativamente. Chuva forte causa congestionamentos e bloqueios O lento deslocamento de uma frente fria sobre o estado de São Paulo provocou chuva, alagamentos e transtornos para o paulistano ontem, na véspera do feriado estadual prolongado. Segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o acumulado de chuva de 24 horas medido entre às 9h de quinta-feira até as 9h de ontem na Capital foi de 123,6mm, um recorde absoluto de toda a série histórica para o mês de julho em 76 anos de observação. O maior volume anterior havia sido verificado em 3 de julho de 1976, com 70,8 mm. Como consequência, o trânsito ficou travado em São Paulo. A Marginal do Tietê passou parte da madrugada e toda a manhã de ontem em estado de atenção para alagamentos. As pistas central e local foram interditadas no sentido Ayrton Senna, na altura da Ponte das Bandeiras. Por volta das 9h50, a pista expressa estava transitável, mas com lentidão também. No sentido Castelo Branco, o bloqueio foi nas pistas expressa e central. Ontem, a Marginal do Tietê chegou a apresentar, no sentido Ayrton Senna, 23 quilômetros de lentidão. Já no sentido Castelo Branco, o motorista encontrou número semelhante: 21 quilômetros de congestionamento. O rodízio de veículos foi suspenso no período da manhã. O Aeroporto de Congonhas operou normalmente, de acordo com o site da Infraero. Por sua vez, o Aeroporto Internacional de Guarulhos tinha 26,3% das chegadas e 41,2% das partidas atrasadas pela manhã. Chuvas Entre quarta e quinta-feira foram registrados 22,4mm de chuva na Capital, sendo que o total acumulado foi de 146mm, depois de um período de 28 dias sem chuva. Segundo o Inmet, a média histórica para o mês de julho (1943-2018) é de 43mm, ou seja, já choveu mais do que três vezes a média do mês. Considerando a série absoluta em todos os meses de chuva, o registro de 123,6mm de chuva em 24 horas foi o quarto maior da série histórica, perdendo apenas para 21/12/1988 com 151,8mm; 140,4mm em 25/05/2005 e 127,4mm em 12/01/1949. A chuva, além de contínua, foi bastante homogênea na Capital. A estação automática do Inmet, localizada no Sesc-Interlagos, registrou um total de 132,2mm desde o início do evento de chuva que começou na madrugada de quinta-feira. A tendência indica que a chuva deve cessar nas próximas horas, à medida em que uma forte massa de ar polar vai deixar o tempo gelado e mais seco sobre o estado. Na Capital, as temperaturas mínimas previstas neste final de semana ficam ao redor dos 5°C. Segue em vigor o alerta de onda frio até a próxima segunda-feira. Na terça-feira, feriado estadual, São Paulo deve registrar mínima de 7°C e máxima de 18°C, sem previsão de chuvas. Anhanguera e Tamoios têm trechos interditados A chuva acima da média para o mês de julho também trouxe transtornos aos motoristas que trafegaram pelas estradas paulistas. A Rodovia Anhanguera chegou a ser interditada ontem pela manhã, nos dois sentidos, na altura do km 36, região de Cajamar, por conta do alagamento. Já a Rodovia dos Tamoios, que dá acesso ao litoral Norte, teve um trecho de serra interditado por risco de queda de barreiras. Os bloqueios foram feitos na altura do km 58, sentido litoral, e no km 81, sentido São José dos Campos. O bloqueio na Tamoios teve início por volta das 3h20, como parte de um protocolo de segurança que determina a interdição em caso de 100mm de chuva em 72 horas. Na manhã de ontem, um dos pluviômetros registrava o acúmulo de 126mm de chuva nos últimos três dias. Ao meio-dia de ontem, o tráfego foi liberado e não foram registradas quedas de barreiras e a rodovia foi reaberta. Segundo a Concessionária Tamoios, cerca de 107 mil veículos devem trafegar pela rodovia durante o feriado. (AAN)  

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